4 September 2017 -
Quando Renata Cristina e Maria das Graças Pereira, cozinheiras da Unidade de Educação Infantil (Umei) Sagrada Família chegam ao trabalho, todo o insumo para a preparação das refeições já está lá, disponível para elas. A supervisora de Alimentação Cláudia Vidal garante a despensa sempre em dia com arroz, feijão, leite, biscoitos, carnes, frutas, ovos, verduras e legumes.
Com cerca de 15 unidades para visitar semanalmente, a técnica conta com o celular e os aplicativos para realizar todo o trabalho de conferência das condições e controle dos gêneros alimentícios. “A checagem dos alimentos, validade, quantidade e acondicionamento, é apenas um dos roteiros que cumprimos. Então, a tecnologia ajuda bastante, porque aqui, pelo celular, eu já faço a conferência do estoque e identifico os itens que irão garantir a execução dos cardápios das próximas semanas”, conta.
O aliado de primeira hora de Cláudia e das demais supervisoras de alimentação é o aplicativo Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN. Desenvolvido em 2012 pela Prodabel, o recurso possibilita à equipe de Supervisão Alimentar, da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional agilizar a rotina de checagem de estoques presentes nas unidades.
Além da conferência dos gêneros alimentícios, a equipe de supervisão alimentar utiliza ainda outros sete roteiros de verificação, que são aplicados durante a visita às unidades. A maioria dos procedimentos está relacionada às orientações quanto às boas práticas no preparo das refeições e questões que levem em conta os aspectos microbiológicos, de higiene do manipulador, do ambiente e dos utensílios.
Um outro roteiro importante e que é realizado a cada semestre pelo supervisor é o de infraestrutura. Nesta checagem são observadas questões mais pontuais, como a limpeza da caixa d’agua, e ainda são estabelecidas, junto com a direção, um conjunto de melhorias que irão contribuir para a qualidade do ambiente de manipulação e conservação dos alimentos.
Na Umei Sagrada Família, por exemplo, a partir de um pedido que foi pactuado com a direção da escola, já foram alcançadas diversas metas, como a instalação de telas anti-insetos nas janelas, a colocação de dispensador de sabão líquido e porta-papel na parede e barreiras físicas na parte inferior das portas. “São melhorias pontuais que, no conjunto, otimizam as boas práticas para a segurança alimentar e nutricional”, explica Cláudia.
Serviço premiado
A supervisão alimentar é um dos serviços mais consolidados do Programa de Alimentação Escolar município. Criado em 1974, iniciou-se nas escolas e depois se expandiu para toda a rede conveniada. Detentor de várias premiações ao longo dos anos, o serviço ajudou a trazer para Belo Horizonte, por duas vezes, o título de “Gestor Eficiente da Merenda Escolar”, concedido pelo Governo Federal.
Uma das únicas cidades brasileiras onde a gestão da alimentação escolar é realizada no âmbito da Subsecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, Belo Horizonte se destaca pela qualidade e abrangência do serviço que disponibiliza. “Em 99% das cidades brasileiras a gestão da alimentação escolar é feita pela Secretaria de Educação. Aqui, temos a tranquilidade de ter este serviço amparado, com o suporte e a expertise de nutricionistas, especialistas e técnicos de nutrição da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC), afirma Aline Soleane, referência técnica da Supervisão Alimentar.
Hoje, ao todo, 653 unidades municipais e conveniadas recebem gêneros alimentícios enviados pela SMASAC, além de todas as ações de orientação, supervisão, formação e educação alimentar e nutricional. São escolas municipais, creches, Umeis, Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), abrigos e outras unidades de acolhimento institucional, que juntos ofertam cerca de 380 mil refeições/dia.