18 July 2017 -
Zeus e Apolo são os nomes das duas onças-pardas que vivem no Jardim Zoológico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH). Com 12 e nove anos de idade, respectivamente, pai e filho são os personagens principais de um estudo sobre o comportamento de animais silvestres sob cuidados humanos.
O principal objetivo da pesquisa é proporcionar melhores níveis de bem-estar para os dois felinos, por meio de atividades de enriquecimento ambiental, técnica que utiliza uma série de estímulos sensoriais e estruturais para tornar o ambiente dos animais mais estimulante e confortável.
“A exibição de maior diversidade comportamental, bem como a capacidade de superar situações estressantes, são bons indicativos de elevado nível de bem-estar. É importante estar atento a vários aspectos como as características comportamentais e o habitat de cada espécie. Também é importante observar os hábitos e o histórico de cada indivíduo”, explica a bióloga responsável pela Área de Bem-Estar Animal da FZB-BH, e uma das orientadoras do projeto, Cynthia Fernandes Cipreste.
A pesquisa é desenvolvida pela estudante de bacharelado do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG), Melissa Bravo Fonseca, que é bolsista de iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O título do estudo é “Enriquecimento Ambiental para onças-pardas (Puma concolor) sob cuidados humanos na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte”.
O projeto, que teve início em abril e tem previsão de término em novembro deste ano, está organizado em quatro etapas com duração de 20 horas cada (com observação e coleta de dados), das quais duas já foram finalizadas. “A justificativa para a escolha das onças-pardas como foco do meu trabalho se deve ao fato de eu sempre ter sido apaixonada por felinos. E, mais importante do que isso, eu gostaria de priorizar uma espécie da fauna brasileira que está ameaçada de extinção. Portanto, qualquer estudo realizado no sentido de se conhecer melhor o comportamento desses animais pode auxiliar na conservação da espécie”, explica.
A ideia é fazer com que Zeus e Apolo explorem melhor um recinto onde haja elementos dinâmicos e interessantes, e, também, manifestem um repertório comportamental mais amplo e compatível com o que eles teriam se estivessem na natureza. Além disso, que possam ficar mais visíveis ao público – sem que isso altere as condições de privacidade dos dois.
Cynthia Cipreste ressalta que “não adianta o animal estar exposto aos visitantes e não se sentir confortável no próprio recinto. Se estiver em harmonia com o espaço, ele tende a interagir melhor com esse ambiente, ainda que esteja mais quieto, demonstrando comportamentos mais naturais, que levam a bons níveis de bem-estar.”
Estímulos estruturais
O primeiro passo para a realização da pesquisa foi um levantamento comportamental dos dois felinos para criar uma descrição do comportamento exibido pelos animais (etograma) e traçar estratégias de como os estímulos seriam aplicados, elaborando, assim, as ferramentas para as análises.
A primeira etapa do estudo consistiu na observação das onças-pardas antes da aplicação de qualquer estímulo de enriquecimento. A segunda fase contou com a colocação dos chamados “estímulos sensoriais”, tais como troncos recheados de carne, boomer ball (uma bola de plástico bem rígido), embrulho de carne com penas, trilha de cheiros, caixas de papelão, “cavalo” de madeira etc., com o intuito de oferecer um algo a mais para que os felinos pudessem sair da rotina.
A próxima fase deve começar no início de agosto e consiste na inserção de “estímulos estruturais”, como cortina, toca, rampa e escada, em uma estrutura já existente (semelhante a uma cama). Desse modo, Zeus e Apolo passarão a contar com outros espaços dentro do próprio recinto e poderão se posicionar em locais mais elevados como forma de observar o entorno do território, algo que é característico da espécie. Por último, na quarta fase, ocorrerá a conjugação dos estímulos sensoriais e estruturais.
“É importante ressaltar que, mesmo que os animais não interajam, momentaneamente, com os estímulos de enriquecimento utilizados, isso não deve ser visto como negativo, já que demonstra o controle dos indivíduos sobre o espaço, garantindo o poder de decisão deles”, destaca Melissa.
Além de Cynthia Cipreste, também é orientadora do projeto a professora do departamento de Patologia Geral do ICB/UFMG, a médica-veterinária Luciana Moro. “Esse é um trabalho que envolve duas instituições de pesquisa sob uma perspectiva multidisciplinar. A relação entre homem e animal dentro dos zoológicos é extremamente importante. Considerando-se o tripé composto por pesquisa, educação e conservação das espécies, temos que propiciar as melhores condições para esses animais”, afirma.
