26 Abril 2024 -
Uma cidade limpa e bem-cuidada faz toda a diferença para quem mora no lugar ou está apenas de passagem. Mas, para que isso aconteça, é necessária a união de esforços entre o poder público e o próprio cidadão, com o objetivo de preservar o bem comum. Um dos desafios diários da Prefeitura é vencer a pichação em muros, passarelas, viadutos e da capital. Para se ter uma ideia, de janeiro de 2023 a abril deste ano, o município desembolsou quase R$ 288 mil para limpar uma área equivalente a 11.717 metros quadrados.
Mesmo diante desse trabalho todo, Alberto Sabino Gonçalves, agente de Operação e Controle da Gerência de Acompanhamento e Controle dos Serviços de Limpeza Urbana da SLU, é otimista. Isso porque, segundo ele, alguns lugares considerados crônicos estão permanecendo limpos por mais tempo. “Às vezes, removíamos uma pichação hoje e, após dois dias, o mesmo espaço aparecia novamente sujo”, conta. “Agora temos percebido um lapso de tempo maior entre uma atuação e outra”, comemora. As equipes notaram que, aos poucos, alguns pontos passaram a ser pichados uma vez por semana, depois a cada quinze dias e até mesmo permanecendo limpos por vários meses.
“As regiões mais afetadas pela pichação são os viadutos das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, além do Túnel da Lagoinha, talvez por serem corredores de grande circulação de pessoas e os preferidos por quem deseja visibilidade para os protestos”, aponta Alberto. “É importante destacar que a SLU é responsável pela remoção de pichações em obras de arte de engenharia urbana como viadutos, trincheiras, passarelas, túneis e alças de ligação.”
Os grandes corredores viários de BH são vistoriados diariamente. Nessa rotina, toda pichação detectada é medida e fotografada. A partir daí, é emitida uma ordem de serviço para a atuação das turmas de limpeza. São utilizados removedores próprios para essa tarefa e tinta, na maioria das vezes, na cor concreto, para apagar pichações maiores e mais resistentes.
Telas urbanas
Após a retirada das pichações, grandes espaços têm se transformado em telas para os artistas urbanos. Pedro Assis Neto, diretor Operacional da SLU, conta que começaram a surgir grafites nos lugares limpos pela SLU. “Ficamos surpresos e felizes com a iniciativa, já que a própria Prefeitura apoia o trabalho de grafiteiros”, salienta. “As turmas fotografam as pinturas para que possamos avaliar o conteúdo. Se for mesmo considerado tecnicamente um grafite, sem incitação à violência ou qualquer outra mensagem negativa, deixamos a pintura ali mesmo, onde está, como forma de apropriação positiva do espaço público”, explica.
Assim, com a remoção das pichações, a intervenção dos grafiteiros e o apoio da população, a cidade segue superando os atos de vandalismo em busca de um ambiente mais bonito e saudável para todos.