A Prefeitura de Belo Horizonte publicou nesta sexta-feira (10) edital para seleção de proposta para a criação do monumento artístico “Memorial à Vida”, em homenagem às vítimas da Covid-19 e aos profissionais que atuaram no combate à pandemia em Belo Horizonte. O monumento será instalado na Praça João Pessoa, região hospitalar da capital, entre a Avenida Bernardo Monteiro e a Avenida Brasil, bairro Santa Efigênia. A iniciativa da Prefeitura, Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura prevê o investimento de R$450 mil, oriundos do Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte.

As inscrições são gratuitas, realizadas por meio da entrega de envelopes com toda a documentação exigida na sede da Secretaria Municipal de Cultura (Avenida Augusto de Lima, 30, Centro, 3º Andar - Diretoria de Fomento e Economia da Cultura), de 13 de março a 27 de abril de 2023, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h, ou pelos correios. O edital completo, bem como todos os anexos estão disponíveis para consulta no Portal da PBH.

Para a secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, a proposta do Memorial à Vida é honrar a memória e as pessoas que perderam familiares e amigos. “A ideia de criar esse Memorial é para manter viva essa história recente da humanidade, que compõe nossa identidade social e cultural. É um elemento inserido no contexto urbano de Belo Horizonte que vai permitir também refletirmos sobre a nossa capacidade de resiliência, de solidariedade e da vida em sociedade. Tudo isso vivenciamos no período da pandemia”, explica Eliane Parreiras.

Segundo a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, a criação do Memorial à Vida é uma grande oportunidade para eternizar nossas memórias e valorizar o espaço público. “Essa obra vai contribuir para requalificar a região onde será instalado o monumento, que possui grande importância histórica para a cidade. Trata-se de uma iniciativa bastante afetiva que vai enriquecer, ainda mais, o nosso patrimônio cultural”.

O Monumento faz parte do conceito de Patrimônio Cultural Sensível, aquele que trata de fatos ou momentos difíceis que marcam o desenvolvimento da nossa sociedade. O local escolhido para a sua instalação faz parte de um Conjunto Urbano Histórico e Paisagístico tombado pelo Patrimônio, que engloba os jardins da Avenida Bernardo Monteiro, gerando a valorização do espaço de fruição pública de valor histórico e cultural. O espaço compõe o conjunto hospitalar tombado pelo município, servindo também de circulação e permanência de trabalhadores, pacientes e familiares. Além disso, a escolha do local foi feita em função de seu fácil acesso e com grande fluxo de pessoas, garantindo boa visibilidade e fruição ao Monumento.

Sobre a concepção e seleção

O monumento artístico deverá ser um inédito sítio específico - site specific, cuja proposta inclua o memorial descritivo, estudo preliminar, projetos executivos e complementares, visando a criação e instalação da obra de arte, incluindo a sinalização com informações acessíveis sobre a mesma. Os materiais a serem utilizados na execução do monumento devem ter alta durabilidade, serem resistentes a intempéries, considerando que o monumento será instalado ao ar livre, apresentando dimensões compatíveis com o local de instalação. A proposta deve apresentar ainda a equipe principal, que contemple no mínimo as seguintes funções ou habilitações: arquitetura e urbanismo, engenharia e criação artística. Apenas pessoas jurídicas podem inscrever suas propostas.

A seleção das propostas será conduzida por uma Comissão de Seleção, composta por membros da administração pública municipal e da sociedade civil, indicados pela Fundação Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura. Entre os principais critérios avaliados estão a clareza e objetividade da proposta artística; a adequação do monumento artístico às características paisagísticas do entorno do local onde será instalada a obra; a viabilidade técnica e financeira da proposta; a capacidade técnica da equipe que irá executar a proposta; além do protagonismo, ou seja, a participação na equipe de pessoas LGBTQIAP+, mulheres, negros, indígenas e pessoas com deficiência. Uma das etapas da seleção será uma entrevista com os proponentes habilitados, com a presença dos membros da Comissão de Seleção.

Belo Horizonte se destacou no combate ao vírus

A pandemia de Covid-19 provocou uma grande mobilização para a sua superação, interferindo substancialmente na atuação das entidades e instituições civis bem como aquelas ligadas à gestão da cidade. Vale destacar que Belo Horizonte foi reconhecida, em 2022, pelo Imperial College London, como a melhor entre as 14 capitais do Brasil nos indicadores de mortalidade por Covid-19.