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Temas sociais, ambientais e culturais inspiram as escolas de samba no Carnaval

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Neste Carnaval, o desfile das escolas de samba de Belo Horizonte nesta terça-feira, dia 5, vai apresentar agremiações motivadas e confiantes. Os temas escolhidos pelas escolas são variados e vão de homenagens a pessoas relevantes, lugares, animais e temas sociais. Os 28 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente inspiram o enredo da escola Canto da Alvorada, campeã do ano passado. Abordagem igualmente atual foi escolhida pela escola Imperavi de Ouros, cujos integrantes vão abordar a importância da água para o meio ambiente, inclusive falando sobre o impacto da mineração.


Os felinos serão protagonistas da agremiação Cidade Jardim, que vai narrar como os gatos aparecem em várias civilizações. Duas escolas homenageiam mulheres mineiras de trajetórias marcantes: a Acadêmicos de Venda Nova vai falar de Ester Sanches e sua dedicação pelo voluntariado. Já militante Diva Moreira será celebrada pela Raio de Sol, escola que faz sua estreia na avenida.


Regiões do país foram os temas preferidos pelas escolas Estrela do Vale, que enaltece o Rio de Janeiro; e Bem-Te-Vi, que canta a cultura nordestina, seguindo sua tradição. A agremiação Unidos Guaranis continua debatendo sobre a vida na favela, especialmente na Pedreira Prado Lopes, e volta aos desfiles depois de seis anos.


Após a abertura com a escola Afoxé Bandarerê, a escola Raio de Sol, seguida pela Unidos Guaranis, ambas integrantes do Grupo B, darão início aos desfiles. As agremiações do Grupo A vão desfilar na seguinte ordem: Mocidade Independente Bem-te-vi, Cidade Jardim, Acadêmicos de Venda Nova, Canto da Alvorada, Imperavi de Ouro e Estrela do Vale.


“Estamos muito felizes em ver que o Carnaval de avenida está voltando com força total. Temos muito que avançar, mas é de muito valor saber que em apenas dois anos o número de escolas de samba a desfilar na avenida Afonso Pena dobrou”, comenta Gilberto Castro, diretor-presidente interino da Belotur.


Em 2019, o valor das subvenções para as Escolas de Samba aumentou. Cada Escola de Samba do Grupo Especial receberá o valor de R$ 100 mil para desfilar na avenida. Para os grupos de Acesso, o valor destinado será de R$ 50 mil. Esses valores representam um aumento de 30% em relação a 2018. A premiação foi ampliada para todas as categorias. Em 2019, as Escolas de Samba vencedoras do Grupo Especial ganharão R$ 80 mil, R$ 40 mil e R$ 20 mil para os três primeiros lugares respectivamente.


O Carnaval de Belo Horizonte 2019 é uma festa viabilizada pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, com patrocínio da Skol, Uber e Do Brasil Projetos e Eventos e parceria da BH Airport.


Confira a programação dos desfiles de escolas de samba nesta terça-feira, dia 5, a partir das 18 horas


Abertura: Afoxé Bandarerê

Grêmio Recreativo Escola de Samba Raio de sol (Grupo B)

Associação Recreativa Unidos Guaranis (Grupo B)

1º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente Bem-te-vi

2º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Cidade Jardim

3º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova

4 º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Canto da Alvorada

5º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperavi de Ouro

6º grupo A: Grêmio Recreativo Escola de Samba Estrela do Vale


Confira o perfil das Escolas de Samba do Carnaval de Belo Horizonte 2019 no portal da Prefeitura


Mais informações para a imprensa pelo telefone 3246-0246 (Belotur).


Unidos dos Guaranis


Após seis anos fora da avenida, Unidos Guaranis aposta na tradição e traz a favela como enredo. Cheia de tradição, a Unidos Guaranis é a segunda agremiação mais antiga do Carnaval de Belo Horizonte. Fundada em 1964, na Pedreira Prado Lopes, a escola concentra energia para retomar o desfile na avenida Afonso Pena. Mesmo sem desfilar, a escola se manteve de pé graças à garra dos moradores. Sua tradição carnavalesca se traduz em feitos, como quando Neguinho da Beija-Flor e o saudoso compositor portelense Catoni assinaram sambas-enredo da escola, ambos na década de 1980.


