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Mestres da Cultura Popular vestidos com roupas típicas
Foto: Ricardo Laf

Prefeitura de Belo Horizonte premia Mestres da Cultura Popular

criado em - atualizado em

A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon, realizam a cerimônia de entrega de títulos aos vencedores do 5ª “Prêmio Mestres da Cultura Popular”, neste sábado (24), às 10h, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado. Gratuito, o evento tem classificação livre e contará com intérprete de libras. Mais informações podem ser encontradas no Portal Belo Horizonte e nas redes sociais do Circuito Municipal de Cultura.
 

A abertura da cerimônia ficará por conta de um dos mestres premiados, Evandro Passos. O ator e coreógrafo apresentará uma canção que compõe a performance “Isidoro - um negro de quilate”. A obra conta a história de Isidoro Amorim, homem negro escravizado que conseguiu adquirir sua carta de alforria, tornando-se um dos maiores faiscadores de diamantes em Minas Gerais. Após a entrega dos títulos, o grupo composto por educadoras e artistas pretas do estado, o ‘Clã Sambadeiras de Minas’, faz um show com cantigas e brincadeiras do samba de roda, samba de caboclo e composições das próprias sambadeiras. A mestra Daisy Lisboa, uma das integrantes do coletivo, é também uma das premiadas nesta edição.

 

Tradicional na cidade, o “Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte” tem o objetivo de reconhecer, valorizar e divulgar a atuação dos mestres e mestras da cultura popular, responsáveis pela transmissão e perpetuação de saberes, celebrações e formas de expressão que compõem o patrimônio cultural imaterial da nossa cidade. Assim como ocorreu na última edição, serão contemplados 25 mestres e mestras, com um prêmio de R$ 15 mil e um certificado de “Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte”.

 

Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, com essa premiação a Prefeitura de Belo Horizonte reforça o compromisso com a política cultural do município voltada para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. “Os saberes, a ancestralidade e as práticas culturais que fazem parte da história da cidade desses diferentes Mestres e Mestras precisam ser sempre reconhecidas, fortalecidas e celebradas pela Prefeitura de Belo Horizonte e também pela sociedade”, comemora Eliane Parreiras.

 

Segundo Luciana Féres, presidente da Fundação Municipal de Cultura, essa iniciativa contribui para a perpetuação das práticas e celebrações culturais dos guardiões de saberes e fazeres da nossa cultura popular. “Essa premiação promove a noção de pertencimento das comunidades, além de fortalecer as memórias e as identidades dos diferentes grupos formadores da população de Belo Horizonte”, ressalta.

 

Mestre da Cultura Popular de Belo Horizonte

O 5º Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte recebeu, ao todo, 86 candidaturas. A avaliação das candidaturas e escolha dos 25 selecionados foi feita pela Comissão de Habilitação e Seleção, que considerou aspectos como tempo de atuação do Mestre na prática cultural, sua contribuição para a formação de aprendizes e continuidade da prática, importância da prática cultural para a formação de sentimentos de identidade e pertencimento e, por fim, a situação de risco da prática cultural a qual o Mestre se dedica.
 

Para se candidatar ao prêmio, o mestre precisa ter idade igual ou superior a 50 anos, ser atuante em Belo Horizonte há pelo menos 10 anos e ter o reconhecimento da comunidade. Entende-se por mestre da cultura popular a pessoa física detentora de saberes da cultura popular, que tenha notório conhecimento, longa permanência na atividade e que seja reconhecida por sua própria comunidade como referência na transmissão de saberes, celebrações e/ou formas de expressões da tradição popular.

 

Consolidação do Prêmio

O crescimento no número de inscrições aponta para a consolidação do Prêmio na cidade. Na primeira edição, em 2014, concorreram à premiação 30 candidatos; na segunda, em 2015, foram 19 inscritos; e na terceira, em 2019, foram 47 concorrentes. Na quarta edição o número de candidatos praticamente dobrou, chegando a 93 inscrições efetuadas, das quais 77 foram habilitadas para etapa de classificação.


