29 January 2019 -
Na quarta-feira, dia 30 de janeiro, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, realiza um mutirão dermatológico para identificação de possíveis casos de hanseníase. O objetivo é alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença, diagnosticar novos casos e incentivar a procura pelos serviços de saúde. O mutirão será realizado das 8 às 16 horas, no Centro de Saúde Barreiro de Cima (Praça Modestino de Sales Barbosa, 100, Flávio Marques Lisboa).
Durante todo o mês de janeiro, Agentes Comunitários de Saúde mobilizaram a população da região do Barreiro, orientando que quem tiver manchas com alterações de sensibilidade, deve procurar o mutirão ou uma unidade de saúde. Em 2018 foram notificados 40 casos novos da doença em moradores de Belo Horizonte e em 2017, 52. Nesses dois anos, o maior número de casos foi notificado na região do Barreiro, onde foram identificados 16 novos casos.
A ação desta quarta, vai possibilitar a busca ativa de casos novos e a realização de exame dos contatos, além de divulgar a oferta de tratamento completo pelo SUS e promover atividades de educação em saúde que favoreçam a redução do estigma e do preconceito que permeiam a doença. Durante a consulta clínica, caso seja identificado algum suspeito, o paciente será referenciado para um serviço especializado próximo de sua residência.
Tratamento
A capital possui serviços de referência que também recebem pacientes de outros municípios. Os pacientes são atendidos nos 152 Centros de Saúde através de busca ativa, encaminhamento via serviços de saúde ou demanda espontânea. Caso necessário, o usuário pode ser encaminhado para uma referência em hanseníase.
O tratamento é realizado gratuitamente com medicamentos administrados por via oral e duração de 6 a 12 meses, dependendo do caso. É muito importante que as pessoas que convivem ou conviveram com a pessoa diagnosticada sejam examinadas, pois são as elas têm maior chance de adoecer. A hanseníase tem cura e se tratada precocemente e de forma adequada, pode evitar as incapacidades. A taxa de cura em Belo Horizonte, nos últimos anos, está em torno de 90%.
Hanseníase
A hanseníase é doença infectocontagiosa crônica e, potencialmente incapacitante, se não diagnosticada precocemente. Pode causar esterilidade, cegueira, deformidades ósseas e articulares e até mesmo levar ao óbito, em alguns casos. A doença ainda não foi eliminada e o Brasil ocupa o segundo lugar em número de casos novos de hanseníase em todo o mundo.
A transmissão geralmente ocorre pelas vias aéreas. Não ocorre transmissão através da pele e utensílios. Após 36 horas do início do tratamento o paciente não transmite mais doença, mas é necessário que não haja interrupção do tratamento para a cura. Os principais sintomas da doença são o surgimento de manchas na pele – brancas, avermelhadas ou pardas – geralmente com alteração de sensibilidade da pele (formigamento, ausência de dor, calor ou frio na região), nódulos ou caroços e, nos casos mais avançados, perda das sobrancelhas. Nem todos os sinais e sintomas precisam estar presentes para o diagnóstico.