11 September 2019 -
O Teatro Marília (avenida Prof. Alfredo Balena, 586) recebe de quarta-feira, dia 11 de setembro, ao dia 15, domingo, O Levante! Festival Internacional de Mulheres em Cena. Em sua primeira edição, com apoio de parceiros e financiamento coletivo, o festival reúne trabalhos na área de artes cênicas de mulheres brasileiras e originárias do Uruguai, México, Reino Unido, Turquia e Canadá. A mostra tem como objetivo discutir o pensamento e a condição existencial da mulher contemporânea, além de valorizar a representatividade feminina à frente da criação artística. Os ingressos dos espetáculos podem ser adquiridos por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e as mesas-redondas têm entrada gratuita.
“O Levante!” é realizado pelo O Trem Companhia de Teatro e foi idealizado pela atriz, diretora e dramaturga Livia Gaudencio, que também faz a curadoria. O evento integra o The Magdalena Project, uma rede em prol da visibilidade do empenho artístico das mulheres, criada em 1986 no Reino Unido, e que já inspirou iniciativas desse tipo em mais de 12 países. Constituindo-se como espaço de troca, visibilidade e sustentação da arte feita “de, por e para” mulheres de diferentes regiões do mundo, o festival teve início na segunda-feira, dia 9. Além do Teatro Marília, outros dez espaços recebem a programação do festival a partir do dia 11. A programação completa pode ser conferida neste link.
No Teatro Marília, o público poderá assistir a obras internacionais, como a performance “The Numbers Increase As We Count...”, de Ulfet Sevdi, escritora, diretora e dramaturga da Turquia que, atualmente, mora em Montreal, no Canadá. A performance fala sobre vítimas de tráfico sexual após o início da guerra EUA-Iraque e a ocupação do Iraque ; o show musical “Eu Você Um Nó”, de Lara Aufranc, de São Paulo, com as participações de Julia Branco e Sara Não Tem Nome, de Belo Horizonte; o espetáculo “A Receita”, da artista e professora Nana Sodré, direto de Recife, Pernambuco, uma obra tragicômica que descreve o universo de uma mulher num processo de libertação; entre outras atividades e atrações. Informações para o público pelo telefone (31) 3277-4697.
PROGRAMAÇÃO
- DIA 11: QUARTA-FEIRA
16h30 | R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
The Numbers Increase As We Count... | Ulfet Sevdi | Turquia/Canadá | Performance (60 min.)
A performance que tem como tradução “Números aumentam à medida que contamos…” é construída em torno de uma contagem contínua: 1, 2, 3… Esta contagem se refere ao número estimado de vítimas de tráfico sexual após o início da guerra EUA-Iraque e a ocupação do Iraque depois. Continuar a contagem até alcançar o número real de mulheres vítimas do tráfico seria uma contagem sem fim. Ulfet Sevdi é da Turquia e atualmente mora em Montreal. Escritora, diretora, dramaturga, professora e fã do teatro do oprimido.
19h30 | R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
Eu Você Um Nó | Lara Aufranc (SP) com participação de Júlia Branco (BH) e Sara Não Tem Nome (BH) | Show musical (60 min.)
Cantora e compositora de São Paulo, Lara Aufranc apresenta seu segundo álbum solo. O disco, “Eu Você Um Nó” gravado e mixado em janeiro e fevereiro de 2019, tem direção artística de Romulo Fróes (Elza Soares – “A Mulher do Fim do Mundo”) e mistura referências improváveis como Rita Lee, David Bowie e Metá Metá. O álbum é um relato confessional, cuja temática principal é a relação com o outro. No repertório do show, além das faixas do novo álbum, a cantora apresenta músicas de Julia Branco e Sara Não Tem Nome, compositoras atuantes na cena independente mineira. No palco, Lara será acompanhada por Verônica Zanella na guitarra e Karen Fidelis no baixo.
- DIA 12: QUINTA-FEIRA
14h |R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
A Mulher que Andava em Círculos | Marina Viana |Belo Horizonte (MG) | Trecho do espetáculo (30 min.)
Este trabalho traz para o palco a memória coletiva e a estética dos prospectos do teatro político na América Latina. O monólogo conduz o espectador para ambiências políticas, afetivas e existenciais da protagonista, de onde surgirão questionamentos que serão desenhados no conflito entre a memória e o esquecimento. Uma reflexão sobre o tempo, as utopias e as coisas que vão ficando pelo caminho. Marina Viana é atriz, dramaturga e diretora teatral graduada no curso de Artes Cênicas da UFMG. É integrante do Mayombe Grupo de Teatro, Teatro 171, Cia Primeira Campainha, e colaboradora de outros coletivos de Belo Horizonte.
Trombo | Carolina Corrêa |Belo Horizonte (MG) | Cena curta (15 min.)
Uma mulher recebe um diagnóstico, que pode ser fatal. Um diagnóstico que, naquele momento, para ela, é fatal. Um falso diagnóstico. Uma mulher que sente a dor, que sente os golpes, que procura um alívio para sua existência. Exames, testes e ressonâncias. Quantos golpes são necessários para um corpo deixar de ser um corpo? É o que aborda essa cena curta de Carolina Correa, atriz, bailarina, pós-graduada em performance e arte e fundadora do Grupo Dos Dois e da Soller Centro de Artes.
