13 November 2018 -
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, nesta terça-feira, dia 13/11, a criação do BH nas Telas – Programa de Desenvolvimento do Audiovisual, em evento no MIS Santa Tereza com a presença do prefeito Alexandre Kalil e do secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira. Integrante da política de audiovisual desenvolvida pela Prefeitura desde a criação da Secretaria Municipal de Cultura, em 2017, o programa vai viabilizar um investimento inédito no audiovisual de cerca de R$ 9 milhões previstos para 2019. O valor é três vezes superior à média dos recursos destinados ao setor anualmente.
O BH nas Telas contempla a publicação de editais para incentivo à produção de curtas, médias e longas-metragens, produtos para TV, produção de Games Mobile baseados em Histórias em Quadrinhos de Belo Horizonte, festivais, pesquisas e audiovisual comunitário. O programa conta com recursos da Linha Coinvestimentos Regionais da Agência Nacional de Cinema (Ancine) e, além do lançamento dos editais específicos, inclui ainda a estruturação da Belo Horizonte Film Commission e a criação do Núcleo de Produção Digital de Belo Horizonte (NPD-BH).
“É mais uma área que estamos fomentando. Isso é trabalho. É simplesmente gente certa, no lugar certo, gente que sabe aonde ir, aonde buscar. Passamos de um investimento de R$ 1,5 milhão para R$ 9 milhões sem custo nenhum para a Prefeitura de Belo Horizonte. O que eu posso dizer é que o setor audiovisual de Belo Horizonte não tem volta. Nada que se inicia nessa Prefeitura, nessa gestão, vai parar, vai voltar ou vai diminuir”, afirmou o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.
Política para o audiovisual
Setor de grande importância na economia da cultura no Brasil, o audiovisual movimenta, hoje, R$ 24,5 bilhões por ano em média. Esse valor equivale a 0,46% do PIB – mais que a indústria farmacêutica, do papel e têxtil, como mostra pesquisa de 2017 da Fundação Dom Cabral/Ancine. Além dessa movimentação financeira, o desenvolvimento regional do audiovisual proporciona um expressivo aumento do potencial de geração de empregos, conforme demonstrado por pesquisas realizadas no Estado.
Nesse contexto, a Secretaria Municipal de Cultura, em seu primeiro ano, dedicou atenção e esforços para a estruturação de uma política para o audiovisual. Ao longo de 2018, uma série de ações foi realizada, com destaque para a participação na feira de audiovisual MAX – Minas Gerais Audiovisual Expo e a promoção de uma extensa agenda de encontros com Film Commissions nacionais e internacionais. O resultado desse investimento foi a criação do BH nas Telas, iniciativa que permite a ampliação dos recursos para o setor e objetiva atender às demandas do audiovisual belo-horizontino, assim como buscar a potencialização de novas produções para o Município.
“Eu recebi a missão de reconstruir uma Secretaria de Cultura que coloque a estrutura pública à disposição da população e de criar o melhor ambiente possível no desenvolvimento do setor cultural. E esse trabalho não é fácil, sobretudo no atual momento brasileiro, no qual foi criado um certo preconceito à presença do Estado na cultura. Não nos cabe estatizar a cultura, mas criar condições para que ela se desenvolva e seja acessível a todos. O esforço e a responsabilidade serão grandes, mas assumi a SMC com muito entusiasmo, porque Minas Gerais e Belo Horizonte são grandes centros culturais do Brasil e precisamos assumir sua potência. O BH nas Telas faz parte dessa premissa: reconhecer e fortalecer a força da nossa produção audiovisual", considerou o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira.
BH nas Telas
O BH nas Telas conta com recursos provenientes da Linha de Coinvestimentos Regionais da Ancine. Por meio do acordo firmado pela primeira vez entre a Secretaria Municipal de Cultura e a Ancine, em setembro de 2018, o valor atualmente destinado ao setor via Fundo Municipal de Cultura será ampliado de R$ 1,3 milhão para R$ 6,5 milhões. Além desse recurso, existe ainda a previsão de R$ 2,2 milhões a serem investidos por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, na modalidade incentivo fiscal, e R$ 375 mil destinados à implantação do Núcleo de Produção Digital, em um investimento de aproximadamente R$ 9 milhões no setor em 2019, valor três vezes maior que a média dos anos anteriores.