O forte sentimento de pertencimento é um dos destaques dos integrantes, conforme explica o carnavalesco Mário César. “Escola de samba de verdade tem que ter berço na favela, não tem como ser diferente. Nós sabemos quais os fundamentos que conceituam uma boa escola de samba, como a bateria, os sambistas, o mestre-sala e a porta-bandeira, entre outros. E sem essa de chamar favela de comunidade, vila ou aglomerado”, alerta. Por isso a escola mantém seu costume de abordar temas do bairro em seus enredos. “Vamos falar da favela e do favelado, da Pedreira e dos pedreirenses”.


Esse sentimento de integração é o que o carnavalesco deseja mostrar em suas alas - como é a vida dentro da favela em uma narrativa sem estereótipos. “Sabia que tem gente que se mudou da Pedreira por causa da urbanização e acabou morrendo de tristeza?”, provoca Mário. “Na favela temos dança de salão, temos circuito fitness, temos basquete e futebol da diversidade e, claro, temos coisas nem tão boas”, completa o carnavalesco.


Tanta paixão pelo samba, segundo ele, remete aos anos de 1936, quando Popó e Xuxu, dois moradores da Pedreira, fundaram a primeira escola de samba de Belo Horizonte, chamada Pedreira Unida. Desde então, a escola sempre esteve presente na história do Carnaval local. “Na recente retomada dos desfiles também tivemos participação fundamental, e agora voltamos com tudo”. A Unidos Guaranis também se gaba de ser a única escola que possui velha-guarda. “Deitamos e rolamos nas fantasias. Quero que as pessoas da Pedreira tenham orgulho da escola. Vamos falar o indizível e tocar no intangível”, revela o carnavalesco.


Enredo: Pedreira, favela encantada

Componentes: 200

Samba-Enredo: Mário César e Carlão do Cavaco

Alas: 8

Carnavalesco: Mário César

Carros Alegóricos: 2


Novata no Carnaval, Raio de Sol celebra a trajetória de Diva Moreira, uma militante das causas da negritude


Neste ano o Carnaval de Belo Horizonte ganha uma nova escola. Criada no ano passado, a Raio de Sol desfila pela primeira vez e abre a série de apresentações. Seus cerca de 190 componentes chegam de várias regiões da capital, liderados pelo presidente Genildo Cajá, que tem longa atuação na folia belo-horizontina com passagens por outras escolas no cargo de diretor de Carnaval e diretor de harmonia.


Tendo como cores o azul, branco, marrom e vermelho, a agremiação escolheu a ativista Diva Moreira como primeira homenageada. Ex-secretária municipal para Assuntos da Comunidade Negra, Diva tem extensa dedicação na luta pela igualdade racial e assuntos correlatos, como reconhecimento das culturas populares, a questão feminista e a busca por uma educação de qualidade. Ela criou a Casa Dandara, uma entidade reconhecida na defesa dos direitos da negritude. “A principal função de uma escola de samba é divulgar nossa cultura, e as pessoas precisam conhecer mais a história da Diva”, avalia Genildo.


Como Diva também é uma feminista, algumas mulheres militantes da causa integram o único carro-alegórico da escola. “Todas as alas irão mostrar um pouco das lutas sociais da Diva, que virá em destaque na alegoria”, adianta o presidente. A rainha de bateria Mari Lopes e a sambista Manu Dias, uma das intérpretes, ajudam a complementar a importante presença feminina na escola.


O presidente tenta manter a serenidade e afirma controlar a ansiedade para a estreia. Ele ressalta, porém, que o apoio da Belotur foi fundamental para seus planos de criar uma escola de samba virarem prática. “Só assim esse projeto pode sair do papel”, declara.


