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Bloco Oficina Tambolelê faz show comemorativo no Teatro Raul Belém Machado
Foto: Tamás Bodolay

Bloco Oficina Tambolelê faz show comemorativo no Teatro Raul Belém Machado

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O Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado será palco do show comemorativo de 25 anos do Bloco Oficina Tambolelê. O grupo apresenta o álbum “Sérgio Pererê e Bloco Oficina Tambolelê”, idealizado pelo multiartista e um dos fundadores do grupo, Sérgio Pererê. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados no site Sympla ou na bilheteria do teatro, aberta duas horas antes das apresentações. A programação completa dos Teatros Municipais pode ser acessada no Portal Belo Horizonte.

O Bloco Oficina Tambolelê é resultado da agitação cultural promovida por Sérgio Pererê e sua irmã, Luci Pereira, desde a adolescência, como alternativa artística para o bairro Novo Glória, na região Noroeste de Belo Horizonte. Ainda no início dos anos 90, eles criaram o Bloco Africania para introduzir crianças do bairro aos ritmos e danças afro-brasileiras. Mais tarde, em 1999, com a repercussão do Grupo Tambolelê, passaram a ensinar a tradição dos tambores para a juventude do bairro, sendo convidados para a primeira retomada do Carnaval de BH, no ano 2000.

Após 25 anos, o primeiro disco do Bloco Oficina Tambolelê é uma forma de renovar e salvaguardar a memória da arte afro-mineira, ao mesmo tempo em que evidencia a evolução das pesquisas sobre a sonoridade de tambores influenciados pelos Reinados de Minas e por outras vertentes rítmicas afro-brasileiras. Em sua trajetória, o Tambolelê ficou conhecido por confeccionar seus instrumentos, e por inventar ritmos a partir do estudo de sonoridades oriundas da África, sempre antenado aos diálogos com a música do resto do mundo.

Grande parte dos músicos que compõem o álbum foram alunos do Bloco Oficina Tambolelê ou têm relações com o bairro Novo Glória e com a efervescência cultural das oficinas. A direção musical do disco e do show é assinada por Acauã Ranne, sobrinho de Pererê e filho de Santone Lobato. Além dele, o percussionista Daniel Guedes é outro artista formado no Tambolelê, e interpreta as caixas percussivas do disco, ao lado do músico Wesley Moura, também ex-aluno da oficina. O álbum ainda conta com participações do mestre Maurício Tizumba, parceiro do Tambolelê e fundador do Tambor Mineiro, outra referência da música afro-brasileira; e de músicos de vertentes contemporâneas, como o guitarrista Égler Bruno e o tecladista Lucas de Moro, que ajudam a inserir viagens melódicas sobre a beleza das percussões. O disco também tem a presença dos tamborins de Amine Ranne, Nayara Cendon e Mayí; os surdos de Fernando Constantino, Rafael Vitor e Izabela Lopes; os repiques de Imane Ranne e Pablo Mateus; e os surdinhos de Jussara Ferreira, Natália Cendon e Galha Seca.