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Gorilas
Suziane Brugnara/PBH

Zoológico de BH comemora 8 anos do gorilinha Sawidi

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A família de gorilas do Zoológico de BH está em ritmo de comemorações. O primogênito dos filhotes, Sawidi, completa 8 anos nesta sexta-feira (5). Além de uma dieta especial, o aniversariante e toda a família desfrutarão, às 10h, de um bolo específico para primatas, recheado e confeitado com verduras e frutas. Dentre os ingredientes estão banana, maçã e manga, algumas das preferências de Sawidi.

 

Quem for ao Zoo na data, além de prestigiar o aniversariante, poderá participar do “Encontro com Sawidi” realizado pelas equipes das gerências de Educação Ambiental e do Jardim Zoológico, de 9h às 11h e de 14h às 16h. A proposta é apresentar os gorilas do plantel, o Programa de Bem-estar Animal desenvolvido e a importância dos zoológicos na conservação das espécies. Além disso, chamar a atenção para as principais ameaças enfrentadas pelos gorilas na natureza. Em um determinado momento da atividade, o tratador oferta parte da dieta desses animais na área externa do recinto, possibilitando os animais forragearem, ou seja, procurarem o seu alimento.

 

Família sob os cuidados do Zoológico de BH

 

Sawidi é um nome de origem indígena que significa “é querido”, “é amado”, “é desejado”. A escolha do nome de origem indígena foi pelo fato de ser o primeiro filhote de gorilas nascido na América do Sul.

 

Atualmente, os sete gorilas que estão sob os cuidados da instituição são da planície ocidental (Gorilla gorilla gorilla), uma subespécie que é nativa das florestas da região Centro-Oeste do continente Africano, e que está “Criticamente em perigo” de extinção (IUCN, 2021-3). O grupo foi formado a partir de 2013 e, além de Sawidi, conta com os filhotes Jahari, Ayo e Anaya, além de três indivíduos adultos, sendo um macho dominante (silverback), Leon, e duas fêmeas, Imbi e Lou Lou. Sawidi e Anaya são filhos da gorila Lou Lou; e Jahari e Ayo, de Imbi.

 

Atenção especial ao bem-estar animal

 

Para garantir o bem-estar do grupo foram necessárias adaptações alguns anos atrás. O recinto foi reformado, passando a atender às necessidades físicas e comportamentais dos animais. O que muito contribuiu para a formação de um grupo com potencial reprodutivo foi a credibilidade que o Zoológico de BH tem nacional e internacionalmente, resultado do trabalho de excelência desenvolvido por uma equipe técnica qualificada. Tudo isso foi fundamental para que, no ano de 2010, a Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA, sigla em inglês) aprovasse a entrada da instituição para o Programa Europeu de Espécies Ameaçadas/Gorilla (Gorilla/EEP), habilitando-o a participar do programa de conservação ex situ da espécie, isto é, fora do ambiente natural.

 

Ameaças à espécie

 

Dentre as principais ameaças a esses animais, quando em ambiente natural, está a caça predatória para a obtenção de carne, mesmo em áreas legalmente protegidas. Doenças infecciosas, como as epidemias do vírus ebola em vários pontos da África; a perda de habitat devido à substituição de cobertura vegetal nativa por plantações; e a recente expansão da extração mineral em escala industrial também têm contribuído para a redução desses animais. Além disso, a espécie também pode ser ameaçada pelas mudanças climáticas: embora os seus prováveis impactos ainda não sejam conhecidos, há algumas previsões que sugerem que o ressecamento das florestas tropicais úmidas na região de ocorrência da espécie trará consequências potencialmente negativas para toda a ecologia florestal.

 

O manejo de gorilas sob cuidados humanos é realizado de forma integrada por todos os zoológicos que mantêm esses animais e sua reprodução é cuidadosamente planejada, baseando-se critérios diversos, mas principalmente os genéticos. Essa estratégia garante a proteção nessas instituições de um percentual significativo da população mundial desses animais em condições saudáveis, genéticas e demograficamente viáveis, podendo contribuir, quando necessário, com projetos que têm como objetivo devolver alguns indivíduos para a natureza.

 

Essas instituições são também capazes de gerar empatia e de conectar as pessoas aos animais e ao seu ambiente natural, inspirando assim novas atitudes em defesa da preservação da natureza. Além disso, os seus programas educativos estimulam a formação de cidadãos sensíveis e comprometidos com as ações de conservação.