28 Maio 2019 -
A equipe do CTI do Hospital Metropolitano Odilon Behrens não registra casos de infecção do trato urinário entre seus pacientes há seis meses. Os funcionários comemoram os resultados e se mostram empenhados na tentativa de diminuir ainda mais a incidência das demais infecções. Desde dezembro de 2017, o hospital participa do projeto “Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil”. A ação é fruto de uma parceria do Ministério da Saúde com o Institute for Healthcare Improvement e tem como objetivo a redução das taxas de infecção hospitalar em 50% até março de 2020 entre as instituições participantes.
No ano de 2017, a incidência de infecção do trato urinário no CTI era de 9,2%, caindo para 5,4% no início de 2018 e chegando a 0,0% nos últimos seis meses. O Cateter Vesical de Demora, utilizado para avaliar/quantificar o volume de diurese, é uma das principais portas de entrada para as infecções hospitalares. Diminuir ao máximo possível o tempo que o paciente permanece fazendo uso do cateter foi uma importante medida adotada pela equipe do CTI que contribuiu para zerar a incidência de infecção do trato urinário antes mesmo do prazo estipulado pelo projeto.
Ao todo 119 hospitais participam do projeto no Brasil. As instituições são divididas em cinco grupos diferentes liderados por um grande hospital de referência. O Odilon Behrens pertence ao grupo do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. O projeto promove grandes encontros entre as instituições, além da realização de reuniões semanais por meio de videoconferência com os líderes das equipes. Segundo Rafael Fernandes, enfermeiro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Odilon Behrens, o objetivo das reuniões é promover troca de experiências entre o hospital de referência e as demais instituições. “A base do projeto é todo mundo ensina todo mundo aprende. É uma troca de experiências sem grandes tecnologias”, relata.
Essa troca de experiências tem trazido resultados bastante positivos. Com o início do projeto, a equipe de controle de infecção hospitalar do hospital passou a fazer uso de um conjunto de medidas simples de combate à infecção hospitalar conhecido como Bundles (pacotes). As medidas visam diminuir a incidência dos três principais sítios de infecção dentro do CTI do hospital: infecção primária da corrente sanguínea, pneumonia e a infecção do trato urinário.
Outra importante estratégia adotada a partir da implantação dos Bundles foi a utilização de crachás pelos funcionários do CTI com o dizer “pergunte-me se higienizei minhas mãos”. Com esse alerta, o acompanhante é incentivado a lembrar o funcionário sobre a necessidade de higienizar as mãos antes de iniciar o contato com o paciente. Esta foi uma iniciativa dos próprios funcionários do CTI e que trouxe bons resultados.
Participação da família
O trabalho em conjunto com os familiares dos pacientes internados tem sido outra ação bastante positiva. Agora os acompanhantes podem permanecer por mais tempo com os pacientes (das 8h às 20h), o que tem facilitado a comunicação dos enfermos com a equipe médica. Rafael destaca que muitas vezes os pacientes do CTI, por estarem inconscientes ou em estado de delírio, por exemplo, têm uma dificuldade muito grande para se comunicar.
“Dessa forma, a presença de um familiar por perto facilita o trabalho da equipe médica já que o acompanhante conhece melhor as características daquele paciente”, acrescenta. Além de contribuir para a comunicação do enfermo, o acompanhante também tem a oportunidade de conhecer de maneira mais detalhada as formas corretas de tratar o paciente após receber alta do CTI.
Rafael destaca a importância desse trabalho em conjunto entre a equipe do CTI e os familiares dos pacientes. “Esse marco foi muito importante para a gente, seis meses sem infecção de trato urinário é uma coisa grandiosa”, afirma.