1 September 2023 -
O Museu Casa Kubitschek dá início às comemorações dos 10 anos no mês de setembro, com uma programação que inclui oficinas, mediações especiais e a realização de um piquenique-brincante que irá se apropriar dos seus icônicos jardins, um dos elementos mais significativos do espaço museológico que integra o Conjunto Moderno da Pampulha, que em 2023 celebra 80 anos. As ações integram o projeto Museus Pampulha, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com o Instituto Lumiar. Todas as atividades são gratuitas, e a programação completa pode ser acessada no site do projeto.
Inaugurado em 2013, o Museu Casa Kubitschek (MCK) tem como sede a casa modernista construída para ser residência de fim de semana do então Prefeito Juscelino Kubitschek (1940- 1945). Marco da arquitetura moderna dos anos de 1940, a casa projetada por Oscar Niemeyer é cercada por exuberantes jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, em terreno de aproximadamente três mil metros quadrados.
A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, celebra o aniversário do Museu Casa Kubitschek, resultado de políticas públicas contínuas e eficazes para o setor. “Celebrar uma década de atuação representa um marco importante na trajetória institucional do Museu, que ao longo desses anos teve como grande desafio delinear a sua missão e vocação enquanto museu histórico, oferecendo ao público experiências sensíveis e reflexivas sobre os modos de morar por meio da preservação, investigação e comunicação do patrimônio referente à história da Pampulha, ao paisagismo, à arquitetura residencial e ao design modernistas”, afirma Eliane.
A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres, ressalta a programação idealizada para as comemorações do Museu Casa Kubitschek, que expressa os eixos que norteiam o equipamento público, aliando a fruição das exposições às ações educativas. “A Casa Kubitschek tem uma missão museal importante como espaço de reflexão de temas contemporâneos como a paisagem natural da Pampulha, com suas histórias e memórias, e também os modos e hábitos do morar brasileiro. É um marco da nossa arquitetura moderna, patrimônio que é da cidade e de todos nós. Para essa comemoração, teremos muitas atividades para as crianças e toda a família, reafirmando a vocação da casa para o lazer e para a integração com a região”, comemora Luciana.
A programação comemorativa, que integra as ações do projeto Museus Pampulha, começa no mês de setembro, com atividades que englobam oficinas, visitas mediadas especiais e um encontro festivo nos jardins do espaço.
No dia 9 de setembro, às 9h, o projeto Percursos Pampulha realiza a Edição Especial: Casas Modernistas da Pampulha, na qual os participantes são estimulados a interpretar as características arquitetônicas presentes em quatro casas modernistas da região da Pampulha, explorando aspectos das diversas camadas que compõem este território, como história, arquitetura, paisagismo, arte e natureza. Para acompanhar a atividade, é necessário se inscrever pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br.
No dia 16 de setembro, às 10h, os visitantes podem fazer parte de um grande encontro festivo com a realização do "Makamba Brincante: Um Piquenique de Alegria", que convida toda a família a celebrar o ato de brincar unindo a música e o teatro. Com uma combinação única de palhaçaria, cantoria, brincadeiras e contação de histórias, o grupo Makamba Brincante, que inicialmente desenvolvia suas brincadeiras para as crianças da Vila Acaba Mundo, atualmente circula por vários locais, trazendo elementos lúdicos para toda a cidade.
A proposta é encantar familiares, amigos e crianças de todas as idades, convidando-as a se desconectar das telas e se entregarem à diversão ao ar livre onde todos brincam juntos, enquanto aprendem a valorizar as diferenças. Os presentes também participarão de um piquenique nos jardins. Para participar é preciso fazer inscrição pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br.
Os Jardins de Burle Marx, um dos elementos mais notórios do Museu Casa Kubitschek por sua relevância artística e botânica, são o foco da Visita Mediada - Edição Especial: Cartografia Afetiva da Pampulha. Nesta atividade, que acontece no dia 23 de setembro, às 10h, o Museu Casa Kubitschek convida o historiador e mestre em Artes Lucas Amorim para realizar a oficina “Cartografias Afetivas”. O objetivo é proporcionar aos participantes a oportunidade de refletir sobre o espaço público como um lugar de diferentes linguagens e manifestações, ao mesmo tempo em que os convida a observar as transformações urbanas, arquitetônicas e sociais e suas relações com o patrimônio cultural. As inscrições devem ser feitas por e-mail: educativos.ck@pbh.gov.br.
