13 November 2017 -
Quem passa pela Avenida Churchill, no bairro Santa Efigênia, na região Leste da Capital, não imagina que no topo do prédio da Unimed existe uma área verde de 599m². O empreendimento conta ainda com sistema de aproveitamento de água pluvial e de rebaixamento do lençol freático. É assim também na Avenida Augusto de Lima, no Barro Preto. O edifício Santa Juliana conta com 300m² de área verde no 14º andar. São os telhados verdes.
Transformar a área impermeabilizada em uma área vegetada ou ajardinada é uma forma que a Prefeitura de Belo Horizonte encontrou para minimizar os impactos ambientais da cidade. Por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a PBh tem aprovado a inserção de “Telhados Verdes” nos edifícios que se licenciam no munícipio. São jardins sobre lajes implantados no último andar ou em áreas comuns dos edifícios. A cidade já possui 26 telhados verdes instalados.
Com uma vegetação mais expressiva, utilizando espécies nativas da flora brasileira e espécies arbóreas de médio porte, os telhados verdes favorecem a redução do escoamento superficial e aumentam a evapotranspiração. Além de minimizar a ocorrência de cheias e inundação.
“Belo Horizonte é uma cidade muito adensada, por isso acredito que tenhamos que buscar alternativas e saídas para melhorar a qualidade do ar e impermeabilização de águas da chuva. A opção do telhado verde ficou sensacional. É muito agradável, nem parece que estamos em pleno centro de Belo Horizonte”, afirma Bernardo Santos, engenheiro do edifício Santa Juliana, no Barro Preto.
Bernardo conta ainda que, ao redor do prédio, já é possível ver outros telhados verdes, uma espécie de jardineira flutuante e que o local virou um ponto de encontro para as aves. “Nosso telhado é muito agradável, tem um banco para sentar, as pessoas podem ter como uma área de descanso ou lazer. O local virou um ponto de encontros para bichos também... já vimos espécies raras por aqui. Outro dia, um tucano apareceu, é difícil de pensar isso no centro de BH, mas é verdade”, concluiu.
Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, a instalação de telhados Verdes em BH não substitui as áreas verdes naturais, mas minimizam os impactos da urbanização da cidade. “Os telhados verdes não são propostas para substituir as necessárias áreas vegetadas sobre terreno natural, que além de possibilitar vegetação de porte mais significativo, ainda favorecem infiltração de águas pluviais. Os telhados verdes, como estabelecidos no licenciamento ambiental, visam à mitigação do impacto ambiental”, ressalta.
Telhados Verdes e seus benefícios
Os telhados verdes nem sempre estão instalados no topo ou cobertura de prédios. Alguns deles ficam em áreas externas e fazem parte da paisagem do edifício. Mas não é só beleza que eles trazem para Belo Horizonte. “Fomos percebendo os aspectos que poderiam ser melhorados, relativamente ao acesso, drenagem, irrigação e à própria vegetação. Se, olhamos para cima e de cima já podemos observar o espetáculo de vegetação que se desenvolve. Se estamos em edificações com estas áreas jardinadas disponíveis à apropriação pública, percebemos os benefícios diretos e indiretos delas na qualidade de vida das pessoas”, explica Mário Werneck.
Conheça os benefícios dos telhados verdes para a população:
- Diminui a poluição e melhora a qualidade do ar das cidades.
- Ajuda a combater o efeito de ilhas de calor;
- Retenção da água das chuvas e minimização do escoamento superficial;
- Diminui a possibilidade de enchentes;
- Reduz o consumo de energia, e melhora a eficiência energética devido à redução da temperatura no ambiente interno, diminuindo a necessidade de refrigeração;
- Aumento da biodiversidade, atraindo pássaros, borboletas e outros animais para a área; e
- Embeleza a edificação e a cidade.