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Onça pintada Maya já está no recinto de visitação do Zoo de BH
Foto: Juan Espanha/FPMZB

Onça pintada Maya já está no recinto de visitação do Zoo de BH

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Quem for ao Zoológico de BH, nesta semana, já poderá ver a nova moradora, a onça pintada Maya. Após passar por todos os exames necessários com êxito e estar bem adaptada ao novo ambiente, Maya já está no recinto de visitação.

Durante o período de quarentena, o felino foi acompanhado diariamente pelas equipes de veterinários e biólogos do Zoo com monitoramentos da saúde, além de questões comportamentais. Maya está saudável e apresentou uma boa adaptação ao novo ambiente, mostrando-se tranquila e também interativa aos estímulos. “A transferência da Maya para o recinto de visitação, após a quarentena de sucesso, será um presente aos belo-horizontinos, uma vez que junho é um mês com diversas comemorações ambientais importantes. Além disso, receber um animal considerado como um dos símbolos da fauna brasileira, representando a força, a beleza e a diversidade da natureza do nosso país, além de ser o maior felino das Américas e um dos maiores do mundo, ratifica a qualidade do nosso corpo técnico (biólogos, veterinários, zootecnista, cuidadores de animais) e a dedicação do nosso trabalho ao ponto de sermos reconhecidos nacionalmente e internacionalmente, integrando Programas de Conservação ex situ enquanto Jardim Zoológico de Belo Horizonte”, conta a bióloga e diretora da Zoobotânica de BH, Sandra Cunha.

Maya é uma espécie do Cerrado brasileiro e pertence ao Programa de Conservação ex situ de Onça-Pintada do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que, através do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado entre o Instituto e a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), possibilitou a vinda para o Zoológico de BH. A instituição é membro da Associação e signatária do Programa. Maya chegou na instituição em abril deste ano, vinda do Animália Park, em Cotia (SP). Ela nasceu em 3 de junho de 2024 e completou um ano nessa terça-feira (3). Segundo o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Gelson Leite, a vinda de Maya para a capital é prova concreta da grande capacidade técnica alcançada pelo Zoo de BH. “Só é possível receber animais desse porte e com essa importância para a conservação da biodiversidade tendo um local e uma equipe altamente qualificada. Temos que exaltar esses aspectos, pois o reconhecimento do trabalho desenvolvido se dá no dia a dia, quando vemos ações como a vinda da Maya ocorrerem de forma tranquila e eficiente”, explica o presidente da fundação.

Estado de conservação da espécie

A onça pintada aparece nas Listas Vermelhas de Espécies Ameaçadas de Extinção nas seguintes categorias: “Quase ameaçada” (IUCN, 2021-2) e “Vulnerável” (ICMBio, 2014), o que indica enfrenta risco de extinção em curto prazo no Brasil. O Brasil já perdeu quase 40% de sua vegetação original, sendo que mais da metade dessa perda pode ter ocorrido nos últimos 40 anos, quando se acelerou o desmatamento no Cerrado e na Amazônia. Essa é uma espécie que precisa de grandes remanescentes de vegetação natural para sua sobrevivência, portanto a perda populacional da espécie é muito mais acelerada do que a perda de áreas. Desta forma, a diminuição da subpopulação de onças-pintadas no Brasil, nos últimos 27 anos (três gerações), é estimada em cerca de 30%.

No que diz respeito a rotina, a onça pintada possui hábitos, principalmente, crepusculares e noturnos. Costuma descansar boa parte do dia perto de rios e lagoas, mas sem deixar de se movimentar. Ao entardecer, aumenta a atividade, deslocando em busca de presa. Nas primeiras horas da manhã, torna-se ainda mais ativa, já que esse período é propício à caça. Nada e mergulha com grande agilidade e é excelente escaladora e sobe em árvores com facilidade.