9 December 2020 -
A Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Municipal de Cultura inauguram na sexta-feira, dia 11, a exposição Arquivo Urbano: 100 anos de fotografia e moda no Brasil, no Museu da Moda (Mumo). A mostra registra hábitos e costumes dos brasileiros nos últimos 100 anos, com ênfase na moda feminina do dia a dia. A exposição atende aos protocolos sanitários de combate à Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte. A entrada é gratuita mediante agendamento on-line no portal da Prefeitura.
A “Arquivo Urbano: 100 anos de fotografia e moda no Brasil” expõe 120 imagens impressas em tecidos, que contam a história da moda no Brasil até os anos 2000. As mais recentes são mostradas em vídeo, representando um novo tempo, a tecnologia e a velocidade que a comunicação atinge o público.
A exposição integra a programação da segunda edição do Mood – Festival de Moda de Belo Horizonte. O Festival é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, construído de forma integrada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Municipal de Cultura e Belotur.
A edição de 2020 tem ações em formato digital, com o objetivo de discutir alternativas para enfrentar as complexidades advindas da pandemia da Covid-19, reunindo todos os atores do setor – empresários, estilistas, artistas, profissionais, consultores, representantes sindicais e de entidades do comércio e da indústria – para o debate saudável e o fortalecimento da moda local, a geração de empregos e renda. Conheça a programação completa no portal da Prefeitura.
“A nova exposição Arquivo Urbano: 100 anos de fotografia e moda no Brasil pretende despertar nos visitantes um olhar para a trajetória da moda e de sua indústria, relacionando-a com a cultura brasileira. Ao apresentar uma parte importante da história no Brasil, pelo viés da moda, o museu cumpre o seu papel de referência para o setor em Belo Horizonte”, afirma a Secretária Municipal da Cultura e presidenta interina da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin.
Se tudo que acontece na sociedade se reflete no modo de vestir, a fotografia registra o passar do tempo e revela o quanto a moda é responsável por esse resgate. Foi a partir desse ponto de vista que a curadora, artista visual e consultora Jussara Romão desenvolveu o conceito da exposição. A mostra apresenta um panorama dos hábitos e costumes dos brasileiros nos últimos 100 anos, com ênfase na moda feminina cotidiana, e é composta pelas fotos mais interessantes e emblemáticas do livro que deu origem à exposição, assinado por ela.
As grandes transformações na sociedade, ocorridas no início do século XX para o XXI, geraram mudanças extraordinárias de hábitos e costumes da população, o que se refletiu no modo de viver, de vestir e de se comportar. Com passagem por importantes publicações, entre elas a revista Elle, da qual foi editora e diretora de moda por 11 anos, Jussara Romão foi convidada para editar o citado livro sobre o tema.
A sondagem no setor detectou que faltava um material bibliográfico para contar a história da moda de forma mais abrangente. Ela optou por narrá-la a partir de imagens fotográficas sobre como pessoas reais se vestiam em seu dia a dia, no Brasil, década por década. “Não queria o sonho das produções e editoriais fashion, mas falar de moda e comportamento de forma inovadora. Para essa pesquisa, me cerquei de pessoas que pudessem seguir esse caminho de forma consistente e precisa”, explica a curadora.
A exposição em cartaz no Mumo nasceu de um amplo período de pesquisa iconográfica desenvolvida pela pesquisadora Goya Cruz, em que foram resgatadas fotos originárias de álbuns de família, instituições, museus e acervos particulares, que traçam uma análise social e histórica da sociedade brasileira ao longo de 100 anos. O acervo veio de diversas regiões do país, sempre focando no cotidiano, o que traz uma interessante diversidade cultural ao conjunto.
A mostra apresenta também a evolução da estética e tecnologia fotográfica. Dessa forma, a fotografia é utilizada como meio para contar a história da moda. A exposição registra, ainda, as mudanças estéticas que aconteceram no setor, como as formas, os comprimentos, as silhuetas, e a entrada das calças no vestuário feminino.
Além de fotógrafos anônimos, que registraram o dia a dia de suas famílias, o trabalho inclui imagens de nomes consagrados, como Augusto Malta, Jean Manzon e Márcio Scavone. O projeto expográfico criado exclusivamente para o museu e assinado por Alex Rousset traz imagens impressas em tecidos, separadas por módulos e registros das décadas, possibilitando a leitura dos 100 anos de moda no Brasil.