Quem Anda no Trilho é Trem | Bárbara Salomé | São Paulo (SP) | Work in progress (30 min.)
Obra teatral de autoficção como toda memória de infância pode ser. É a narrativa de duas mulheres no interior de Minas Gerais – sobrinha e tia – donas de um sonho em comum: existir. A sobrinha conta a história da Tia que sonhava cantar numa rádio da capital, mas acabou se desiludindo de forma trágica. Uma pesquisa sobre a normalidade/loucura, a infância e os caminhos e desvios que nos levam para quem somos. Bárbara Salomé é atriz e palhaça. Estudou teatro na UFOP-MG e especializou-se em Humor pela SP Escola de Teatro\SP. Pesquisa a linguagem do palhaço desde 2008 e atualmente faz parte do Coletivo de palhaças ah!gente secretx.
16h | GRATUITO
Mesa-redonda: "Vamos juntas!: Sustentabilidade e Economia Criativa na Arte"
Com mediação de Bárbara Freiris (BH/SP), publicitária, atriz e atualmente sócia da Levisky Legado, escritório especializado em Sustentabilidade Financeira de grandes instituições. Foi coordenadora de Comunicação da Endeavor Brasil, dentre outras experiências. As convidadas são: Jill Greenhalg (Reino Unido), fundadora do The Magdalena Project; Jana Janeiro (BH), cofundadora da Casa Quilombê, projeto de intercâmbio quilombola, cultura e arte, e integrante da equipe educativa do Instituto Inhotim; Verónica Mato (Uruguai), diretora, atriz e produtora da Trillo Distribuidora, que tem atuado em diversos festivais na América Latina e Europa.
- DIA 13: SEXTA-FEIRA
20h30 | R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
AFio | Andressa Fonseca e Beatriz Regina | Belo Horizonte (MG) |Cena curta (15 min.)
Buscando refletir sobre como a relação que temos com nosso próprio corpo reflete em nossa experiência no mundo, Afio, através da linguagem da dança contemporânea e performance, explora as possibilidades que dançar com um barbante nos permite física e poeticamente. Andressa Fonseca e Beatriz Regina são artistas da dança e professoras.
Corpo em Ciclo | Luiza Adjuto | Brasília (DF) | Performance (10 min.)
A partir do corpo Acrobático, manifesta se a dualidade entre masculinização e liberdade de menstruação da mulher. Numa acrobática, aparelho circense, cria-se momentos de tensões e de exposição do sangue menstrual. Luiza Adjuto é estudante de educação física e de circo, fez residências artísticas estudando o corpo aéreo em cena e adaptação a teatros, além de apresentar questões do corpo feminino e menstruação.
Mulher, como você se chama | Janaina Matter | Curitiba (PR) - Espetáculo (40 min.)
Solo que tem atuação e dramaturgia de Janaina Matter e direção de Maíra Lour. Parte do conceito de corpo como casa, como espaço de memória, permanência e criação, abraçando a ideia de trazer muitas histórias em um só corpo, assumindo a ancestralidade e a ascendência para falar de hoje. Janaina Matter é atriz-criadora, dramaturga, diretora, ativista e cofundadora da Súbita Companhia de Teatro (2007) em Curitiba, Brasil, onde atua até hoje.
- DIA 14: SÁBADO
20h30 |R$ 20 (inteira) | R$ 10 (meia)
A Receita | O Poste Soluções Luminosas | Recife (PE) | Espetáculo (40 min.)
“A todas as mulheres do mundo!” Grita com o corpo a atriz Naná Sodré, na obra tragicômica que descreve um universo de uma mulher num processo de libertação. O espetáculo funciona como um foco de luz que revela as situações vividas no ambiente domiciliar e social de várias mulheres pelo mundo a fora. Morte, violência, loucura e a intolerância de uma maneira peculiar são narradas nesse solo explorando diversos pontos de vista, abordando suas inexoráveis naturezas e revelando uma dramaturgia atual de Samuel Santos, antenada com as questões de uma personagem no seu processo limite. Naná Sodré é atriz, diretora, produtora cultural e professora de Artes Cênicas formada pela UFPE. Fundou o grupo O Poste em 2004, que se denomina como grupo artístico e de investigação teatral com foco na pesquisa em matriz africana e visibilidade do negro na arte e na vida.
- DIA 15: DOMINGO
16h |GRATUITO
Apresentação dos resultados das residências "O Corpo: Território e Fronteira" e "MAPA", seguida de bate-papo sobre Criações Cênicas em Residência.
A residência “O Corpo: Território e Fronteira”, de Violeta Luna (México) propõe investigar as relações dos corpos inseridos nos contextos culturais. As participantes utilizarão seus corpos como território de criação e desenvolverão ações a partir de suas complexidades pessoais de memória, identidade e sentido social individual de raça, gênero e sexualidade. “MAPA”, de Verónica Mato (Uruguai) propõe um processo criativo onde cada participante desenvolva uma proposta artística da construção (e desconstrução) de uma cartografia pessoal, que irá funcionar em possibilidades de mapeamento interno e externo.