O prêmio também vem crescendo na diversificação das expressões/saberes culturais da tradição popular apresentadas nas inscrições: as candidaturas abarcando saberes variados relacionados a áreas como práticas culturais de matrizes africanas vinculadas ao sagrado, literatura de cordel, circo, culinária tradicional, festas, celebrações, capoeira, contação de história, música, dança, escultura em madeira, artesanato em papel, medicina popular, benzeção, povos indígenas entre outros.

 

Contemplados

Mestra da Cultura Popular Ana Clelia Moreira

Sacerdotiza do Inzo Ngana Kupameyan Hongolo ela é uma das principais referências das tradições de matriz africana em Belo Horizonte e adota como principal missão a promoção da transmissão e defesa da manutenção dos saberes da cultura Bantu.

 

Mestra da Cultura Popular Ângela Maria Miguel

Matriarca e zeladora da casa de Candomblé Nzo Jindanji Kuna Nkosi, também conhecida como Nengua Monasanji, ela é uma das grandes promotoras dos ensinamentos e manutenção das festas de tradição africana em Belo Horizonte e, em especial, da cultura Bantu.

 

Mestra da Cultura Popular Aparecida Ana de Arruda

Raizeira e educadora social, ela é referência na transmissão dos conhecimentos sobre medicina popular, compartilha saberes referentes ao uso de ervas e raízes há aproximadamente 30 anos.

 

Mestre da Cultura Popular Carlos Augusto de Farias

Cantor, compositor, pesquisador cultural e membro efetivo da Comissão Mineira de Folclore, ele transmite seus conhecimentos por meio de canções para todos os públicos, principalmente para a juventude.

 

Mestra da Cultura Popular Cássia Cristina da Silva

Conhecida como Makota Kidolailê, desde os 15 anos ela caminha no candomblé de tradição Bantu e é liderança no Quilombo Manzo Ngunzo Kaiango. Ela atua destacadamente na defesa, transmissão e fortalecimento da cultura afro-brasileira nos espaços públicos e, principalmente, na cidade de Belo Horizonte.

 

Mestra da Cultura Popular Célia Gonçalves Souza

Conhecida como Makota Celinha, ela é Coordenadora Geral do Centro Nacional de Africanidade e Resistência afro-brasileira (CENARAB), instituição de referência na transmissão dos saberes afro brasileiros e na luta do Movimento Negro em Belo Horizonte.

 

Mestra da Cultura Popular Daisy Lisboa Januário

Ela atua à frente do Candomblé Ilê Axé Afonjá Oxeguiri há mais de 20 anos, possui uma atuação destacada na transmissão do legado da cultura afro-brasileira e do Samba de Roda.

 

Mestre da Cultura Popular Edson Moreira da Silva

Praticante da capoeira há cinquenta anos, sendo que há mais de trinta como Mestre, atualmente atua com foco na transmissão de  conhecimentos para educar e formar novos cidadãos.

 

Mestre da Cultura Popular Evandro dos Passos Xavier

Ator e coreógrafo, influência da cultura afro-brasileira em Belo Horizonte, com foco nas danças tradicionais, ele busca transmitir todo o seu vasto conhecimento para a comunidade, sobretudo a juventude.

 

Mestre da Cultura Popular Geraldo André da Silva

Herdeiro das tradições africanas do quilombo do Indaiá, em Nova Era, Minas Gerais, ele é fundador da Casa de Cultura Lode Apará e atua na perpetuação dos saberes tradicionais da cultura africana, com ênfase na cultura Bantu, em Belo Horizonte desde 1975.

 

Mestre da Cultura Popular Guaraci Maximiano dos Santos

Pai Guaraci ou Tateto Yalêmi, é zelador do Centro Espírita São Sebastião e possui uma longa história de compromisso com a transmissão dos saberes afrodescendentes que adquiriu com os vários anos de prática e responsabilidade com a tradição.

 

Mestre da Cultura Popular Hélio dos Santos Ferreira

Capitão-mor da Irmandade Estrela do Oriente, ele vivencia o Congado desde a Infância e é um dos principais responsáveis pela transmissão e manutenção desta tradição em Belo Horizonte.

