27 July 2022 -
O Copo Lagoinha é, sem sombra de dúvidas, um patrimônio boêmio da cultura belo-horizontina. Tanto é que se tornou inspiração e matéria-prima para uma mostra com obras inéditas de 20 artistas, arquitetos e designers da cidade, que está exposta no hall Aarão Reis, na sede da Belotur (Rua Espírito Santo, 527, Centro). A exposição fica aberta ao público de 9h às 18h, de segunda a sexta-feira, ainda sem data para término.
Recentemente, essas obras participaram da Ação Modernos Eternos Street, ocupando diversos espaços da capital mineira, além da própria mostra Modernos Eternos, que teve sua 7ª edição concluída em julho deste ano no P7 Criativo, prédio assinado por Oscar Niemeyer na Praça Sete. “Visitei a exposição, me encantei com as obras, e já negociei uma extensão da mostra na Belotur. É uma honra receber essas peças, assinadas por artistas tão importantes, num prédio que também é patrimônio da cidade, assim como o Copo Lagoinha”, diz Gilberto Castro, presidente da Belotur.
Para criar as obras, os participantes receberam Copos Lagoinha e estruturas em metal. Cada um ficou livre para desenvolver sua proposta, no formato ou suporte preferido, apenas com o desafio de representar a história de afeto entre os belo-horizontinos e o copo. “Os artistas foram trabalhando à sua maneira. Temos resultados muito interessantes e diferentes que vão desde esculturas mais tradicionais, até um lustre feito com Copos Lagoinha e instalações em grande escala”, conta Marcos Esteves, curador. Entre os convidados estão, por exemplo, o urbanista João Diniz, pesquisador da Baixo Centro de BH, o escultor Ricardo Carvão Levy, autor do ‘Monumento à Paz’ na Praça do Papa, e o Stark Studio, empreendimento de arquitetura, design autoral e marcenaria. O Movimento Viva Lagoinha também foi parceiro e incentivador da Exposição, ajudando na divulgação e em apresentações da mostra.
Copo Lagoinha (ou Americano)
Criado em 1947 por Nadir Figueiredo, o então copo ‘Americano’ ganhou este nome por ser produzido, ainda que em São Paulo, por máquinas de origem norte-americana. Icônico, o copo chegou a representar o design brasileiro no Museu de Arte Moderna de Nova York. O nome Lagoinha já é oficialmente reconhecido pela fabricante, após petição popular, em referência ao bairro boêmio belo-horizontino de mesmo nome, onde, na década de 40, o copo foi apresentado e vendido à clientela dos bares, pela primeira vez.