Enredo: Diva Moreira: Uma Vida, Uma Luta, Um Sonho de Dandara. Um Poema pela Educação

Componentes: 190

Samba-Enredo: Lado Raiz

Alas: 9

Carnavalesco: Caio Costa

Carros Alegóricos: 1


Lampião, Maria Bonita, xote e forró ilustram a diversidade cultural nordestina no desfile da Bem-Te-Vi


A diversidade cultural do Nordeste brasileiro será o tema da Bem-Te-Vi, que promete mostrar na avenida um resumo da vida na região, especialmente marcada pela notável variedade de ritmos musicais, que passa pelo samba de roda, xote, forró, frevo, axé e tantos outros. O afeto que o povo nordestino emana serve de combustível para a escola, que pretende conquistar o público com uma potente bateria composta por dez surdos. “Isso vai ser um estrondo”, promete a presidente Sônia Maria.


O clima nordestino irá envolver a plateia desde o início, com a chegada da comissão de frente fantasiada de Lampião e Maria Bonita. A beleza das passistas é outro trunfo ostentado pela escola, que conta com a transexual Bárbara Dias como rainha de bateria, a miss Sete Lagoas Rayane Araújo como destaque, além de duas modelos vindas da Itália. A dificuldade atual é administrar a ansiedade, conforme explica Sônia. “Já nem conseguimos dormir direito, mas nossa escola vai abalar e vamos disputar de igual pra igual”.


Enredo: Das Bandas de Lá para as Bandas de Cá. O Povo Nordestino Veio Nos Visitar

Componentes: 300

Samba-Enredo: Aloiz Marinho e Gabriel Maia

Alas: 8

Carnavalesco: Aloiz Marinho

Carros Alegóricos: 2


Escola de samba do Barreiro, Estrela do Vale exibe carros-alegóricos com Cristo Redentor e Arcos da Lapa


Agora Belo Horizonte vai ter praia - ao menos no que depender da Estrela do Vale, a escola de samba com sede no Barreiro. Como homenagem à cidade maravilhosa, a escola assume o enredo ‘Se o Brasil é o país do Carnaval, o Rio de Janeiro é a capital’, e promete transformar a avenida Afonso Pena numa verdadeira Sapucaí. “O Rio é o berço do Carnaval, portanto a homenagem é mais que merecida”, justifica Dudu Estrela do Vale, autor do samba enredo.


O diálogo da Estrela do Vale com o Rio de Janeiro não é de hoje. Alguns integrantes da escola mantém contato com sambistas cariocas, o que acaba refletindo no desenvolvimento da agremiação. “Existe esse intercâmbio através de troca de ideias”, informa o compositor. Outra colaboração carioca é a presença de Billy Boy, intérprete vindo diretamente do Rio.


Principal ícone da Cidade Maravilhosa, o Cristo Redentor vai aparecer no abre-alas da Estrela do Vale. Os carros-alegóricos, inclusive, são uma aposta da escola. Outra referência da boemia carioca, os Arcos da Lapa serão apresentados ao público em outra alegoria com quase 7 metros de altura, seguido pelos folclóricos malandros do bairro. A escola será a última a desfilar na avenida Afonso Pena.


Enredo: Se o Brasil é o país do Carnaval, o Rio de Janeiro é capital

Componentes: 380

Samba-Enredo: Dudu Estrela do Vale

Alas: 10

Carnavalesco: Maria Madalena

Carros Alegóricos: 3


“Vamos mostrar algo que há tempos não se via em Belo Horizonte”, promete presidente da Cidade Jardim


O miado vai tomar conta da avenida Afonso Pena quando a Cidade Jardim passar. É que a escola, fundada em 1961 e uma das mais tradicionais da cidade, criou um enredo todo inspirado na história do gato - sim, o bichano -, ao longo de várias civilizações. Segundo o presidente Alexandre Silva, um diferencial da agremiação é o trabalho realizado pelo carnavalesco Paulo Balbino, de Vitória (ES). “Como ele é um craque, vamos mostrar algo que há tempos não se via em Belo Horizonte”. O gato aparece na escola com várias identidades, como Mulher-Gato, Frajola e Tom (do desenho Tom & Jerry). O enredo ‘Lendas e contos de um felino sagrado’ também é fruto de estudos sobre o Egito Antigo, que tinha em Bastet a representação da Deusa Gato, considerada por alguns como protetora do soberano.