 

Mestre da Cultura Popular Higino Simplício de Almeida

Escultor que expressa em suas obras uma visão particular e contemporânea do Barroco Mineiro, ele tem trabalhado intensamente na transmissão de seus conhecimentos, especialmente nos Centros Culturais da capital.

 

Mestra da Cultural Popular Iêda Paixão de Oliveira Ferreira Novaes

Umbandista e benzedeira, ela atua desde 1967 no bairro Caiçara propagando a cultura popular da cura por meio de ervas e orações.

 

Mestre da Cultura Popular Jaime Alves Pimenta

Professor de capoeira há mais de 40 anos no Aglomerado da Serra, ele é um dos principais responsáveis pela transmissão e manutenção desta prática na região.

 

Mestre da Cultural Popular Júlio César Santiliano

Candomblecista, conhecido como Pai Italeuazé, é o gestor de instituições comprometidas com a manutenção e propagação das práticas culturais de matriz africana.

 

Mestre da Cultura Popular Jurandir Francisco do Nascimento

Com mais de 50 anos de atuação, é um dos mais antigos mestres e um dos principais expoentes da Capoeira Angola em Belo Horizonte, e tem se dedicado à transmissão de seu vasto conhecimento para a comunidade.

 

Mestra da Cultura Popular Kelly Simone da Cruz

Rainha Conga da Guarda de São Jorge de Nossa Senhora do Rosário,  no bairro Concórdia, ela vive o Congado desde criança. Em 2010, foi coroada herdando de suas matriarcas a tradição familiar do Rosário.

 

Mestra da Cultura Popular Maria Bernardete Fonseca Fiorini

Reconhecida por uma vida dedicada ao artesanato folclórico em papel há mais de 40 anos. Tem se dedicado intensamente à transmissão dos conhecimentos para manutenção do ofício.

 

Mestra da Cultura Popular Maria das Graças Andrade da Silva

Mais conhecida como Vó Maina, é benzedeira há 55 anos, prática que exerce desde a sua juventude. Atualmente vem se dedicando intensamente à transmissão de seus saberes para as futuras gerações.

 

Mestra da Cultura Popular Maria de Fátima Nogueira

Conhecida com Mam’etu Kitaloyá, líder da Unidade Territorial Tradicional Nzo Atim Kitalodé e presidente da Associação da Resistência Cultural Afro-Brasileira Jacutá de Iansã, tem se dedicado à transmissão de seus amplos saberes e pela salvaguarda da cultura afro-brasileira.

 

Mestre da Cultura Popular Raimundo Ferreira

Conhecido como Mestre Ray, tem na capoeira sua principal forma de transmissão da cultura e viajou por mais de 40 países nessa missão. Sua história e a da capoeira em Belo Horizonte são indissociáveis.

 

Mestre da Cultura Popular Ulisses Luiz Mafaldo

O Babalorixá Ulisses de Yemanjá tem se dedicado ao culto dos orixás desde a adolescência. Coordenador da “Tenda Espírita Umbandista Caboclo Pena Branca”, se dedica à transmissão dos saberes culturais de matrizes africanas.

 

Mestra da Cultura Popular Vânia Aparecida Pires da Cruz

Ligada à prática do congado desde a juventude, é fundadora e presidenta da Guarda de Congo de São Bartolomeu, que promove as Festas de Reinado e a manutenção dessa tradição há mais de 20 anos no bairro Concórdia.

 

Mestra da Cultura Popular Vilmara Tarcízia

Zeladora da Casa Ilê Asé Oya Kuruguesi, fundada por sua mãe, é praticante da Umbanda desde a sua infância, defende valores fundamentais como a verdade e a humildade.

 

Serviço:

Evento: Cerimônia de entrega do "5º Prêmio Mestres da Cultura Popular de Belo Horizonte"

Quando: Dia 24/9, sábado, às 10h

Onde: Centro de Referência de Cultura Popular – Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado (R. Desembargador Lincoln Prates, 240 / R. Hermenegildo de Barros, 904 – Itapoã)

Quanto: Entrada franca, com retirada de ingressos on-line pelo Disk Ingressos

Classificação: Livre

Duração: 2 horas

Acessibilidade: Libras

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