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PBH e Instituto assinam termo para reabertura da Trilha da Crista, na Serra do Curral
Amir Martins/Drone

PBH e Instituto Serra do Curral assinam termo para reabrir Trilha da Crista

criado em - atualizado em

A Prefeitura de Belo Horizonte e o Instituto Serra do Curral assinaram termo de cooperação para a reabertura dos 5,3 quilômetros da Trilha da Crista do Parque da Serra do Curral – desativada desde 2016. A requalificação da trilha será feita em três etapas, envolvendo revisão da estrutura, nova sinalização, monitoramento e segurança. O termo tem validade de cinco anos, podendo ser prorrogado.

O projeto prevê a revitalização das estruturas de madeira – tais como escadas e guardacorpos ao longo da trilha –, para garantir a integridade física dos usuários, além de prolongar a durabilidade do material, reduzindo custos futuros de manutenção com a utilização de materiais sustentáveis e adequados para o ambiente. Haverá ainda uma revisão e adequação dos sistemas de combate a incêndio e implantação de escadas nos trechos de maior inclinação.

“Esse é mais um passo importante para a garantia da visitação responsável e da prática de esportes nesse patrimônio natural tão importante de BH. A Serra é o símbolo da nossa cidade e merece ser valorizada e preservada por todos nós”, disse o prefeito Fuad Noman. A visitação será feita de forma agendada e gratuita.  

Responsável pelas obras, o diretor-presidente do Instituto Serra do Curral, Gustavo Ziller, estima que a recuperação da trilha seja finalizada até dezembro. "Estamos com as obras de recuperação em andamento. Vamos reconstruir as escadarias de madeira, revitalizar as estruturas do Mirante 3 e da Portaria 2, no Mangabeiras, além de restaurar os equipamentos de proteção e de sinalização da trilha. Nosso objetivo é entregar a  Travessia da Serra do Curral como um grande presente pra cidade, no Natal deste ano", afirmou. 

O objetivo da PBH e do Instituto Serra do Curral é incentivar a visitação responsável da população na Serra do Curral, além de promover esporte, conscientização ambiental e empreendedorismo social em prol da preservação do patrimônio natural. “Por meio da presente parceria, contribuiremos efetivamente para a melhoria do patrimônio natural da Serra do Curral e ofereceremos atrativos à população para conhecer e caminhar no maior cartão postal de Belo Horizonte, o que ainda poderá contribuir para a promoção de eventos de porte regional e nacional e da economia turística municipal”, diz trecho do termo de cooperação.

O Instituto Serra do Curral ficará responsável pela produção da “Vertical Run Serra do Curral”, uma corrida de montanha anual com percurso de 12 km que passará pela Trilha da Crista, pelo Pico Belo Horizonte e pela área de preservação ambiental da Serra. Aulas presenciais para alunos do ensino médio e fundamental de escolas públicas, além de atividades com o Clube de Escoteiros de Minas Gerais e a Federação Mineira de Montanhismo e Escalada serão oferecidas.

Também gratuitamente serão disponibilizadas aulas on-line sobre a história, a geologia e a importância da Serra, com total acessibilidade. Adicionalmente, serão implantadas miniestações meteorológicas ao longo da Trilha da Crista e em outros pontos da cidade, para a produção de dados que permitam demonstrar a influência da Serra do Curral nas condições climáticas de toda a região metropolitana. Também poderão ser realizadas ações de tratamento e diagnóstico do lixo coletado durante o projeto ‘Hike Cata Lixo”, de forma a contribuir em ações que impeçam ou mitiguem ações poluentes na região.

Defesa da Serra do Curral

Graças à atuação da Prefeitura de Belo Horizonte, as atividades minerárias foram desativadas na Serra do Curral. No último dia 12 de setembro, durante uma audiência de conciliação na 11ª Vara Cível Federal, a Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra), que minerava na área, firmou o compromisso de encerrar as atividades a partir do dia seguinte e a intenção de doar a área para a PBH. O terreno será anexado ao Parque das Mangabeiras. A empresa terá que recuperar a área degrada no prazo máximo de 4 anos e encaminhar um plano de fechamento da mina à Agência Nacional de Mineração (ANM).

Desde o ano passado a PBH já vinha monitorando diariamente a Mina Corumi, resultando em ações de fiscalização e interdição das atividades. A PBH também notificou e multou a Empabra por crime ambiental. Para garantir o fim da mineração, o município ajuizou ação judicial, e entre liminares e recursos judiciais, saiu vencedor e garantiu a proteção da Serra do Curral.

Em agosto deste ano, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) aprovou, em reunião extraordinária, uma moção para a inserção da PBH nos processos de licenciamento de empreendimentos na Serra do Curral. O Conselho levou em consideração a relevância da Serra como patrimônio natural e cultural da capital, assim como a importância de sua preservação para a biodiversidade e o clima da cidade.