O principal objetivo da pesquisa é proporcionar melhores níveis de bem-estar para os dois felinos, por meio de atividades de enriquecimento ambiental, técnica que utiliza uma série de estímulos sensoriais e estruturais para tornar o ambiente dos animais mais estimulante e confortável.
“A exibição de maior diversidade comportamental, bem como a capacidade de superar situações estressantes, são bons indicativos de elevado nível de bem-estar. É importante estar atento a vários aspectos como as características comportamentais e o habitat de cada espécie. Também é importante observar os hábitos e o histórico de cada indivíduo”, explica a bióloga responsável pela Área de Bem-Estar Animal da FZB-BH, e uma das orientadoras do projeto, Cynthia Fernandes Cipreste.
A pesquisa é desenvolvida pela estudante de bacharelado do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB/UFMG), Melissa Bravo Fonseca, que é bolsista de iniciação científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O título do estudo é “Enriquecimento Ambiental para onças-pardas (Puma concolor) sob cuidados humanos na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte”.
O projeto, que teve início em abril e tem previsão de término em novembro deste ano, está organizado em quatro etapas com duração de 20 horas cada (com observação e coleta de dados), das quais duas já foram finalizadas. “A justificativa para a escolha das onças-pardas como foco do meu trabalho se deve ao fato de eu sempre ter sido apaixonada por felinos. E, mais importante do que isso, eu gostaria de priorizar uma espécie da fauna brasileira que está ameaçada de extinção. Portanto, qualquer estudo realizado no sentido de se conhecer melhor o comportamento desses animais pode auxiliar na conservação da espécie”, explica.
A ideia é fazer com que Zeus e Apolo explorem melhor um recinto onde haja elementos dinâmicos e interessantes, e, também, manifestem um repertório comportamental mais amplo e compatível com o que eles teriam se estivessem na natureza. Além disso, que possam ficar mais visíveis ao público – sem que isso altere as condições de privacidade dos dois.
Cynthia Cipreste ressalta que “não adianta o animal estar exposto aos visitantes e não se sentir confortável no próprio recinto. Se estiver em harmonia com o espaço, ele tende a interagir melhor com esse ambiente, ainda que esteja mais quieto, demonstrando comportamentos mais naturais, que levam a bons níveis de bem-estar.”
Estímulos estruturais
O primeiro passo para a realização da pesquisa foi um levantamento comportamental dos dois felinos para criar uma descrição do comportamento exibido pelos animais (etograma) e traçar estratégias de como os estímulos seriam aplicados, elaborando, assim, as ferramentas para as análises.
A primeira etapa do estudo consistiu na observação das onças-pardas antes da aplicação de qualquer estímulo de enriquecimento. A segunda fase contou com a colocação dos chamados “estímulos sensoriais”, tais como troncos recheados de carne, boomer ball (uma bola de plástico bem rígido), embrulho de carne com penas, trilha de cheiros, caixas de papelão, “cavalo” de madeira etc., com o intuito de oferecer um algo a mais para que os felinos pudessem sair da rotina.
A próxima fase deve começar no início de agosto e consiste na inserção de “estímulos estruturais”, como cortina, toca, rampa e escada, em uma estrutura já existente (semelhante a uma cama). Desse modo, Zeus e Apolo passarão a contar com outros espaços dentro do próprio recinto e poderão se posicionar em locais mais elevados como forma de observar o entorno do território, algo que é característico da espécie. Por último, na quarta fase, ocorrerá a conjugação dos estímulos sensoriais e estruturais.
“É importante ressaltar que, mesmo que os animais não interajam, momentaneamente, com os estímulos de enriquecimento utilizados, isso não deve ser visto como negativo, já que demonstra o controle dos indivíduos sobre o espaço, garantindo o poder de decisão deles”, destaca Melissa.
Além de Cynthia Cipreste, também é orientadora do projeto a professora do departamento de Patologia Geral do ICB/UFMG, a médica-veterinária Luciana Moro. “Esse é um trabalho que envolve duas instituições de pesquisa sob uma perspectiva multidisciplinar. A relação entre homem e animal dentro dos zoológicos é extremamente importante. Considerando-se o tripé composto por pesquisa, educação e conservação das espécies, temos que propiciar as melhores condições para esses animais”, afirma.