19 October 2021 -
O prefeito Alexandre Kalil determinou nesta terça-feira a realização por técnicos da Prefeitura de um mapeamento minucioso de todas as áreas de risco geológico de Belo Horizonte – especialmente após as fortes chuvas que atingiram a capital na segunda-feira, dia 18. O levantamento servirá de base para um plano de ação capaz de mitigar prováveis danos causados pelas chuvas até o final deste ano.
“Para a chuva de amanhã, nós vamos continuar com o nosso plano que está vindo há um ano. A de depois de amanhã, também. Mas a que vem daqui a um mês ou 20 dias, nós temos que ter prontamente um plano robusto e organizado, como foi feito quando soubemos da chuva que vinha em 2019 e 2020”, afirmou Alexandre Kalil.
De acordo com o prefeito, foi graças à atuação do comitê que se reúne semanalmente, que nessa segunda-feira, pouco depois de iniciadas as chuvas, vias com maior probabilidade de enchente foram interditadas e famílias retiradas de áreas de risco. “Quem se organizar melhor, de forma mais robusta, vai diminuir um pouco o sofrimento dessa população”, completou.
O assunto foi discutido na tarde desta terça-feira, durante reunião com secretários e coordenadores de regionais, na sede do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH). Entre as medidas discutidas, maior efetivo para operação de tapa-buraco e mapeamento de áreas de risco geológico.
Para se ter uma ideia, de janeiro a setembro de 2021, a Urbel realizou cerca de 50 obras em áreas de risco geológico em vilas e favelas. Mais de 150 famílias foram retiradas preventivamente. As ações preventivas nas áreas de risco em vilas e favelas são desenvolvidas não só no período das chuvas, que vai de outubro a março, mas durante todo o ano. A atenção nestas áreas é reforçada por meio de vistorias técnicas e monitoramento constante, principalmente nos locais mais críticos.
Quando da chegada das chuvas, os esforços se concentram no atendimento à população. Se o local apresenta grau de risco alto ou muito alto, o qual não pode ser eliminado ou controlado por uma obra tecnicamente viável, a família é removida, sendo encaminhada para o Abrigo Municipal. Ela também pode acessar o programa Bolsa Moradia até o seu reassentamento definitivo em uma unidade habitacional construída pela Prefeitura.
Ações emergenciais
As chuvas dessa segunda-feira atingiram índices superiores ao esperado para todo o mês de outubro, em todas as nove regionais da cidade. Ao longo desta terça-feira, dia 19, a Sudecap realizou vistorias nas áreas que foram afetadas por alagamentos, ações de limpeza em conjunto com a SLU, limpeza das bocas de lobo, limpeza dos dispositivos de drenagem superficial (sarjetas), desobstrução de redes de drenagem quando constatada a necessidade e recolhimento de galhos.
Equipes da SLU promoveram ações emergenciais de remoção de resíduos em todas as regiões da cidade, com destaque para a Centro-Sul e Oeste – as áreas mais impactadas. Um dos trabalhos mais urgentes foi a desobstrução da avenida Tereza Cristina, esquina com rua Calixto, no bairro Vista Alegre. Na Centro-Sul, foram realizadas operações de limpeza na avenida Prudente de Morais com rua Joaquim Murtinho.
Esforços foram concentrados na avenida Arthur Bernardes, no bairro Santa Lúcia, na rua da Passagem e na rua Capivari, no Serra, e na rua Júlia Nunes Guerra, no Luxemburgo. “Ficamos sempre em alerta, monitorando os avisos da Defesa Civil a respeito de riscos de temporais e, por isso, conseguimos nos programar e deslocar rapidamente as turmas até os pontos de atenção”, observa a chefe do Departamento de Serviços de Limpeza Urbana, Erika Santos Resende.
Balanço de obras
Além dos investimentos em grandes obras, a Prefeitura desenvolve ações permanentes de prevenção às enchentes e proteção da população contra os riscos de desastres durante todo o ano. O esforço envolve todos os órgãos da administração municipal, cada um com sua vocação, desde manutenção de bacias de detenção, cuidados com a arborização, limpeza de bocas de lobo e de vias, galerias, fundos de vales de córregos, contenção de encostas, além do trabalho preventivo de alerta e conscientização dos moradores das áreas de inundação da cidade.
Há ainda um Sistema de Monitoramento Hidrológico capaz de subsidiar as ações de alerta e enfrentamento do risco de inundações, bem como acionar planos de bloqueio de vias durante as chuvas de maior intensidade.
As grandes obras em andamento apresentaram funcionalidade nas chuvas dessa segunda-feira, dia 18, retendo milhões de litros de água e evitando maiores estragos. Na região do Barreiro, as bacias no córrego Túnel Camarões, com capacidade de reter até 400 milhões de litros de água, cumpriram a sua função, escoando a água aos poucos.
A obra da Caixa de Captação no encontro entre a avenida Vilarinho e a rua Doutor Álvaro Camargos já está em fase final e tem previsão para ser entregue ainda este ano. A estrutura tem capacidade de armazenar 10 milhões de litros d'água que escoam sobre a pista e liberar o volume aos poucos na galeria subterrânea, evitando assim o transbordamento. “Essa última chuva foi um grande teste para a obra. Ali enchia bastante e agora a bacia retém essa água e vai escoando naturalmente para o córrego”, explicou o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho.
Grandes obras estão em andamento em toda a cidade. Na região de Venda Nova estão ocorrendo simultaneamente três etapas de obras para mitigar as inundações na avenida Vilarinho; estão em andamento na região do Barreiro as bacias de detenção do bairro das Indústrias, a segunda etapa dos córregos Olaria Jatobá e mais uma etapa de saneamento no córrego Bonsucesso; na região da avenida Cristiano Machado estão em andamento as obras da primeira etapa no córrego do Onça e na região da avenida Prudente de Morais está sendo feita a recuperação estrutural da galeria existente para dar maior fluidez para as águas e garantir a estabilidade das vias sobre a galeria.
Além das obras já iniciadas a Sudecap está realizando estudos e projetos para mitigar inundações nos córregos Pampulha, Cachoeirinha, Pintos, Leitão, Navio e Piteiras.