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Prefeitura de Belo Horizonte celebra os 80 anos do conjunto moderno da Pampulha
Foto: Divino Advincula

Prefeitura de Belo Horizonte celebra os 80 anos do conjunto moderno da Pampulha

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O Conjunto Moderno da Pampulha, obra prima que reúne a criação de grandes artistas brasileiros reconhecidos internacionalmente como Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Candido Portinari, completa 80 anos em 2023. Para celebrar este marco, e também os 7 anos do título de Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco, e a inscrição como Paisagem Cultural, a Prefeitura de Belo Horizonte realiza uma programação especial a partir deste mês. As atrações acontecem ao longo de todo o ano, enaltecendo o Conjunto Moderno da Pampulha, um dos principais cartões postais e referência da capital. Serão ofertadas atividades culturais, exposições, ações de formação, encontros educativos, mostras, publicações, pesquisas, documentários, intervenções e apresentações artísticas, entre outras atrações. Toda programação é gratuita e está disponível no Portal Belo Horizonte.

 

O marco principal da abertura da programação comemorativa será no dia 16 de maio, data de aniversário do Conjunto Moderno da Pampulha, com a inauguração da Exposição "Lugar imaginado, lugar vivido: 80 anos da Casa do Baile", na Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design. A exposição, com curadoria de Guilherme Wisnik e Marina Frúgoli, percorre os 80 anos desse espaço ícone da cidade.

 

Junto às comemorações dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha, a Prefeitura comemora também a aprovação do Projeto básico de restauração/intervenção do edifício do Museu de Arte da Pampulha (MAP) pelos órgãos de proteção do patrimônio nas três instâncias, importante passo que permitirá o desenvolvimento dos Projetos Executivos e, em seguida, a licitação para o início das obras de restauração. O projeto de restauração é altamente especializado e foi desenvolvido a partir de prospecções, pesquisas e análises técnicas de materiais e dos sistemas construtivos.

 

O Conjunto Moderno da Pampulha é de grande significado para as gerações presentes e futuras, apresentando-se como um marco vivo, íntegro e autêntico da história da arquitetura mundial e da história brasileira e das Américas. Ele é fruto de um trabalho integrado com grandes nomes brasileiros das artes e da arquitetura no século XX. O Conjunto inclui os edifícios e jardins do Museu de Arte da Pampulha (antigo Cassino), da Casa do Baile (atual Centro de Referência da Arquitetura, Urbanismo e Design de Belo Horizonte), do Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis (Igrejinha da Pampulha) e do Iate Tênis Clube (antigo Iate Golfe Club), construídos quase simultaneamente entre 1942 e 1943, além do espelho d´água e da orla da Lagoa. O reconhecimento do valor universal excepcional do Conjunto Moderno culminou na inscrição dele na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, em julho de 2016, como Paisagem Cultural.

 

Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, "a programação especial comemora os 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha com atividades diversas que visam promover o conhecimento e a reflexão sobre este importante patrimônio cultural de Belo Horizonte que é marco da identidade cultural da cidade. A ideia é celebrar a data convidando moradores e turistas para conhecerem mais a história da Pampulha e contribuir para a apropriação e a preservação do que é um marco arquitetônico e paisagístico do Modernismo Brasileiro. Para isso, desenvolvemos uma agenda cultural, ao longo do ano, com exposições, visitas educativas, apresentações artísticas, publicações, ações de formação como seminários e oficinas, entre outras atrações. É momento de celebrar, registrar, preservar e difundir o Conjunto Moderno da Pampulha como Paisagem Cultural", destaca.

