31 October 2023 -
A longeva e expressiva produção audiovisual associada a Minas Gerais completa 100 anos em 2023. Para celebrar, o Cine Santa Tereza recebe de 1º a 23 de novembro, a mostra “Minas Gerais em 10 décadas: um século de cinema mineiro”, com produção do jornalista e crítico de cinema Marcelo Miranda, que traz uma radiografia da evolução do cinema no país e no estado. Serão exibidos 21 filmes, de várias épocas e estilos. Algumas sessões serão comentadas por críticos convidados. Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site www.sympla.com.br. Uma quota de 50% dos bilhetes é reservada para distribuição no próprio cinema, 30 minutos antes das sessões. A programação da mostra pode ser consultada no Portal Belo Horizonte.
Em 1923, tem-se o registro do primeiro filme de ficção de longa duração finalizado no Brasil e produzido em Belo Horizonte, “Canção da Primavera”, dirigido por Igino Bonfioli e Ségur Cyprien. Desde então, a cinematografia do estado tornou-se uma das mais significativas do país e ajudou a formar um histórico de imaginários e fabulações sobre o território mineiro que ainda encanta e influencia artistas e espectadores.
A mostra “Minas Gerais em 10 décadas: um século de cinema mineiro” traz uma programação de filmes selecionados que revelam, década a década, estilos e autorias de profissionais do estado e daqueles que vieram de fora para filmar em terras mineiras. Espectadores, pesquisadores, críticos e interessados em geral poderão percorrer, pela programação da mostra, um trajeto temporal que vai de 1923 até os dias atuais, de forma a compreender o cinema feito em Minas e por Minas.
Pela cronologia, “Canção da Primavera” (1923) é o grande pioneiro do cinema mineiro. O título terá uma sessão especial exclusiva, no dia 23, quinta-feira, às 16h30. A partir dos anos 1930, um nome que se destaca é Humberto Mauro, que, de Cataguases, filmou o estado de maneiras até hoje celebradas. De Mauro a mostra exibe três filmes representativos de sua trajetória: “Sangue Mineiro” (1930), “Argila” (1940) e “O Canto da Saudade” (1952).
A década mais presente na seleção é a de 1970, com títulos do chamado Cinema Marginal, como “Sagrada Família” (1970) e “Bang Bang” (1971), e duas referências em cinema de gênero, o faroeste “O Homem do Corpo Fechado” (1973) e o terror “Enigma para Demônios” (1975). O filme mais recente da mostra é “No Coração do Mundo” (2019), de Gabriel Martins e Maurílio Martins.
Vários dos títulos foram realizados em cidades do interior de Minas, o que permite que os espectadores vejam geografias e paisagens inseridas em contextos muitas vezes surpreendentes. Alguns dos municípios representados são Montes Claros, em “Cabaret Mineiro” (1980); Ouro Preto, em “Enigma para Demônios” (1975); Diamantina, em “Vida de Menina” (2003); Contagem, em “No Coração do Mundo” (2019); Cataguases, em “Sangue Mineiro” (1929) e “Exilados do Vulcão” (2013); Curralinho, no filme “A Falta que me Faz” (2009); e Ubá, em “O Viajante” (1998). Belo Horizonte marca presença na programação, incluindo imagens icônicas das ruas e parques da cidade em “Bang Bang” (1971) e “Idolatrada” (1983), bem como cenários mais obscuros vistos em “Elon não Acredita na Morte” (2016).
Haverá ainda duas ações especiais: no dia 4, sábado, às 19h, a exibição de “Cabaret Mineiro” (1980) será seguida de comentários da crítica de cinema Maria Trika; e no dia 9 de novembro, quinta-feira, às 16h30, após a exibição de “A Falta que me Faz” (2009) haverá um bate-papo com a pesquisadora Mariana Mól.
A mostra “Minas Gerais em 10 décadas: um século de cinema mineiro” tem produção do jornalista e crítico de cinema Marcelo Miranda e conta com apoio cultural da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura.
Serviço
Mostra “Minas Gerais em 10 décadas: um século de cinema mineiro”
Sessões: dias 1, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 12 e 23 de novembro
Ingressos: Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso no Sympla ou na bilheteria.
Local: MIS Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza, Praça Duque de Caxias)