18 Fevereiro 2025 -
Entre 23 e 30 de janeiro, a Belotur, por meio do Observatório do Turismo, realizou uma pesquisa com ambulantes que pretendem trabalhar no Carnaval de Belo Horizonte em 2025. Dos 10.287 cadastrados, 2.672 responderam ao questionário, que traça um panorama demográfico e econômico da categoria, incluindo intenção de investimento e expectativa de faturamento.
A pesquisa apontou que a maioria dos cadastrados pertence às faixas etárias de 30 a 39 anos (30,4%) e 20 a 29 anos (22,3%). Já os trabalhadores entre 40 e 49 anos representam 25,8%, enquanto 20,1% possuem mais de 50 anos e apenas 1,4% têm menos de 20 anos. A média de idade dos entrevistados foi de 39 anos.
Quanto à escolaridade, 50,4% dos ambulantes concluíram o ensino médio, enquanto 11,4% possuem ensino superior completo. Cerca de 8 em cada 10 entrevistados não tiveram acesso ao ensino superior.
A pesquisa também revelou uma distribuição equilibrada entre os gêneros: 51,9% dos ambulantes são mulheres e 47,8% são homens. Em relação à etnia, 46,3% se identificam como pardos, 30,7% como pretos, 19,5% como brancos, e 3,6% pertencem a outras etnias ou não declararam.
O Observatório do Turismo de Belo Horizonte tem como função monitorar as práticas do turismo na capital mineira por meio da coleta e análise de dados e estatísticas. O objetivo é fornecer informações estratégicas para uma gestão eficiente do setor, considerando tanto a dimensão operacional quanto econômica da cadeia produtiva do turismo.
Trabalho e investimento no Carnaval
Entre os ambulantes cadastrados, 36,8% trabalham por conta própria, 26,6% possuem emprego formal e 17,2% estão desempregados. Um dado relevante é que aproximadamente 60% dos entrevistados atuarão como ambulantes no Carnaval pela primeira vez. Além disso, a maioria pretende contar com, em média, dois ajudantes durante o período festivo.
Em relação ao abastecimento de mercadorias, 61,4% dos ambulantes afirmaram que irão comprar seus produtos em distribuidores, enquanto 23,4% recorrerão a supermercados.
O levantamento também revelou dados financeiros significativos. O investimento médio dos ambulantes para atuar no Carnaval de Belo Horizonte é de R$2.632,30, com uma expectativa de faturamento médio de R$7.002,32. Dessa forma, o lucro médio estimado é de R$4.370,02.
“O Carnaval de Belo Horizonte vai muito além da folia. É uma força cultural e econômica que transforma a cidade, impulsionando negócios e conectando pessoas. Os ambulantes são parte fundamental dessa dinâmica, garantindo conforto e praticidade para os foliões, enquanto geram renda para milhares de famílias. Este ano, atendemos a uma demanda tanto dos ambulantes quanto dos foliões, implementando o cadastramento 100% online e limitando o número de credenciados para garantir um melhor fluxo na festa. Nosso compromisso é encontrar o equilíbrio entre a experiência dos foliões e as oportunidades de trabalho para o ambulante”, explica Bárbara Menucci, presidente da Belotur.
Foliões pretendem gastar até R$ 1 mil durante e festa
Além de ser um grande evento cultural e de entretenimento, o Carnaval de Belo Horizonte impulsiona a economia, gera empregos e deve injetar cerca de R$ 1 bilhão na cidade. Em 2025, a expectativa é atrair 6 milhões de foliões, consolidando a festa como um dos principais produtos turísticos da capital mineira. Para entender melhor o impacto econômico e o perfil do público, a Belotur, em parceria com a Fecomércio MG, realizou um estudo sobre comportamento, consumo e expectativas para a edição deste ano.
O levantamento aponta que 41% dos foliões pretendem gastar entre R$ 400 e R$ 1 mil durante a festa, movimentando diversos setores do comércio e dos serviços. A produção de fantasias se destaca nesse cenário: enquanto 16,7% compram fantasias novas, 36,1% preferem customizar roupas e 26,3% reaproveitam peças de anos anteriores, beneficiando lojas de tecidos, armarinhos e ateliês.
O consumo de bebidas aquece a economia. Água (85%), cerveja (49,8%) e destilados (36,7%) estão entre os itens mais consumidos, com a maioria dos foliões comprando de ambulantes (63%) ou em supermercados (50,4%). Na alimentação, bares, lanchonetes e food trucks são as opções mais procuradas entre um bloco e outro.
O turismo exerce um papel fundamental no Carnaval de Belo Horizonte. Visitantes que não moram na capital devem permanecer, em média, uma semana, optando por hospedagens em hotéis, casas de parentes ou acomodações por temporada. A pesquisa ainda indica que essa permanência poderia se estender com uma programação mais ampla de eventos gastronômicos e culturais (59,8%) e descontos em hospedagem (56,1%).
Carnaval de Belo Horizonte 2025
O Carnaval de Belo Horizonte 2025 é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte e conta com a correalização do governo do estado e com o patrocínio da Ambev, assinando a ‘Cota Apresenta’ Brahma. O grupo também participa da ‘Cota de Patrocínio’ Beats, Guaraná e Zé Delivery. O evento tem o apoio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) e a Rede Globo é a emissora oficial da folia.
Com raízes nas manifestações populares espontâneas, o Carnaval de Belo Horizonte é reconhecido pela essência democrática e plural, que atrai milhões de foliões e se espalha por todas as regiões da cidade. Consolidado como um dos melhores carnavais de rua do Brasil, o evento destaca-se pela diversidade e inclusão, representando um dos principais produtos turísticos da capital mineira. O evento de 2025 ocorrerá entre 15 de fevereiro e 9 de março.
Além da importância cultural e de entretenimento, o Carnaval movimenta setores essenciais da economia, gerando emprego e renda para milhares de pessoas. A festa em Belo Horizonte conta com Blocos de Rua, desfiles de Escolas de Samba e Blocos Caricatos, além do tradicional Kandandu — a abertura oficial com encontro de blocos afro — e da eleição da Corte Momesca. Em 2025, a expectativa é que a folia atraia cerca de 6 milhões de foliões e movimente aproximadamente R$ 1 bilhão na economia local.