31 Maio 2019 -
Uma das 16 modalidades oferecidas pelo Superar, programa da Prefeitura que promove a inclusão social da pessoa com deficiência por meio do esporte, a bocha mudou a vida da autônoma Adriana Aparecida de Souza, de 44 anos. Portadora de sequelas da paralisia infantil, a cadeirante começou a praticar o esporte há seis anos no Centro de Referência para a Pessoa com Deficiência, no bairro Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte.
“Eu fiz dança e natação, mas não me adaptei. Encontrei-me na bocha. Com todas as limitações e dificuldades que tenho, descobri que tem jeito e que a gente pode tudo”, afirma Adriana, uma das 15 alunas de bocha paralímpica no Centro de Referência.
Desenvolvido por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, o Superar atender 15 alunos de bocha paralímpica no Centro de Referência e oferece a bocha regular a dez alunos no Clube Palmeiras, parceiro da Prefeitura no programa Esporte Para Todos.
Além do treinamento, os alunos participam de competições regionais e nacionais. Entre os dias 14 e 16 de junho, oito atletas do programa disputarão o Brasileiro (Etapa Leste) de Bocha Paralímpica, que será realizado no Rio de Janeiro. Eles foram classificados na seletiva nacional que aconteceu nos últimos dias 24 e 26 de maio. A equipe de bocha paraolímpica é uma parceria entre o Superar e a Associação Paradesportiva e Esportiva de Belo Horizonte (APEBH).
Programa Superar
O Superar atende alunos com deficiência física, visual, intelectual, auditiva, múltipla e com autismo. São mais de 900 alunos inscritos em 16 modalidades esportivas.
O programa conta com o Centro de Referência para a Pessoa com Deficiência, a Escola Municipal de Ensino Especial Frei Leopoldo e seis núcleos regionalizados - Colégio Marconi, Clube Palmeiras e escolas estaduais de ensino especial Amaro Neves e João Moreira Salles, além da Associação de Deficientes Visuais de Belo Horizonte e da Associação de Surdos.
As 16 modalidades oferecidas são atletismo, basquetebol, bocha regular, bocha paralímpica, dança, futsal, goalball, judô, natação, patinação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, voleibol sentado, parataekwondo, funcional e percussão.
Mais saúde e convívio
“A bocha paralímpica é voltada a pessoas com deficiência física, enquanto que a bocha regular é para pessoas com deficiência intelectual”, explica o gerente do Superar, Marcelo Mendes. “Nas duas modalidades distintas o atleta amplia o campo de relacionamento social, se sente partícipe do processo e vivencia todos os ganhos que um atleta tem no âmbito do treinamento e da competição”, define Mendes.
Adriana ratifica as palavras do gerente do Superar e diz que a bocha abriu um horizonte de convívio social e amizades para ela. “Só acrescentou na minha vida, principalmente em termos de socialização, convívio e relacionamentos”, relata. Duas vezes por semana, nas tardes de quartas e sextas, Adriana sai de casa, no bairro Santa Cruz, região Nordeste da capital, e vai até o Centro de Referência para fazer as aulas. “Por causa do bocha, saio de casa, conheço o mundo dos deficientes e me exercito”, conta a atleta, quem tem dois vice-campeonatos paralímpicos mineiros de bocha.
Um dos parceiros constantes de treino de Adriana é o artista plástico Felipe Cardoso Rodrigues, de 26 anos. Com paralisia cerebral, o cadeirante pratica a bocha desde 2010. “A bocha melhorou a concentração e a responsabilidade dele. Também o tirou da depressão e praticamente o livrou da hipertensão”, enumera a mãe de Felipe, Vânia Cardoso Rodrigues.
As aulas de bocha paralímpica no Centro de Referência ocorrem as quartas e sextas, das 8h30 às 9h30 e das 15h às 17h30. Já as aulas de bocha regular no Clube Palmeiras são realizadas nos mesmos dias no horário das 14h às 15h. Há vagas em ambos os locais.
Para ingressar no Superar é preciso ter idade superior a seis anos e apresentar laudo de deficiência, condicionado à existência de vagas. Informações podem ser obtidas pelo e-mailsuperar@pbh.gov.br ou pelos telefones 3277- 4546 e 7681.