3 July 2017 -
Cerca de 10% dos mais de 2,5 milhões de moradores de Belo Horizonte têm entre 15 e 20 anos de idade, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De olho nesse grupo, especialmente em adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Empresa de Informática e Informação do Município (Prodabel), criou um projeto para fazer deles disseminadores de informações nas comunidades.
As atividades do programa “Qualificação de Jovens” tiveram início na semana passada. Ao todo, participam da primeira turma 20 adolescentes, moradores de várias partes da cidade. A proposta é capacitar os alunos para que eles atuem como colaboradores nos bairros onde moram, inclusive nos Telecentros – espaços públicos e gratuitos de inclusão digital. O curso é gratuito e todos recebem um auxílio transporte, graças a uma parceria com o Sindicato dos Transportes de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH).
Para a estudante Kelimara Gomes de Jesus, moradora do Morro das Pedras, na região Oeste da capital, a oportunidade surgiu como uma chance de realizar um sonho. “Moro em frente ao Telecentro e sei que este programa pode mudar a realidade de muitas pessoas. Sempre quis ajudar a comunidade e meu objetivo é adquirir o máximo de conhecimento para levar para o meu povo. Além disso, vou ter a chance de trabalhar com duas coisas que gosto: a informática e a educação”, afirmou.
O projeto é dividido em quatro etapas, cada uma delas com a duração de três semanas. São duas fases em sala de aula e outras duas nas comunidades, de maneira intercalada. Na primeira e na terceira, os alunos terão aulas teóricas sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), incluindo noções sobre informática básica e o uso da internet e das mídias sociais, sistemas de informação e o mundo da programação. O curso é ministrado no Centro de Qualificação em Tecnologia da Informação (CQTI) da Prodabel, no bairro Ipiranga, região Nordeste da capital.
Já na segunda e quarta etapas estão programadas as práticas do processo. Os jovens vão atuar como monitores dos Telecentros do bairro onde moram, repassando o conhecimento adquirido para os moradores. Esse trabalho é monitorado por gestores. O importante deste processo é que novos talentos poderão surgir e, futuramente, transformar-se em novos alunos/monitores, com a formação de novas turmas.
“Queremos implantar um trabalho contínuo e benéfico para todos. De um lado, os alunos ganham uma oportunidade de aprendizagem e inclusão digital. Já para a comunidade é importante porque os Telecentros serão fortalecidos, sempre com pessoas dispostas a disseminar o conhecimento”, afirmou Leonardo Roscoe, diretor de Inclusão Digital da Prodabel. Ele destacou ainda que a proposta não gerou custos para a PBH, já que utiliza a estrutura existente.
Programa BH Digital
Entre os programas da PBH, não são apenas os adolescentes que têm a chance de inserção no mundo digital. No BH Digital, desenvolvido pela Prodabel, existem ações voltadas para pessoas de todas as idades. No caso das crianças, uma das opções é o projeto chamado a “Hora do Código”, que traz detalhes sobre o mundo da programação. Já para os adultos e o público da chamada “melhor idade”, estão disponíveis nos Telecentros os cursos de informática básica, manutenção e recondicionamento de equipamentos, entre outros.