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Profissional da Saúde examinando morcego em laboratório
Foto: Karen Moreira/PBH

Monitoramento de morcegos é estratégia no controle da raiva em Belo Horizonte

criado em - atualizado em

Os morcegos possuem um papel importante dentro da vigilância em saúde. Através do seu monitoramento, é possível identificar a circulação do vírus da raiva no meio urbano. Famosos como “sugadores de sangue’, na verdade, das 150 espécies de morcegos catalogados no Brasil, apenas três se alimentam de sangue, ou seja, são hematófagas, e podem transmitir a raiva para humanos e outros animais como cães e gatos. As demais se alimentam de frutas, sementes, néctar, pólen e insetos. Em condições saudáveis, esses pequenos mamíferos não representam risco de ataque ao homem e a outros animais.

 

Em Belo Horizonte a circulação do vírus da raiva é mantida sob vigilância pelo Laboratório de Morcegos Urbanos da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) e pelas gerências de epidemiologia das regionais. A vigilância é feita desde 2004. Em 2018, foram diagnosticados nove morcegos positivos para doença na capital.

 

A análise é feita apenas nos morcegos identificados com comportamento anormal, sou seja, que estejam caídos no chão, vivos ou mortos; dependurados no meio da parede, em troncos de árvores, janelas ou em locais de baixa altura; ou que estejam voando durante o dia.

 

Em caso de identificação de um morcego com comportamento anormal, a população não deve tocar ou tentar remover o animal e deve acionar, imediatamente, o Centro de Controle de Zoonoses da capital, para que uma equipe seja enviada ao local para fazer o recolhimento de forma adequada. Os telefones são: 3277-7411/3277-7414/ 3277-7367.

 

“Além de recolhimento dos morcegos são tomadas medidas de prevenção no raio de 300 metros, para evitar possíveis intercorrências. Inicia-se a orientação da população quanto aos cuidados para evitar a presença dos morcegos nas residências e a verificação vacinal dos os animais domésticos”, explica Érica Munhoz de Mello, bióloga responsável pelo laboratório.

 

Nos casos em que já tenham ocorrido agressões animais (cães, gatos ou outros potenciais transmissores da raiva) a população deve procurar imediatamente o seu centro de saúde de referência para receber as orientações de profilaxia.

 

Vacinação antirrábica

A vacinação contra a raiva em cães e gatos é uma importante forma de manter o controle da doença. A Campanha de Vacinação Antirrábica de 2018 foi encerrada neste mês de outubro, com 250.197 animais vacinados. A campanha atingiu a cobertura vacinal de 68% em cães e 36% em gatos. Foram montados postos 106 postos de vacinação em toda a cidade. O objetivo da campanha foi garantir boas taxas de cobertura vacinal para impedir a transmissão da doença no meio urbano. Desde 1984, BH não registra casos em humanos e desde 1989, nenhum cão foi diagnosticado com a doença.

Quem ainda não levou seu animal para ser imunizado, deve procurar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que continua disponibilizando a vacina durante todo o ano. Basta levar o seu animal, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, na rua Edna Quintel, 174, no bairro São Bernardo. A vacina é gratuita e é aplicada em animais a partir de três meses de idade, gestantes ou não.

 

25/10/2018. Controle raiva. Fotos: Karen Moreira/PBH