30 August 2017 -
A Fundação Municipal de Cultura abre ao público neste sábado, dia 2 de setembro, a partir das 16h, no Museu de Arte da Pampulha, a exposição “Livro de Artista e Múltiplos”, com curadoria de Amir Cadôr. A mostra se organiza a partir do uso da palavra, sonora ou escrita, nas artes visuais, apresentando o mais novo acervo adquirido pelo Museu por meio do 8º Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça. Entre as novas obras, destacam-se artistas de destaque como Cildo Meirelles, Waltercio Caldas, Edith Derdick, Guto Lacaz e Rosangela Rennó. A exposição fica em cartaz até o dia 28 de novembro e pode ser visitada de terça a domingo, das 9h às 18h30. A entrada é gratuita.
Livros de artistas são obras de arte realizadas sob a forma de um livro. Estas obras são habitualmente publicadas em pequenas edições ou ainda produzidas como obras de arte únicas. A nova exposição do MAP ocupará paredes, vitrines, bases para esculturas, o chão e uma mesa do térreo e mezanino do Museu. Algumas obras que foram adquiridas serão apresentadas em um espaço destinado à memória do MAP, resgatando outras criações expostas anteriormente, mas que não pertenciam, até o momento, ao acervo do museu. Um dos destaques será o trabalho “Caixa Preta”, de Augusto de Campos e Julio Plaza, obra que sintetiza o espírito da mostra, composta por livretos, um poema-logotipo, esculturas montáveis, cartazes e um disco de vinil compacto.
A reflexão sobre a arte e as referências à história da Arte são características de grande parte da produção artística, principalmente a partir dos anos 1970. Nesse contexto, são apresentados um livro de Aloísio Magalhães, “Topographic analysis of a printed surfasse”, baseado em uma pintura barroca holandesa. Os artistas Daniel Senise e Waltercio Caldas participam da mostra com obras derivadas de uma mesma pintura de Velázquez. Um trabalho de Regina Silveira, da série “Jogos da Arte”, complementa este grupo. Alguns livros são autorreferentes, como os trabalhos de Edith Derdyk, o “Livro de Mim”, de Marcelo Drummond e o “Livro que não sei”, de Waltercio Caldas.
As referências continuam em um múltiplo de Fabio Morais, criado a partir da capa do catálogo da exposição “Projeto construtivo brasileiro na arte”. A geometria é uma forma de arte autorreferente, e aparece no livro de artista/catálogo de Cristiano Lenhardt, “A Dobra do Raciocínio Geométrico”, que vem acompanhado de um múltiplo, e na série do artista Bruno Rios, Estudo de Campo II, baseado no desenho de campos de futebol.
A cultura popular também aparece como fonte de inspiração para os trabalhos, como no “Museu do Homem do Nordeste”, museu ficcional criado por Jonathas de Andrade, em forma de catálogo/livro de artista, ou no “Camelô”, de Cildo Meireles. Até mesmo as revistas de massa foram apropriadas por Dora Longo Bahia e Douglas Pêgo.
Os múltiplos que fazem parte da proposta têm como característica comum a presença da palavra, seja por meio de um texto escrito na própria obra, como na série de tapetes de Jorge Menna Barreto, seja através do título, como nos objetos de Guto Lacaz.
Outras obras têm relação direta com exposições que já passaram pelo Museu de Arte da Pampulha. O museu possui obras sonoras, tendo realizado exposição do duo Grivo em 2009. No mesmo ano, o MAP recebeu uma exposição do Chelpa Ferro (grupo multimídia composto por Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler). Por este motivo, foram incluídos na proposta um disco de vinil do Chelpa Ferro, um vinil de Waltercio Caldas e um CD da artista catarinense Raquel Stolf. Algumas obras foram selecionadas pela sua participação em exposições realizadas no próprio MAP, caso do livro Poemóbiles, de Julio Plaza e Augusto de Campos, e o livro “Momento Vital”, de Vera Chaves Barcellos, apresentados na mostra “Ainda: o livro como performance”, realizada em 2013. Outros livros foram escolhidos por recuperar a memória de uma exposição individual, como a obra “Bibliotheca”, da artista Rosangela Rennó, que apresentou instalação de mesmo nome no MAP em 2002; é também o caso do livro Velázquez de Waltercio Caldas, mostrado em exposição individual de livros do artista realizada em 2000.
Prêmio
O Museu de Arte da Pampulha foi vencedor no edital Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça em sua 8ª edição. O prêmio é uma iniciativa da Fundação Nacional de Artes – Funarte e teve o investimento total de R$ 700 mil, provenientes do Ministério da Cultura (Fundo Nacional de Cultura). O edital contemplou apenas quatro projetos (entre eles o do Museu de Arte da Pampulha), com premiações entre R$ 100 mil e R$ 270 mil. O Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça é um dos prêmios mais conhecidos e prestigiados do Brasil e tem como objetivo o fortalecimento de acervos de instituições culturais em todo o território nacional. Ao favorecer a complementação de acervos de arte e sua exibição pública em instituições museológicas públicas e privadas, estimula a reflexão e a difusão das artes visuais, em geral.
Exposição Livro de Artista e Múltiplos
De 2 de setembro a 28 de novembro | terça a domingo, das 9h às 18h30
Museu de Arte da Pampulha (Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha)
ENTRADA GRATUITA
Informações para o público: (31) 3277-7946