 

A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, ressalta a importância do Conjunto Moderno da Pampulha como patrimônio cultural mundial, especialmente, por se tratar de uma Paisagem Cultural que deve ser apropriada por todos. "É uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade para todos os brasileiros e belo-horizontinos termos em nossa cidade um patrimônio cultural mundial. O Conjunto Moderno da Pampulha é uma paisagem cultural urbana, que agrega paisagismo, arquitetura e arte singulares do período moderno. A relação dessa composição arquitetônica e paisagística com o espelho d’água da Lagoa da Pampulha, apresenta um importante capítulo da história mundial da arquitetura moderna. Além de todos os valores existentes neste território como patrimônio cultural, sejam eles estéticos, históricos, urbanísticos, paisagísticos, artísticos, técnicos e sociais, quando falamos deste lugar como uma “paisagem cultural”, estamos também trazendo a questão da sua apropriação pelas pessoas. A relação das pessoas com essa paisagem cultural é o que garante a sua valorização e preservação. Portanto, neste momento tão especial de celebração, promovemos a apropriação e vivência com o Conjunto Moderno da Pampulha”, destaca.

 

Abertura das celebrações dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha

A abertura da programação especial será realizada no dia 16 de maio, com uma cerimônia de celebração e de inauguração da Exposição "Lugar imaginado, lugar vivido: 80 anos da Casa do Baile", que contará com a presença de autoridades e convidados especiais.

 

A exposição tem curadoria de Guilherme Wisnik e Marina Frúgoli, e apresenta, no formato audiovisual, uma cronologia visual da história da Casa, mostrando a trajetória até se consolidar como espaço museal. Integra ainda a exposição a instalação de obras de artistas contemporâneos que dialogam com a própria arquitetura da Casa e da paisagem da lagoa da Pampulha. A ação educativa apresenta dispositivos acessíveis para pessoas com deficiência visual, com pranchas táteis com croquis de diferentes fases da história da Casa.

 

A exposição percorre a história do espaço desde sua inauguração como restaurante dançante, até a sua atual função como Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design. Para receber a exposição, o espaço museal teve seu auditório completamente requalificado com a troca de carpetes, das poltronas e novos equipamentos de projeção, preparando-o para abrigar as programações de celebração dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha.

 

A iniciativa integra a série de ações do projeto Museus Pampulha, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar. O projeto realiza atividades especiais na celebração dos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha, com ações no Museu de Arte da Pampulha, Museu Casa Kubitschek e Casa do Baile - Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design e nos espaços públicos da região.
 

Programação Especial

Ao longo de 2023 será desenvolvida uma ampla programação que celebra os 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha. Além das atividades promovidas pela Prefeitura de Belo Horizonte, que conta com parcerias importantes, também compõem o calendário comemorativo programações associadas de produtores independentes e instituições culturais.

 

A programação está estruturada nos seguintes eixos: Exposições e Mostras, Programação Artística, Reflexão e formação, Educação Patrimonial e Promoção. Alguns destaques das próximas programações e ao longo do ano são:

 

  • Exposições e Mostras

 

Exposições, mostras e atividades associadas a elas acontecerão nos Museus e Centros de Referência da Fundação Municipal de Cultura e em espaços parceiros na cidade.

 

  • Semana Nacional de Museus

 

A Semana Nacional de Museus será marcada em Belo Horizonte por uma série de ações em celebração aos 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha:

 

. Cine Quintal - MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE BELO HORIZONTE - MIS BH – 18 de maio, 19h30 - Projeção, na empena do MIS, de compilação de filmes que retratam os 80 anos do Conjunto em imagens em movimento que integram o acervo do MIS BH

 

. Desfilando a Pampulha - MUSEU DA MODA MUMO - 18 de maio - 19h

 

Desfile no MUMO em parceria com o Sesc - Inspirada nos 80 anos do Conjunto, a artista e designer de moda Letícia Arrighi, desafiou suas alunas do curso de artes da turma 60+ do SESC MG, a desenvolver e desfilar uma coleção conceitual, criada através da ressignificação de peças garimpadas em brechós e do reaproveitamento têxtil.