Com uma agenda repleta de ensaios nas últimas semanas, a escola se prepara para mostrar como a felino foi tratado pelos povos antigos. “Os vikings só viajavam levando um gato com eles, e caso o bicho morresse era sinal de tragédia à vista”, ensina o presidente. Segundo ele, os romanos usavam os gatos para comerem os ratos nos porões de seus navios. O tratamento dispensado aos gatinhos durante a peste negra, pandemia que dizimou um terço da população europeia durante o século 14, na baixa Idade Média, também será retratado durante o desfile. “Naquela época a Igreja Católica achava que o gato era um animal maldito e mandou exterminar os bichos”, contextualiza Alexandre.


Enredo: Lendas e contos de um felino sagrado

Componentes: 500

Samba-Enredo: Fabinho do Terreiro e Pirulito da Vila

Alas: 12

Carnavalesco: Paulo Balbino

Carros Alegóricos: 3


Acadêmicos de Venda Nova fala de voluntariado e relembra figuras de Nelson Mandela, Chico Xavier e Gandhi


“Vamos arrebatar os jurados e a plateia”. É assim que o carnavalesco Marco Aurélio Gonçalves adianta como será a performance da Acadêmicos de Venda Nova. Tendo o azul e rosa como suas cores, a escola aposta na potência dos 80 ritmistas de sua bateria, conhecida como Venenosa, para levantar a galera. Até coreografia está sendo prometida pelos músicos, que serão liderados pela rainha de bateria Malu Agatão.


O tema do samba-enredo teve como tripé a ideia de voluntariado, solidariedade e filantropia, segundo o carnavalesco. É que a grande homenageada será Ester Sanches, uma mineira de 53 anos que tem uma história de vida dedicada em prol da caridade e benevolência. “Ela é uma mulher que tem um intenso trabalho de voluntariado e ganhou notoriedade nos Estados Unidos. Nos apaixonamos pela história dela”, informa Marco Aurélio. É a primeira vez que a agremiação presta homenagem a uma mulher.


Ester Sanches é belo-horizontina e foi morar nos Estados Unidos na adolescência, motivada pela intenção de ser atleta. Atuou ao lado de grandes nomes do atletismo, como Robson Caetano, Zequinha Barbosa e Joaquim Cruz. Por lá acabou tendo que trabalhar como empregada doméstica e, mais tarde, dedicou-se aos estudos nas áreas de fonoaudiologia e sotaques. Seu impulso em ajudar brasileiros em situação de risco a levou a integrar o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior. É entusiasta do Carnaval e já foi rainha do congado na cidade mineira de Alvinópolis.


Um musical da Broadway será montado em um dos carros alegóricos, intitulado Hello, Tio Sam, remetendo à passagem de Ester pela América do Norte. “Vamos realizar inserções surpresas de elementos circenses, além de acrobacias nas alegorias”, antecipa o carnavalesco. Símbolos do altruísmo universal serão lembrados ao longo do trajeto, como as figuras de Nelson Mandela, Chico Xavier e Gandhi. O último carro-alegórico irá apresentar os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) adotados pela ONU. O desempenho sempre elogiado do casal de mestre-sala e porta-bandeira, formado por Dênis Black e Iara Luiza, também promete ser um ponto forte do desfile.


Enredo: Ester Sanches. A Embaixadora da Solidariedade

Componentes: 600

Samba-Enredo: Geraldo Magnata, Mandruvá, Mário da Viola, Mauro Bainha

Alas: 16

Carnavalesco: Marco Aurélio Gonçalves

Carros Alegóricos: 5


Canto da Alvorada rememora o triste caso do menino Bernardo, morto pelos pais, como alerta em defesa dos direitos da criança e do adolescente


Os direitos da criança e do adolescente servem de espinha dorsal para a escola Canto da Alvorada, escola criada em 1979 que tem como enredo ‘Os cantos e encantos de um ser criança na alvorada de um novo mundo’. A campeã do Carnaval de Belo Horizonte do ano passado entra na avenida para repetir a dose. Confiança não falta para escola, conforme explica Maria Elisa, a diretora de Carnaval da agremiação. “Estamos indo para ganhar”.


