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Mesa em formato de U com pessoas sentadas ao redor e um homem no meio com os braços abertos
Foto: Rodrigo Clemente/PBH

Projeto Ser Mais promove reflexão sobre o papel do servidor público atualmente

criado em - atualizado em

Em edição especial comemorativa do Mês do Servidor, realizada na quarta-feira, 10/10, na sede da Prefeitura, o projeto Ser Mais apresentou a palestra ‘O servidor público no contexto atual de desenvolvimento da administração pública’. O palestrante, Geraldo Gonçalves Boaventura, auditor fiscal da Receita Estadual e professor universitário na área de gestão e estratégias organizacionais, desenvolve um trabalho respaldado na arte como recurso instrucional e de análises organizacionais.
 

Com as luzes apagadas, Boaventura surpreendeu a plateia com uma performance teatral confrontando as personalidades acomodadas e as incomodadas. A alegoria fala de irmãos que vivem isolados e acomodados nas sombras de uma caverna escura, até que um deles, incomodado com a situação, descobre a luz e a vida do lado de fora. Boaventura faz uma breve pausa e a servidora Mariana Aguiar brinda os presentes com a leitura de um trecho da obra de Álvaro de Campos, um dos heterônimos do poeta português Fernando Pessoa.
 

Ao retomar os trabalhos, o palestrante iniciou um processo de interação com a plateia, indagando sobre as aspirações e as motivações de cada um, promovendo um ambiente de reflexão sobre a singularidade do ser humano, quase sempre escondida na pluralidade da vida no dia a dia.
 

Após esse aquecimento, Boaventura passou aos conceitos que desenvolveu ao longo de sua experiência como servidor público, através da vivência e da observação. Segundo ele, é essencial que se tenha a percepção da alteridade, da existência do outro, e que esse outro tem sede de ser atendido.
 

Considerando que essa é a razão de ser do servidor, para se fazer um bom trabalho, é necessário entender e fazer-se entender pelo outro, seja um cidadão em busca de atendimento ou um colega de trabalho, ouvindo-o com atenção; apreender, colocando-se no lugar do outro: compreender, absorvendo as aspirações ou necessidades do interlocutor; empreender, transformando o que o outro precisa em produto a ser entregue; surpreender, procurando sempre ter algo a mais para oferecer; e, finalmente, despender, fazendo a entrega, dando a resposta ou prestando o esclarecimento satisfatório ao outro.
 

Boaventura alertou para a importância de se buscar sempre a clareza e a leveza na comunicação no ambiente de trabalho, tendo em vista a complexidade e as diferenças entre as pessoas, que, a despeito de tantas variáveis, estão em busca de objetivos comuns. “Neste momento em que as mudanças são constantes e velozes, e em que frequentemente o servidor público é apontado como a causa de todos os males, é imprescindível que resgatemos o nosso valor, servindo bem e generosamente, sobretudo mantendo a nossa palavra e a nossa atitude em plena consonância”, concluiu.