 

. Pampulha Múltiplos olhares no MCK – 20 de maio - 10h

 

O Museu Casa Kubitschek (MCK) vai inaugurar um novo módulo da exposição “Trama: processos educativos na Pampulha”, atualmente em cartaz. O novo módulo, denominado "Pampulha 80 anos: múltiplos olhares", celebra os 80 anos do Conjunto, entrelaçando um inventário afetivo do território com o trabalho das bordadeiras participantes do projeto “Bordando Memórias”. Este inventário, constituído de 40 verbetes, foi criado pela equipe do MCK em colaboração com moradores, trabalhadores e frequentadores da Pampulha, constituindo a base para a imersão das bordadeiras, que recriaram a paisagem cultural da Pampulha, revelando detalhes do Conjunto Moderno e seu território ampliado.

 

. Exposição que celebra os 10 anos do Museu Casa Kubitschek e os 80 anos do Conjunto Moderno - 12 setembro

 

Exposição com temática sobre a Pampulha, sua paisagem e seu uso como bairro de lazer, a ser inaugurada no dia do Aniversário de JK.

 

  • Programação Artística

 

Ao longo do ano, espetáculos musicais, teatrais e de dança, performances e mostras de cinema e audiovisual vão celebrar o Conjunto Moderno da Pampulha.

 

Julho

 

Uma ampla programação será oferecida durante as férias nos Museus da Pampulha. Haverá ainda o Programa “Noturno nos Museus”, dia 14 de julho, reunindo mais de 30 museus, incluindo Roteiro na Pampulha. No mesmo fim de semana, será realizada Programação artística em praça na Pampulha, com espetáculos, feira e atividades.

 

2º semestre

 

Ao longo do 2º semestre, o Circuito Municipal de Cultura e projetos parceiros oferecerão Programação Artística diversificada nos espaços culturais da PBH na Pampulha e em praças e espaços associados.

 

  • Reflexão e Formação

 

Foram concebidas programações que irão refletir sobre o Conjunto Moderno da Pampulha e atividades formativas diversas, voltadas para os interessados em patrimônio cultural, arquitetura e história, entre outros.

 

. Mesa Redonda "Preservação do Patrimônio Moderno: paralelos Brasil - França" – 29 de maio, das 14h às 17h. Casa do Baile

Programação Associada com o ICOMOS, Embaixada da França e CAU-MG, com a participação de especialistas franceses e mediação do arquiteto Flávio Carsalade - Presidente ICOMOS Brasil.

 

. Seminário do Patrimônio Cultural – Teatro Marília - dias 16 e 17 de agosto

Seminário em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio Cultural.

 

. Colóquio Iberoamericano da Paisagem – A gestão das paisagens culturais mundiais - Campus da UFMG e equipamentos culturais do Conjunto Moderno da Pampulha - 12 a 15 de setembro

Evento em parceria com ICOMOS, IEDS, UFMG, UNESCO e BELOTUR.

 

  • Educação Patrimonial

 

Amplo programa de educação patrimonial voltado para estudantes, professores e interessados em geral.

 

. Museus Pampulha - Museu de Arte da Pampulha (MAP) oferece no dia 20 de maio, às 15h, o projeto "Visita mediada aos jardins do Museu de Arte da Pampulha", em que o trajeto será mediado pela equipe educativa do Museu. A proposta da atividade é percorrer os jardins de Burle Marx, conhecendo suas características artísticas, históricas e botânicas, além da leitura das obras de arte que se encontram integradas aos projetos paisagísticos.

 

. Edição especial do Projeto Expedições do Patrimônio - "Conjunto Moderno da Pampulha: Patrimônio Cultural Mundial". No formato virtual, no dia 23 de maio, das 14h às 16h30, e presencial, no dia 27 de maio, das 9h30 às 11h (ponto de encontro no Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis da Pampulha - Igrejinha da Pampulha - Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3000A). A atividade é gratuita e tem vagas limitadas, sendo necessárias inscrições prévias. As atividades serão conduzidas por Janaína França (Gerente do Conjunto Moderno da Pampulha) e Vanessa Araújo (Coordenadora do Museu Casa Kubitschek) e o roteiro será da Igrejinha da Pampulha até o Museu Casa Kubitschek.

