O Museu Casa Kubitschek (MCK) inaugura nesta sexta-feira (10) a exposição “Retratos de uma era: as fotos raras de JK”, que apresenta ao público imagens inéditas da trajetória de Juscelino Kubitschek. A mostra propõe um mergulho na vida pública e pessoal do ex-presidente e tem curadoria do pesquisador Fábio Chateaubriand. As visitas são gratuitas e podem ser realizadas de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h.

A mostra reúne fotografias emblemáticas de diferentes períodos da vida de JK, abrangendo desde a infância em Diamantina até sua atuação como médico, prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas Gerais, senador, presidente da República, passando pelos anos de cassação e exílio. Ao lado dos registros históricos destacam-se retratos de família e cenas da vida privada, revelando facetas pouco conhecidas de um dos nomes mais importantes da política e da história do Brasil.

A exposição faz parte da parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, a Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) e a Casa JK de Diamantina. A iniciativa integra um conjunto de ações em homenagem a Juscelino Kubitschek, incluindo outra exposição na Casa JK de Diamantina, exposição na Ciências Médicas, além do lançamento de livro e documentário sobre o ex-presidente.

Entre os destaques da mostra estão registros da juventude em Diamantina, retratos da vida familiar ao lado da esposa Sarah e das filhas Márcia e Maria Estela Kubitschek, além de fotos históricas de sua campanha presidencial e de momentos que marcaram a construção de Brasília. Muitas dessas imagens foram publicadas em revistas como “O Cruzeiro”, captadas por grandes nomes da fotografia brasileira e internacional, que acompanharam de perto a ascensão de Juscelino.

No espaço expositivo do Museu Casa Kubitschek, as fotografias ganham uma ambientação especial, em diálogo com a arquitetura projetada por Oscar Niemeyer e com a memória afetiva do local, que serviu como residência de fim de semana do então prefeito entre 1940 e 1945. A escolha do MCK como sede da mostra reforça o papel simbólico da Pampulha nesse percurso. JK idealizou o Conjunto Moderno da Pampulha, marco da arquitetura e da cultura brasileira. É também na Pampulha que se consolidaram capítulos decisivos de sua vida e carreira, refletindo tanto suas origens quanto sua visão transformadora de cidade.

Para Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura, a exposição é uma oportunidade única de revisitar a trajetória de Juscelino Kubitschek, aproximando a população de sua vida pessoal e de seu legado histórico, político e cultural. “A mostra valoriza os registros e documentos que narram a vida de um homem que marcou sua época e oferece um espaço para refletir sobre sua contribuição ao desenvolvimento e à transformação da sociedade, celebrando sua atuação como agente de mudanças”.

A presidenta da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, ressalta o caráter humano da exposição e a importância de revisitar a história de JK em um espaço tão simbólico. “O Museu Casa Kubitschek oferece um cenário especial para esta mostra, pois permite que o resgate da trajetória de JK aconteça exatamente no local que foi parte de sua vida. Essa relação entre acervo e espaço histórico dá à exposição um significado marcante, tornando cada registro uma conexão direta com a memória e as experiências do próprio Juscelino Kubitschek”.

Pesquisa e curadoria

A exposição oferece uma narrativa visual abrangente, que recupera não apenas os grandes feitos políticos de Juscelino Kubitschek, mas os traços íntimos de sua vida pessoal, revelando dimensões pouco conhecidas do homem por trás do estadista. Mais do que revisitar lembranças, “Retratos de uma era” propõe um mergulho na humanidade de JK, aproximando sua vida privada de sua obra pública e convidando o visitante a redescobrir, por meio das fotografias, a essência de uma personalidade que marcou profundamente a história de Belo Horizonte, de Minas Gerais e do Brasil.

O projeto também se destaca pelo rigor da pesquisa e curadoria. O jornalista e pesquisador Fábio Chateaubriand conduziu um trabalho minucioso ao longo de dois anos, percorrendo cidades como Brasília, Diamantina, Belo Horizonte, Passa Quatro, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Luziânia, além de consultar arquivos internacionais, reunindo imagens nunca divulgadas. O resultado é uma narrativa visual organizada em núcleos temáticos, que acompanha a trajetória de JK desde a infância, passando pelos momentos decisivos de sua vida política, até os últimos anos de sua existência.

Fábio Chateaubriand reforça que resgatar Juscelino Kubitschek nesta exposição representa menos um culto a uma fascinante personalidade que sintetiza o brasileiro e mais uma celebração de uma história que transcende as palavras, oferecendo ao público um testemunho visual e narrativo de uma era marcante, em que se entrelaçam conquistas políticas, escolhas pessoais e experiências humanas que definiram não apenas a trajetória de um líder, mas também a história de um país.

Sobre o curador

Fábio Chateaubriand é cientista social e diretor cultural da Casa de Juscelino Kubitschek, em Diamantina. Nos últimos anos, se dedicou a promover fóruns de discussões sobre políticas públicas com governantes, acadêmicos, empresários e a sociedade civil, fundando, inclusive, o Instituto Pensando o Brasil, ao lado de Maria Estela Kubitschek, filha de JK. Por esse trabalho, foi condecorado pelo Governo de Minas Gerais e pela Casa de Juscelino, com a medalha de honra e a grande medalha Presidente Juscelino Kubitschek, em Diamantina. É autor do livro “Juscelino Kubitschek, uma fotobiografia” e de quatro episódios da série documental “JK, o Reinventor do Brasil”.

Museu Casa Kubitschek

O Museu Casa Kubitschek integra o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e tem como sede a casa modernista construída para ser residência de fim de semana do então prefeito Juscelino Kubitschek. Marco da arquitetura moderna dos anos 1940, a casa projetada por Oscar Niemeyer é cercada por exuberante jardim planejado por Roberto Burle Marx, em terreno de aproximadamente três mil metros quadrados.

Inaugurado em 2013, o museu tem como missão oferecer ao público experiências reflexivas e sensíveis nos campos do paisagismo, da arquitetura residencial, dos modos de morar e da história da Pampulha, por meio da aquisição, conservação, investigação e difusão de acervos referenciados no movimento modernista e na ocupação da região.

Serviço
Exposição “Retratos de uma era: as fotos raras de JK”

Data: a partir desta sexta-feira (10)
Horário de visitação: de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h
Entrada gratuita | Classificação livre
Local: Museu Casa Kubitschek (Avenida Otacílio Negrão de Lima, 4.188 – Bandeirantes)