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Região Hospitalar recebe obras de preparação para se transformar em Zona 30

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A Região Hospitalar, que recebe grande movimentação de pedestres, é a primeira área de Belo Horizonte que está sendo preparada para receber o projeto Zona 30. As intervenções viárias já estão sendo executadas nas interseções da rua dos Otoni com avenida Alfredo Balena, na rua Padre Rolim com avenida Bernardo Monteiro, na avenida Bernardo Monteiro com rua dos Otoni e na avenida Carandaí com rua Piauí.
 

O projeto Zona 30 prevê o estabelecimento de vias locais com velocidade máxima de 30km/h para veículos, priorizando quem anda a pé, de bicicleta ou quem tem mobilidade reduzida, principalmente os idosos. Nos locais em que foi adotado, o projeto resultou na redução significativa do número de acidentes nessas vias, transformando-as em locais mais seguros, com maior espaço para convivência e melhor acesso a serviços.
 

Com o tratamento viário que começa a ser implantado, os trechos da rua dos Otoni, entre avenida Alfredo Balena e avenida Francisco Sales, e da avenida Bernardo Monteiro, entre avenida Brasil até a avenida Alfredo Balena, vão se transformar em breve em uma Zona 30.
 

Para isso, as calçadas estão sendo ampliadas e adaptadas para garantir acessibilidade para todos. Em seguida, outras ações vão se estender por trechos mais amplos, caracterizando o local como uma região de tráfego calmo. Haverá instalação de rotatória, revitalização de faixas de pedestres e sinalizações indicativas e de regulamentação de velocidade para 30 km/h, placas indicando o compartilhamento da via por pedestres, ciclistas, motos e carros, além de pinturas no solo.
 

De acordo com a coordenadora de Sustentabilidade e Meio Ambiente da BHTrans, Eveline Trevisan, a escolha da Área Hospitalar deve-se às características do local. “É uma região com grande volume de pessoas caminhando nas calçadas e realizando travessias. São pessoas que precisam ter acesso aos hospitais, centros de saúde, faculdade, escolas e ao comércio. E por isso, estão em circulação muitos veículos, dos individuais aos coletivos. O tratamento diferenciado da área é necessário para garantir a segurança de todos, em especial dos mais vulneráveis a acidentes, como idosos, pessoas com mobilidade reduzida, pedestres em geral e ciclistas”, explicou. 
 

Quanto à velocidade estabelecida, de 30 km/h, a coordenadora explica que foi feito um estudo minucioso da região e que os veículos já circulam nessas vias em baixas velocidades. “Há uma concentração de veículos trafegando e os motoristas já não desenvolvem velocidades mais altas. Estamos oficializando a velocidade já praticada e adotando medidas complementares. É um projeto de proteção da vida”, afirmou. 

 

Tendência Mundial

A instalação de Zonas 30 é uma medida contemporânea e vem sendo aplicada em diversos países, como Inglaterra, Holanda, França, Áustria, Espanha, Canadá, México, dentre outros. As cidades alemãs de Bremen e Leipzig, com as quais Belo Horizonte mantém uma parceria desde 2012, também são exemplos de instalação de ambientes com restrições amigáveis para os carros e prioridade da segurança dos pedestres.
 

Segundo o Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), em 2014 a Prefeitura de Nova Iorque criou o programa Vision Zero, cuja meta é zerar o número de mortes no trânsito até 2024. Além da redução dos limites de velocidades para 40 km/h, adotou-se o aumento da fiscalização para identificar motoristas que não param para a travessia de pedestre e a instalação de fiscalização eletrônica de velocidade. Em um ano do programa, foi registrada uma queda de 15% no número de mortes.
 

No Brasil, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já contam com áreas que tiveram as velocidades dos automóveis limitadas para o uso seguro da circulação de pedestres e dos ciclistas.