 

O Expedições do Patrimônio abordará as características arquitetônicas do Conjunto Moderno da Pampulha destacando os prédios, azulejaria e paisagismo da Igreja São Francisco de Assis, Casa do Baile, Museu de Arte da Pampulha, Iate Tênis Clube e Museu Casa Kubitschek. O projeto destacará aspectos importantes que possibilitam uma composição harmônica entre todos os edifícios e o espelho d’água, permitindo uma visão de conjunto ao observador. Também será apresentada a riqueza de detalhes de cada edificação em particular. O público também conhecerá a significância cultural e a importância do Conjunto na formação identitária dos belo-horizontinos e os valores que garantiram a sua titulação como patrimônio mundial.

 

. Programa Educativo Conhecer para Cuidar

Projeto realizado em parceria com a ASAS, de montagem de maquetes e publicações voltadas ao público infanto-juvenil, para educação patrimonial, com foco no Conjunto Moderno da Pampulha.

 

  • Promoção Turística

 

O Conjunto Moderno da Pampulha, enquanto principal cartão-postal de Belo Horizonte, é um atrativo promovido continuamente pela Belotur em diferentes feiras do setor como a Feira de Viagens e Turismo da América Latina (WTM), a Feira da Associação Brasileira de Agências de Turismo (ABRAV) e a Feira de Turismo de Gramado-RS (Festuris); além de press trips, famtours e citytours, entre outros eventos de promoção turística. O que se reflete nas ações das principais agências de viagens, que constantemente utilizam dos equipamentos da Pampulha para comercialização e promoção da cidade. Atividades de promoção local, nacional e internacional do Conjunto Moderno da Pampulha, com enfoque em seu potencial turístico e de visibilidade para a cidade.

 

.Sinalização Interpretativa do Patrimônio

 

Outra importante ação prevista para o aniversário do Conjunto Moderno da Pampulha é a entrega do Projeto Executivo da Sinalização Interpretativa Turística, que pretende atualizar e ampliar o atual sistema existente, por meio do projeto elaborado pela Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM), que tem como escopo a padronização da sinalização dos patrimônios da humanidade no Brasil e a instalação de Centros de Interpretação do Patrimônio, no qual a Pampulha está inserida. Esse sistema de sinalização é utilizado para informar e orientar os usuários sobre a existência de atrativos turísticos e de outros referenciais, sobre os melhores trajetos de acesso e a distância a ser percorrida para chegar ao local pretendido.

 

  • Programação Associada e Parcerias

 

Programas e projetos serão realizados em parceria, compondo um calendário rico e diverso de ações como Programação Associada. Entre os parceiros podemos já destacar OCBPM – Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial; o Sistema Fecomercio – Sesc, Senac e Sindicatos Empresariais; o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB BH; a Casa Fiat de Cultura; o programa Circuito Cultural Pampulha, a Embaixada da França; o CAU-MG - Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais; o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios ICOMOS-BRASIL e IEDES - Instituto de Estudos do Desenvolvimento Sustentável, entre outros. A programação contará ainda com uma série de atividades ao longo de 2023, que serão divulgadas mensalmente, e podem ser acessadas no Portal Belo Horizonte.
 

Marca Pampulha e Selo comemorativo

Um dos marcos da celebração dos 80 anos do Conjunto Moderno será também o lançamento de um Selo Comemorativo, inspirado na identidade visual concebida para a candidatura do Conjunto Moderno da Pampulha a Patrimônio Mundial e estará presente em todas as divulgações e atividades comemorativas no decorrer do ano.

 

Criado pelo premiado designer Gustavo Greco, da Greco Design, o projeto de identidade criado para o Conjunto Moderno da Pampulha faz associação de formas geométricas com cada um dos elementos que o compõe: a arquitetura de Niemeyer (quadrado), o paisagismo de Burle Marx (círculo) e o espelho d'água do lago (um quarto de círculo). O resultado é uma tipografia exclusiva que utiliza dessas formas, revelando a marca apenas quando dispostas juntas.