“Minas Gerais possui um histórico inegável dentro do audiovisual e hoje vive um momento ímpar, no qual várias produções locais têm sido premissas em festivais nacionais e internacionais e 94% das produtoras audiovisuais se encontram em Belo Horizonte. Mesmo nesse contexto, nós, enquanto poder público municipal, ainda não tínhamos conseguido promover uma política à altura da produção e qualidade do setor da cidade. Nesse sentido, a atual gestão da SMC reconhece o audiovisual como setor estratégico e elaboramos, em conjunto aos profissionais da área, o programa BH nas Telas”, definiu o secretário municipal adjunto de Cultura, Gabriel Portela.
Belo Horizonte Film Commission
A estruturação da Belo Horizonte Film Commission, órgão responsável pela regulação das filmagens no Município, também integra o programa. A Belo Horizonte Film Commission tem o objetivo de atrair e facilitar a realização de produções audiovisuais para a cidade, fomentando sua cadeia produtiva, gerando empregos, movimentando a economia e projetando Belo Horizonte para o Brasil e o mundo.
Com essa iniciativa, pretende-se ampliar, qualificar e agilizar os processos de tramitação já realizados pela Comissão de Filmagens, instituída pelo Decreto 16.515/2016, a fim de atender a demanda atual e atrair novas produções para o Município. Além de contribuir para o fortalecimento do turismo local, a comissão exercerá também um papel fundamental no mapeamento do setor do audiovisual local, agregando informações importantes, como os dados relativos à geração de emprego e renda, para a construção de uma política pública sólida.
Núcleo de Produção Digital
Além da BH Film Commisison e do coinvestimento da Ancine, a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura firmaram um convênio com o Ministério da Cultura e implantarão, em 2019, o Núcleo de Produção Digital de Belo Horizonte (NPD-BH). Com a implantação do NPD-BH, a cidade passa a contar com um novo equipamento público de cultura e educação, voltado para a formação e o aprimoramento profissional e artístico de realizadores audiovisuais nas mais diversas funções.
O NPD atuará ainda no apoio à produção audiovisual independente, com o fornecimento de equipamentos adequados por meio de edital de empréstimo. O Núcleo será um espaço de fomento à produção audiovisual, de valorização da identidade local e terá impacto extremamente positivo na cidade, especialmente na formação na área audiovisual e na imersão de jovens na cultura digital.
Homenagem a Geraldo Veloso
Durante o evento, a Secretaria Municipal de Cultura fez uma homenagem ao cineasta, crítico e ensaísta belo-horizontino Geraldo Veloso (Belo Horizonte, 1944 - Belo Horizonte, 30 de setembro de 2018), dando o seu nome à sala de cinema do MIS - Cine Santa Tereza. Geraldo Veloso foi uma personalidade de extrema importância para o cinema nacional, tendo participado e realizado importantes filmes de nossa filmografia.
Figura ímpar para o audiovisual mineiro, Geraldo contribuiu enormemente ao longo de toda a sua trajetória com as ações do antigo Centro de Referência Audiovisual (CRAV), do Museu da Imagem e do Som e do MIS Cine Santa Tereza, sempre presente como realizador, crítico, pesquisador e curador, atuando diretamente em projetos como a Mostra Minas e o Cinema, e nas sessões comentadas do Cinema Falado, realizadas mensalmente nesse espaço.
Sua memória permanecerá viva, guardada e difundida pelo Museu da Imagem e do Som (MIS-BH), por meio do “Fundo Geraldo Veloso”, que reúne filmes, cartazes e publicações doados por este grande mestre, e agora também por meio da sala de cinema que recebeu o seu nome.
Prêmio concedido ao Museu da Imagem e do Som
Outra novidade anunciada pela Secretaria Municipal de Cultura foi o prêmio Modernização de Museus, do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), concedido ao Museu da Imagem e do Som, o MIS, em reconhecimento à sua atuação no campo da preservação e da difusão de acervos audiovisuais. A instituição foi contemplada na última semana com prêmio no valor de R$ 100 mil, que será dedicado à qualificação da infraestrutura do MIS, especialmente no que se refere a ações de prevenção de riscos e de digitalização de acervo.
O Museu da Imagem e do Som desenvolve um importante trabalho de apoio ao universo audiovisual na capital mineira. Além do espaço museal, que mantém hoje mais de 90 mil itens nos mais diferentes suportes, entre filmes, fotografias, cartazes e objetos, o MIS também conta com espaço de exibição – o MIS Cine Santa Tereza – dedicado à promoção e à democratização do acesso ao cinema.