12 June 2017 -
O norte-americano Robert Zachary Williams está em Minas Gerais desde o ano passado para pesquisar programas de combate à fome, como bolsista da Comissão Fulbrigt Brasil. Ainda nos Estados Unidos, ele já sabia onde teria que se estabelecer: Belo Horizonte. O que o motivou foi a existência de uma política pública municipal de segurança alimentar que ele considera única, porque integra vários setores da gestão da cidade e favorece desde a produção do alimento pela agricultura familiar até a chegada deste nas mesas de creches, escolas e restaurantes populares.
Além disso, desde 2011 a cidade conta com o Programa Municipal de Voluntariado Internacional (PMVI), fator decisivo para possibilitar a pesquisa do estudante. “Seria muito difícil bater à porta de uma prefeitura para buscar tantas informações”, conta Robert.
O PMVI é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, por meio da Secretaria Municipal Adjunta de Relações Internacionais, em colaboração com os outros órgãos municipais. O programa oferece a estrangeiros residentes em Belo Horizonte a oportunidade de conhecer as políticas públicas implantadas pela Prefeitura e de participar do cotidiano de algumas áreas da administração pública direta e indireta.
A carga horária do serviço voluntário é de 16 a 20 horas semanais e o prazo de duração, de 90 a 180 dias. Podem se candidatar ao PMVI estrangeiros nas seguintes categorias: estudantes, pesquisadores e professores universitários, além de profissionais, técnicos e servidores públicos de entes estatais, órgãos e instituições parceiras do Município de Belo Horizonte.
A abertura de candidaturas ao programa é realizada semestralmente, por meio de edital que estipula a data de entrada para alunos intercambistas regularmente matriculados em universidades locais. Para as demais categorias constantes do edital, a candidatura pode ser feita a qualquer momento.
A seleção é feita com base nos critérios de adequação da área de estudos e da experiência do voluntário à demanda ofertada pelos órgãos e entidades públicas municipais. Os interessados podem buscar mais informações pelo email: voluntariointernacional@pbh.go
Visitas técnicas
Na última quarta-feira de maio (31), os participantes da 12ª edição do programa realizaram uma das atividades previstas no cronograma básico do PMVI, a visita técnica, para conhecer a as ações da Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMASAN). Desta vez, com uma novidade: a participação da coordenadora do setor de Acolhimento da Diretoria de Relações Internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Elaine Parreiras, e de 20 intercambistas da universidade.
Na Regional Centro-Sul, o grupo conheceu o programa ABasteCer, que consiste em garantir o acesso da população a produtos hortifrutigranjeiros de qualidade a preços acessíveis. Na Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI Vila Estrela, os visitantes foram apresentados às políticas municipais de alimentação e nutrição para a criança e conheceram um pouco sobre a rotina daquele equipamento.
A excursão foi concluída com um almoço no Restaurante Popular Josué de Castro, que fornece refeições balanceadas para cerca de 2500 pessoas por dia – a estimativa é de que 200 mil refeições são ofertadas mensalmente nos quatro restaurantes populares municipais. Os estudantes puderam conhecer mais sobre o armazenamento dos produtos, a limpeza e a produção da comida.
Embaixadores
A proposta deste tipo de atividade é promover aos estrangeiros uma visão qualificada das políticas públicas de Belo Horizonte que tenham alcançado reconhecimento no exterior, como é o caso da Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional. Neste sentido, o programa fortalece a cidade como referência de boas práticas.
Segundo Sandra Martins Farias, coordenadora do programa, as duas visitas técnicas realizadas em cada edição são momentos de integração entre os voluntários, que prestam serviço em setores diferentes da Prefeitura e têm pouca oportunidade de se encontrarem. “São também uma forma de promoção internacional, pois, quando retornam a seus países, os voluntários se tornam nossos embaixadores e propagam os conhecimentos adquiridos durante a experiência”, destaca.