 

Para comemorar o aniversário do Conjunto Moderno da Pampulha, os numerais criados para o alfabeto Pampulha foram utilizados em um selo que destaca os 80 anos do patrimônio cultural. Ambos, marca e o selo, só são possíveis quando arquitetura, paisagismo e espelho d’água se encontram representados, explorando os limites da percepção entre o que deve ser lido e visto.
 

Sobre o Conjunto Moderno da Pampulha

O Conjunto Moderno da Pampulha é conformado por uma situação paisagística que agrega quatro edifícios (Museu de Arte da Pampulha, Casa do Baile, Santuário Arquidiocesano São Francisco de Assis e o Iate Tênis Clube)  articulados em torno do espelho d’água de um lago urbano artificial e por uma orla paisagisticamente trabalhada, como resultado integrado do gênio criador dos principais nomes brasileiros das artes, paisagismo e arquitetura no século XX como o arquiteto Oscar Niemeyer, o paisagista Roberto Burle Marx e o pintor Cândido Portinari. Completam o projeto original um Hotel, que não chegou a ser construído, mas cuja posição também evidencia sua relação com os demais e a residência de Juscelino Kubitschek (atual Museu Casa Kubitschek), construída em 1943. Além dos edifícios, evidencia um rico paisagismo através de jardins especialmente elaborados junto a cada edifício e ao longo da orla que faz a ligação entre eles. O Conjunto Moderno constitui-se em uma “obra de arte total” cuja concepção integra as obras de arte aos edifícios e estes à paisagem.  Por sua forma, implantação e tratamento paisagístico, o grande espelho d’água e a orla da lagoa da Pampulha funcionam como elementos articuladores dos edifícios, reforçando as relações visuais que estabelecem entre si.
 

Museu De Arte Da Pampulha

O edifício que desde 1957 abriga o Museu de Arte da Pampulha - MAP - foi concebido originalmente como um Cassino. O MAP constituía a âncora de todo o Conjunto, por ser o equipamento responsável pela atração do grande número de visitantes, desejado pelo então prefeito Juscelino Kubitschek quando do lançamento do projeto da Pampulha, em 1940.

 

Além de destaque, garantido por sua implantação em terreno mais elevado, é o edifício que apresenta a mais clara filiação aos princípios da arquitetura moderna, formulados pelo arquiteto Le Corbusier, com sua estrutura independente em concreto, planta e fachadas livres, moduladas pela estrutura, a qual surge como a própria expressão formal do edifício, também um importante atributo da arquitetura moderna. A estrutura em concreto e a escolha pelos panos envidraçados proporcionam a alta integração visual entre interior e exterior, um dos mais importantes princípios da arquitetura moderna, presente em todas as edificações do Conjunto.

 

O volume prismático regular, de rigorosa modulação estrutural – explorando a liberdade de ordenação dos espaços internos proporcionados pelos pilotis, apresenta-se como uma caixa de vidro, com rampas ligando o térreo aos antigos Salão de Jogos e Boate. Apresenta paredes revestidas de ônix, colunas revestidas por aço inoxidável – uma inovação para a época, junto a cenográficos espelhos de cristal Belga. A este volume associa-se o corpo curvilíneo e translúcido que abriga o grill-room, atual auditório. A solução invoca um efeito cênico comum à arquitetura barroca mineira.

 

Em 1957 o edifício tornou-se o Museu de Arte da Pampulha, cujo acervo é composto por importantes obras de arte moderna e contemporânea. O MAP é um dos principais museus do país e seus programas são responsáveis pela formação de artistas brasileiros de relevância internacional.
 

Casa do Baile – Centro De Referência De Arquitetura, Urbanismo E Design

Destacando-se por sua graça e volume, a Casa do Baile foi concebida como equipamento urbano para ser um lugar de bailes, shows e restaurante, para proporcionar ao público, nos anos 1940, os encantos da nova região de Belo Horizonte.