A programação do MCK em setembro será encerrada com a Visita Mediada à exposição “Trama: Processos Educativos na Pampulha”, seguida de uma Oficina de Aquarela Botânica. A proposta é que o público possa conhecer os diferentes bordados que foram concebidos pelas bordadeiras do projeto Bordando Memórias e que integram a exposição “Trama: processos educativos na Pampulha”, em seu novo módulo “Pampulha 80 anos: Múltiplos Olhares”. A visita mediada terá o acompanhamento da artista Mariana Soares, que, além de estar expondo na mostra, vai ministrar uma oficina de aquarela botânica com os participantes. Inscrições prévias pelo e-mail educativos.ck@pbh.gov.br.
As comemorações dos 10 anos do Museu Casa Kubitschek terão continuidade até dezembro, quando está prevista a inauguração de uma exposição que abordará a história da casa, a trajetória do Museu e a relação íntima entre a arquitetura do local e a Pampulha, espaço de lazer vivenciado de diversas formas pela população de Belo Horizonte e turistas de toda parte do mundo.
Sobre o Museu Casa Kubitschek
A casa que abriga o Museu Casa Kubitschek foi construída às margens da Lagoa da Pampulha, e a intenção era estimular a ocupação da região, ainda pouco populosa na década de 40. Segundo Isabela Tavares Guerra, coordenadora do espaço museal, o MCK representa, no âmbito do Conjunto Moderno da Pampulha, a perspectiva de uma edificação pensada para uso residencial, ao contrário das outras edificações planejadas para uso público e que marcam a paisagem da Pampulha.
“Ao conhecer o Museu Casa Kubitschek, as pessoas podem compreender como os construtores da Pampulha planejavam os modos de viver e usufruir uma casa na região. Esta casa, que hoje abriga o museu, foi construída às margens da Lagoa em 1943 para ser residência de fim de semana do então prefeito Juscelino Kubitschek. Ao edificá-la, JK tinha a intenção de estimular a ocupação da região, idealizada para tornar-se um sofisticado ‘bairro de recreio’ de Belo Horizonte”, conta Isabela.
A edificação conta com ampla área social – varanda, sala de estar, sala de jantar, sala de música, sala de jogos - evidenciando sua característica de ser uma “casa para receber”. Os setores são bem definidos, sendo a área íntima, com quartos e banheiros, localizada no pavimento superior. O setor de serviços, ainda que ligado à sala de jogos, apresenta-se de forma independente.
No projeto da residência, Oscar Niemeyer optou pelo “telhado borboleta”, que se tornou uma das referências mais marcantes do projeto. Outros elementos característicos da arquitetura moderna também estão presentes: fachadas envidraçadas, marquise, acesso por rampas, dentre outros. Além dos traços modernistas, Niemeyer introduziu elementos da arquitetura colonial mineira, como treliças e esquadrias de madeira pintadas de azul, contrastando com a alvenaria na cor branca. A decoração do interior da casa é incrementada pelos painéis de Alfredo Volpi e mosaicos de Paulo Werneck.
A casa de campo pertenceu à família Kubitschek nos anos de 1940 e foi vendida ao Sr. Joubert Guerra, assessor e amigo pessoal de Juscelino, em 1951. Dona Juracy Guerra, esposa de Joubert, viveu no local até falecer, em 2004. Deve-se a ela a preservação e o rigor na manutenção de sua arquitetura original.
Uma das ações continuadas que o Museu Casa Kubitschek realiza é o Projeto Bordando Memórias, que atualmente reúne cerca de 100 mulheres, em encontros mensais, propondo o diálogo com o patrimônio cultural e a tradição do bordado. Além dos encontros e oficinas regulares com as participantes do grupo, o espaço abriga o novo módulo da exposição “Trama: processos educativos na Pampulha”, que celebra os 80 anos do Conjunto Moderno da Pampulha, entrelaçando um inventário afetivo do território com o trabalho das bordadeiras participantes do projeto.
Este inventário, constituído de 40 verbetes, foi criado pelo Museu Casa Kubitschek em colaboração com moradores, trabalhadores e frequentadores do local, compondo a base para a imersão das bordadeiras, que recriaram a paisagem cultural da Pampulha, revelando detalhes do Conjunto Moderno e seu território ampliado.