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Nova mostra do Cine Santa Tereza traz filmes com trilhas que marcaram o cinema
Foto: Ricardo Laf/ Divulgação

Nova mostra do Cine Santa Tereza traz filmes com trilhas que marcaram o cinema

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A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura realizam, de 2 a 30 de junho, no Cine Santa Tereza, a mostra “Sonoridades: trilhas e canções marcantes”, que destaca o trabalho sonoro e musical desenvolvido em 26 filmes clássicos e contemporâneos da cinematografia americana. As sessões acontecem de terça-feira a domingo e têm entrada gratuita. A programação completa pode ser consultada no Portal Belo Horizonte. O Cine Santa Tereza fica na Rua Estrela do Sul, 89, Praça Duque de Caxias, bairro Santa Tereza. 

          “A equipe do Cine Santa Tereza preparou uma programação que exalta o conjunto de sons e músicas que compõem as trilhas de clássicos do cinema americano. Uma programação diversa e plural que reforça a vocação do Cine Santa Tereza como um espaço cultural público, aberto para toda a população belo-horizontina e visitantes”, afirma Aline Vila Real, Diretora de Promoção das Artes. 

        É ao som do trompete da trilha composta por Nino Rota que adentramos o universo imortalizado por Francis Ford Coppola em sua adaptação da história de Mário Puzo, O Poderoso Chefão (1972 - classificação 14 anos). Os meandros que envolvem a saga de duas gerações da família Corleone, em meio ao poder, ações criminosas e intensas e conflituosas relações familiares, transformaram-se num clássico absoluto do cinema mundial e deram origem a uma trilogia cultuada. Em 2022, a origem dessa saga comemora 50 anos. Nada mais justo que homenageá-la, com a exibição da trilogia completa, numa mostra que destaca trilhas sonoras e canções marcantes. 

            Ennio Morricone foi outro que deixou uma vasta contribuição musical para o cinema, tendo composto trilhas memoráveis, como os trabalhos desenvolvidos em produções de Sérgio Leone, em especial Três Homens em Conflito (1966) e Era uma Vez no Oeste (1968); Rolland Joffé, em A Missão (1986); Giuseppe Tornatore, em Cinema Paradiso (1988); dentre outros. Sua presença na mostra se dá por meio de um de seus exitosos trabalhos, Os Intocáveis (1987 - classificação 14 anos), de Brian de Palma. 

                                   A versatilidade e onipresença de John Williams em grandes sucessos americanos é aqui destacada por três trilhas icônicas: Tubarão (1975 - classificação 14 anos), A Lista de Schindler (1993 - classificação 14 anos) e ET - o extraterrestre (1982 - classificação livre) - este em duas versões: dublado e legendado -. Um dos recordistas de indicações ao Oscar da área - mais de 50 - Williams conseguiu o feito de deixar sua marca autoral na indústria do cinema, com uma contribuição que impactou significativamente para o sucesso dos filmes.  

                                    O compositor e músico grego Vangelis não poderia ficar de fora. Seu trabalho em Carruagens de Fogo (1981) se transformou na trilha de eventos esportivos mundo afora e um ano depois Blade Runner (1982) chegava às telonas com sua trilha futurista e memorável. Para homenageá-lo, cuja morte ocorreu em maio deste ano, Blade Runner - O Caçador de Androides (1982 – classificação 14 anos) será exibido em dose dupla. 

                                    Bernard Hermann, compositor novaiorquino que se tornou um dos parceiros mais constantes de Alfred Hitchcock, está presente com dois trabalhos: Psicose (1960 - classificação 14 anos) e Os Pássaros (1963 - classificação 14 anos).  

                                    Canções que marcaram época e se tornaram queridas para os espectadores e cinéfilos também comparecem por meio de alguns filmes clássicos e contemporâneos como Casablanca (1942 - classificação 12 anos), Bonequinha de Luxo (1961 - classificação livre), Cantando na Chuva (1952 - classificação livre), além de duas versões de Nasce uma Estrela (1976 - classificação 16 anos) com Barbra Streisand, e (2018 - classificação 16 anos) com Lady Gaga. Curiosamente, as duas ganharam o Oscar de melhor canção, integrando o ainda pequeno grupo de mulheres laureadas pelo prêmio da grande indústria. 

                                    Alguns diretores têm um trabalho especialmente cuidadoso com suas escolhas sonoras. A bricolagem pop de Quentin Tarantino sempre passa pela música, elemento essencial para sua narrativa, assim como para as narrativas de Spike Lee, Stanley Kubrick, Paul Thomas Andersen, Sofia Coppola e  Alan Parker. Eles estão representados, respectivamente, pelos filmes: Pulp Fiction (1994 - classificação 18 anos), Faça a Coisa Certa (1989 - classificação 14 anos), Infiltrado na Klan (2018 - classificação 14 anos), 2001-uma odisseia no espaço (1968 - classificação 14 anos), Laranja Mecânica (1971 - classificação 16 anos), Trama Fantasma (2018 - classificação 12 anos), Encontros e Desencontros (2003 - classificação 14 anos) e Fama (1980 - classificação 14 anos). Trama Fantasma, em especial, foi uma das contribuições para o cinema de Jonny Greenwood,  integrante da banda britânica Radiohead, que mais tarde brilharia na bela trilha de Ataque dos Cães (2021) de Jane Campion. 

                                    Para finalizar, um tour nostálgico pelo tempo: o rock dos anos 1950 e o balanço da era das discotecas comparecem com dois filmes marcados pelo carisma e dança de John Travolta, Grease - nos tempos da Brilhantina (1978 - classificação 10 anos) e Embalos de Sábado à Noite (1977 - classificação 12 anos).