A intenção é falar de um tema sério e importante, mas com a leveza e ludicidade que a criatividade permite. Por isso a escola parte de uma história infantil para celebrar os 28 anos de criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Logo no início do desfile, uma criança adormece e começar a enxergar um reino sem magia. “Ela percebe que o mundo também tem pessoas más, mas em seguida é apresentada a soldadinhos de chumbo e fadas-madrinha que vão protegê-la”, entrega a diretora. Algumas alas da escola serão compostas por pessoas que integram a rede de proteção à criança e ao adolescente, entre eles funcionários do Ministério do Trabalho e da Prefeitura da capital.


Ao longo do ano a escola de samba fez campanhas na internet sobre trabalho infantil, pedofilia, direito à educação e saúde, e as abordagens continuam agora durante o desfile. O direito à inclusão será representado numa ala com mulheres plus size. Um dos casos que mais chocaram o país, a morte do menino Bernardo será lembrada pela escola. “A morte dele acabou motivando a criação de uma lei que ajuda a salvar a vida das crianças”, informa Maria Elisa. Aos 11 anos, Bernardo foi morto pela madrasta, com a participação do próprio pai, do irmão e de uma amiga da madrasta. Após o crime, foi criada a Lei Menino Bernardo, que estabelece como direito da criança e do adolescente serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante.


Enredo: Os cantos e encantos de um ser criança na alvorada de um novo mundo

Componentes: 650

Samba-Enredo: Serginho BH

Alas: 16

Carnavalesco: Maria Elisa Abreu Cruz de Morais (diretora de Carnaval)

Carros Alegóricos: 3


“Quanto vale a vida”, questiona Imperavi de Ouros com enredo sobre preservação ambiental


O Carnaval da Imperavi de Ouros segue engajado. Se a questão indígena foi assunto do ano passado, agora a escola se volta para algo igualmente urgente. Numa época em que barragens varreram vidas de centenas de pessoas em Minas Gerais, a turma do bairro Anchieta vem falar de sustentabilidade, especialmente da gestão das águas, com o enredo “A saga e uma Imperavi mergulhada nos encontros das águas”.


“Estamos fazendo um grito de socorro para preservar os rios e acabar com a poluição. Estamos pensando nas futuras gerações”, relata o presidente Luiz Carlos Novais. Esse chamamento ambiental chega ritmado pela Marujada, a bateria da escola composta por 60 integrantes, que irá percorrer a avenida toda coreografada. À frente dos ritmistas aparece Wallace Guedes, o rei da bateria, uma das novidades da Imperavi de Ouros, além da rainha Yaralis Renata Teles.


Todas as fantasias foram pensadas partindo de temas aquáticos, e será na comissão de frente onde isso estará visível com mais intensidade. São frutos colhidos pelo trabalho de Rodrigo A Onda, o novo coreógrafo da escola, que provocou os integrantes a simularem o encontro das águas doce e salgada. Entre os destaques, Mellody Nunes aparece como musa trans.


No carro derradeiro da jovem agremiação criada em 2013, os carnavalescos criaram o céu, o inferno e a Terra, com o intuito de demonstrar de que forma o homem está destruindo a natureza. “Quanto vale a vida?”, questiona o samba-enredo da escola, numa clara referência à questão da mineração.


Enredo: A saga e uma Imperavi mergulhada nos encontros das águas

Componentes: 430

Samba-Enredo: Carmo Antunes, Guilherme Mocidade

Alas: 12

Carnavalesco: Luiz Carlos Novais, Sandro Sodré e Professor Rogério Rosinha, Janete Sodré

Carros Alegóricos: 3