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Foto que compõe a Exposição "A Cidade e o Ócio". Foto dividida ao meio horizontalmente por um "fio" de cimento, que leva a uma criança.
Foto: de Luiza Ananias

Mostra na Casa do Baile convida o público a curtir o ócio

criado em - atualizado em

A Fundação Municipal de Cultura inaugura neste domingo, 25 de junho, às 11h, na Casa do Baile, a exposição “A Cidade e o Ócio”. Promovida pela Liga Arquitetura, a mostra traz à tona uma discussão sobre a escassez de espaços públicos na cidade para que as pessoas desfrutem do tempo livre. A mostra fica em cartaz até o dia 25 de agosto, e pode ser visitada nas terças-feiras, das 9h às 21h, e de quarta a domingo, das 9h às 17h. A entrada é gratuita.
 

Logo na abertura da mostra (dia 25, às 11h), a Casa do Baile promove uma mesa redonda com os arquitetos Flávio Carsalade, membro titular do Comitê Gestor do Conjunto Moderno da Pampulha, Roberto Andrés, editor da revista Piseagrama, e Patrícia Cioffi, autora do “Manual do Espaço Público”. Os três discutem temas como o potencial da Pampulha como espaço público para o ócio, a relação de espaços públicos e carros e a relação entre ócio e negócio.
 

A exposição em si apresenta na área interna módulos com textos e fotografias que trazem questionamentos e um novo olhar sobre a prática do ócio em espaços públicos como parques e praças. As imagens foram captadas em Belo Horizonte pela fotógrafa Luiza Ananias. Já nos jardins da Casa do Baile foram instalados módulos interativos que, a partir de redes de descanso, convidam o público a curtir o tempo livre contemplando a beleza do local. Cada rede foi desenvolvida exclusivamente para a exposição por designers mineiros, explorando diversos materiais, cores e tramas. As redes são de autoria de Liga Arquitetura, Molett, Atelier MaCraft, Urda Atelier, Ori, Regina Misk, Ronaldo Silvestre.
 

A ideia da exposição é levantar a discussão da qualificação dos espaços públicos nos municípios brasileiros e o planejamento urbano que preveja também espaços de lazer e ócio para a população. Para Bárbara Fonseca, idealizadora da exposição ao lado de Constanza Cherulli, o traçado urbano das cidades prioriza o fluxo constante e intenso, tanto de carros quanto de pedestres, com poucos locais de parada e respiro. “Como os seus moradores passam o tempo ocioso não é uma prioridade no planejamento urbano das cidades, que visam resolver os problemas de fluxo. Isto reflete a concepção cultural de que é necessário estar ocupado para ser feliz. Mesmo sabendo que, este tempo ocioso é fundamental para desenvolvimento pessoal, bem-estar e criatividade. É neste tempo onde ocorre o ‘desligamento’ das obrigações e é possível relaxar e refletir, contribuindo para pessoas menos ansiosas e mais motivadas”, completa.
 

Nesse sentido, a mostra leva para a Casa do Baile, espaço de grande valor arquitetônico e visibilidade, cercada de outros museus e locais de contemplação silenciosa, formas de representar fisicamente o ócio com um elemento que rapidamente evocasse a ideia no imaginário do público. Por meio das redes de descanso, a mostra convida o público para a prática do ócio e facilita a abertura desta discussão. “A rede de descanso é um elemento que explicita claramente essa ideia. Deitar em uma rede é, de certa forma, a representação literal do ócio. Além disso, é um elemento cultural significativo para o brasileiro. Utilizada desde os indígenas para dormir e para transporte, e até os dias de hoje em casas, apartamentos, restaurantes e locais de trabalho”, ressalta Bárbara.

 

Exposição “A Cidade e o Ócio”

Abertura: Mesa redonda - dia 25 de junho | domingo | às 11h

Visitação: Até 25/8, terças, das 9h às 21h; quarta a domingo, das 9h às 17h
Casa do Baile (Av. Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha)

ENTRADA GRATUITA

Informações: (31) 3277-7443