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Item 4.4. Discussão Temática - Saneamento e soluções baseadas na natureza.

Item 4.4. Discussão Temática - Saneamento e soluções baseadas na natureza.

Prezados integrantes desse conselho municipal,

saudações.

Sou geógrafo e ambientalista, ativista social na reforma agrária e urbana há pelo menos três décadas e tenho uma startup para consultorias em temas que envolvem periferias e interiores do Brasil do ponto de vista do direito à cidade onde arte, cultura e agricultura caminhem juntas, inseparáveis. Se chama Fuá de Quintal minha agência.

Habitamos a bacia de um afluente do córrego do Capão, cujas águas vertem para o Vilarinho, Onça e Velhas até desaguar no São Francisco. Estamos no bairro Céu Azul, na vertente de Venda Nova, cujas ocupações recentes remontam ao século XIX, quando aqui ainda existia uma fazenda e olaria, que até se envolveram na construção inicial de Belo Horizonte, quando Venda Nova se incorporou à capital. Outra parte do Céu Azul as águas vertem para a bacia da Pampulha, que também caem no Onça, se unindo desde ali até alcançarem o atlântico.

A primeira ação de saneamento básico na comunidade cigana Kalon do bairro se deu em 2018 por iniciativa da Fuá de Quintal e parceiros, envolvendo a PBH naquela ocasião. E acompanhamos faz tempo a situação do saneamento básico nas diversas regionalidades brasileiras. Viajamos por 17 dos estados do Brasil e 20 países do mundo.

Um plano de saneamento básico com soluções baseadas na natureza deveria ter como piloto a preservação e despoluição dos córregos e, a partir disso, uma ampla ação de cidadania das águas e da floresta no direito de viver e compartilhar, habitar a cidade junto dos humanos. Sendo um anti-modelo positivo, regenerativo, do que tem sido a política de sepultamento dos rios sob concretos. Lembrando que apenas os cursos d'água da bacia do Onça é que ainda estão preservados, embora em condições de alta degradação e poluição, daí serem potencialmente fortes candidatos os projetos que busquem - não o sepultamento - mas a revitalização e regeneração das águas e das florestas, ainda que tenhamos que pensar com criatividade soluções que mesclem e facilitem a mobilidade humana, inclusive de veículos e automotores, criação de parques e pistas e ciclismo e esportes.

Desse piloto ao norte da cidade, se prepara outro para que os rios cobertos hoje por concreto lhes sejam devolvidas cidadanias para reabitarem conosco a cidade, qualificando as condições naturais para uma maior qualidade de vida e saúde social, coletiva. E quem sabe em 40 anos Belo Horizonte se torne a cidade mais arborizada do planeta.

Fábio Brasileiro

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