12 Abril 2024 -
Alunos dos cursos de graduação em biologia e agronomia do Campus Machado do Instituto Federal do Sul de Minas fizeram, nessa quarta-feira (10), uma visita técnica à Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos e ao Meliponário da PBH. A visita com 17 estudantes teve como objetivo a troca de experiências e pesquisas, além da possibilidade de uso das técnicas utilizadas em Belo Horizonte por parte dos alunos e professores do IF. Instalada na Casa Amarela, no Parque das Mangabeiras, a biofábrica funciona como um laboratório onde os insetos são criados com dieta e temperatura controladas. Eles são alimentados e colocados para acasalar e os ovos e larvas recebem cuidados para completar o ciclo até atingir a fase adulta.
Segundo a professora e engenheira agrônoma Lêda Gonçalves, a possibilidade de trocar experiências e pesquisas com os técnicos da PBH dá mais fôlego para o trabalho desenvolvido no Instituto Federal, além de fazer com que os alunos estabeleçam diretrizes mais eficazes para suas pesquisas. “Eu trouxe comigo vários estudantes e alguns deles vão trabalhar exatamente com joaninhas e crisopídeos. A gente está iniciando essa criação no Campus Machado, temos um laboratório de entomologia lá e faz tempo que a gente quer iniciar essa criação. Queríamos conhecer a experiência de outras pessoas e viemos conhecer e aperfeiçoar nosso conhecimento. Achei o laboratório ótimo pois, por mais experiência que a gente ache que tenha, tem muita coisa nova para aprender”, explicou a professora.
Um dos objetivos dos trabalhos desenvolvidos pelo Instituto nessa área é melhorar o combate a pragas específicas do café, com o combate biológico. A cidade de Machado também é grande produtora de frutas vermelhas, o que, segundo Lêda Gonçalves, aumenta o interesse de estudiosos e produtores da região nas ferramentas capazes de combater pragas e aumentar a produtividade.
Para a coordenadora da Biofábrica e bióloga com especialidade em Gestão Ambiental, Nathália Mezzetti, é fundamental para a biofábrica receber visitas de especialistas e estudiosos da área. “Quando a gente recebe uma visita técnica há uma troca muito grande de experiências. Tanto das experiências que os visitantes têm na criação e pesquisas deles quanto a nossa experiência na criação. Então a gente consegue melhorar o nosso trabalho. Essa troca de experiências é fundamental para a gente incrementar mais ainda a nossa produção e melhorar a nossa criação de joaninhas”, disse Nathália.
Meliponário
Além da visita ao laboratório, os estudantes, incluindo dois intercambistas da Colômbia e um do Peru, participaram de uma apresentação sobre as atividades promovidas pela biofábrica, além de conhecerem o Meliponário Biofábrica, que faz parte do projeto Poliniza BH, que tem como objetivos instalar meliponários móveis, construir jardins de polinização, realizar educação ambiental para preservação e conservação das colônias de abelhas sem ferrão na cidade.
Inspirada em um modelo desenvolvido pela Prefeitura de Paris, onde distribuem larvas de joaninha para acabar com insetos que danificam jardins públicos, a Biofábrica de Joaninhas e Crisopídeos foi uma iniciativa que começou em 2018 em Belo Horizonte, com o objetivo de produzir em massa esses insetos que fazem o controle biológico de pragas em áreas verdes e hortas urbanas, sem demandar o uso de agrotóxicos ou pesticidas. Desde 2019 já foram entregues à população mais de 150 mil insetos. Quem se interessar por adquirir os kits pode se inscrever, por meio do Portal de Serviços e fazer a retirada.