 

Em relação à sua situação paisagística, ela se difere por implantar-se em uma ilha artificial ligada à avenida Otacílio Negrão de Lima apenas por uma pequena ponte. Sua planta se desenvolve a partir de duas circunferências que se tangenciam internamente das quais se desprende uma marquise sinuosa e cheia de invenção, bem ao gosto barroco, que provoca o olhar e não deixa de incitar a comparação com as curvas das margens da represa. Esta marquise é suportada por colunas expressivas, que também contornam todo o volume circular, terminando em um pequeno volume de forma amebóide, revestido por azulejos decorados. À frente deste volume, há um pequeno palco circular, cercado por um espelho d’água também de forma amebóide. A calçada portuguesa pode ser observada em toda a área externa, ao longo de todo o terreno, antes e depois da ponte, o que reforça o caráter público do espaço.

 

Há vinte anos a Casa do Baile tornou-se Centro de Referência de Arquitetura, Urbanismo e Design impulsionando diversas pesquisas apresentadas como exposições, workshops e ações formativas. Oscar Niemeyer acompanhou de perto o projeto de restauração da Casa e, em 2003, na sua reinauguração, fez um painel de próprio punho que além de seus clássicos croquis contou com a inscrição: “Pampulha foi o início de Brasília. Os mesmos problemas, a mesma correria, o mesmo entusiasmo. E seu êxito influiu, com certeza, na determinação com que JK construiu a nova capital”.
 

Santuário Arquidiocesano São Francisco De Assis

Foi a primeira igreja a ser construída dentro do espírito moderno no Brasil. É também a obra mais polêmica do conjunto moderno da Pampulha, pois levou mais de dez anos para ser reconhecida pela Igreja. No entanto, atualmente, a “Igrejinha da Pampulha”, como é popularmente conhecida, é considerada por muitos a obra prima do Conjunto. É a obra que melhor representa o casamento entre arquitetura e estrutura: seus elementos arquitetônicos ganham forma com a própria estrutura em concreto armado, uma vez concluída a estrutura, estaria presente a arquitetura.

 

Para uma sociedade profundamente religiosa, não poderia faltar o marco sagrado de uma igreja. É composta por uma sequência de cinco “cascas” articuladas, com diferentes alturas, sendo a maior independente e de seção variável que se encaixam formando a nave.

 

Na edificação, onde as curvas de Oscar Niemeyer são as mais evidentes, a entrada da luz destaca a pintura de Portinari, ao fundo, no Altar Mor. Muitos elementos existentes na composição arquitetônica desta obra fazem alusão à tradição da arquitetura religiosa mineira e franciscana. 
 

Iate Golfe Club – Atual Iate Tênis Clube 

Concebido como equipamento público de lazer e esportes para a população, o projeto arquitetônico incluía piscinas, quadras esportivas e o acesso à lagoa para realização de atividades náuticas como o remo e a vela. O Clube faz parte do plano geral da Pampulha.

 

Tal edificação se harmoniza plasticamente debruçando-se sobre a represa. Com suas linhas arquitetônicas modernas, o Iate, inaugurado em 1943, introduziu no Brasil o telhado com inclinação em “V”, popularmente chamado “telhado borboleta”. Tendo as águas do telhado invertidas, ao contrário do que mandava a tradição, dava a impressão de um barco atracado às margens da represa. Imprimindo ritmo às fachadas, a utilização dos brises metálicos tem caráter funcional, o de proteção à incidência solar no interior do salão através das paredes envidraçadas.

 

Privatizado na década de 1960, manteve o uso como Clube de lazer e de práticas esportivas. Em sua arquitetura, destacam-se o telhado em forma de asa de borboleta e as obras de artes integradas, de autoria de Cândido Portinari e Roberto Burle Marx, como os painéis pintados no interior do salão de festas, bem como os azulejos que, também presentes nos outros equipamentos, são elementos que conferem identidade ao Conjunto.