2 Maio 2018 -
A Fundação Municipal de Cultura (FMC) apresenta até o dia 13 de maio, no MIS Cine Santa Tereza, a mostra “Trabalho e Luta”, com uma série de filmes que tratam da temática trabalhista. As sessões têm entrada gratuita, com ingressos distribuídos com meia hora de antecedência. A programação completa está disponível no site BH faz Cultura.
Dentro do cinema nacional, obras emblemáticas sobre a questão serão exibidas, como “Eles Não Usam Black-tie”, adaptação de Leon Hirszman da peça de Gianfrancesco Guarnieri. O filme é sobre um militante sindical que organiza um movimento grevista para resistir as práticas exploradoras de uma metalúrgica, ao mesmo tempo em que seu filho resiste à greve para não perder o emprego.
Já as famosas greves de 1979, em plena ditadura militar, estão representadas pela sessão tríplice do dia 10, com “Greve”, de João Batista de Andrade, “ABC Brasil”, de Sérgio Péo e “Greve de Março”, de Renato Tapajós. Também na programação o premiado documentário “Peões”, de Eduardo Coutinho, que mergulha na virada do sindicalismo brasileiro do período, cujo impacto foi decisivo para o lançamento de novas bases para a política nacional.
“Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão os nomes dos reis. Arrastaram eles os blocos de pedras?” Com este trecho do famoso poema de Brecht, Vladimir Carvalho abre “Conterrâneos Velhos de Guerra”, documentário em que registra o lado menos épico da construção de Brasília que inclui até um massacre de trabalhadores que se revoltaram contra as condições precárias encontradas.
O imaginário de progresso social e financeiro representado pela capital paulista - o sul maravilha para uma leva de migrantes nordestinos - é retratado em tons diversos: desde o olhar cronista de Luiz Sérgio Person com seu “São Paulo - Sociedade Anônima”, a veia cômica de Denoy de Oliveira em “O Baiano Fantasma”, até o olhar tragicômico de João Batista Andrade em “O Homem que virou suco”. “Uma Questão de Terra”, impactante documentário em que Manfredo Caldas dá voz aos camponeses, desnuda a violência no campo e mostra os descaminhos da política brasileira, revela o quanto ainda, entre avanços e retrocessos, estamos no terreno da utopia.