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Homem negro ajoelhado toca tambor ao lado de mulher negra com roupa branca ajoelhada, na areia, durante o dia.
Foto: Divulgação PBH

MIS Cine Santa Tereza exibe filmes da cinematografia brasileira na Mostra Raízes

criado em - atualizado em

A Fundação Municipal de Cultura realiza, no MIS Cine Santa Tereza, entre os dias 15 e 26 de maio, a Mostra Raízes, com a exibição de dez longas e 13 curtas. Eles apresentam ao público diversas obras nacionais que trazem para o primeiro plano as tradições que historicamente compõem a cultura brasileira, sua permanência e ressignificações no tempo, e sua relação com a pluralidade da identidade nacional. A seleção dos filmes foi inspirada no tema “Museus como Núcleos Culturais: O Futuro das Tradições”, proposto pela 17ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Toda a programação é gratuita e os ingressos distribuídos 30 minutos antes das sessões. Informações ao público pelo telefone 3277-4699.

 

Na programação, um dos destaques é para a produção local, com exibição de curtas-metragens que apresentam histórias da cultura popular da capital mineira sob diferentes ângulos. Entre eles, A Loira e a Papuda (2016), de Patrícia Teles, que aborda duas lendas urbanas de assombrações femininas da capital mineira: a Loira do Cemitério do Bonfim e a Maria Papuda do Palácio da Liberdade. O Inventório (2016), de Mírian Rolim, trata das histórias sobre os fantasmas de Belo Horizonte, enquanto o Família Muniz (2016), de Marcos Pimentel, que apresenta o cotidiano, as crenças e celebrações de uma família que, há mais de 60 anos, comanda a Guarda Os Ciríacos. O Funk da Nossa Gente (2016), de Pedro Vasconcelos, traz este ritmo como expressão musical e política. Já em Bênção (2016), os diretores Guilherme e Marcelo Reis contam a história de Dona Dalila, uma benzedeira de 97 anos que vive na cidade de Belo Horizonte.

 

O filme Aboio (2005), da também belo-horizontina Marília Rocha, retrata os hábitos arcaicos mantidos por trabalhadores do interior do Brasil, como o costume de tanger o gado entoando um canto chamado aboio, trazendo a música, a vida, o tempo e a poesia dos vaqueiros do sertão. Este tema também é apresentado sob as lentes de Humberto Mauro, em sua produção curta Cantos de Trabalho - Música Folclórica Brasileira (1955), em que o diretor explora os ritmos e a musicalidade que marcavam os processos de trabalho, especialmente no ambiente rural, e que são oriundos de tradições musicais indígenas e africanas.

 

O longa recentemente lançado na 22º Mostra de Cinema de Tiradentes, A Rainha Nnzinga Chegou, de Júnia Tores e Isabel Casemira, é uma das grandes atrações da Mostra. Ele é amplamente ancorado na narrativa mítica fundante dos reinados e foi realizado com a Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio do Bairro Concórdia, em Belo Horizonte. O filme estrutura-se em dois eixos principais: o acompanhamento dos ciclos rituais e da cosmologia dos reinados negros em Minas, da perspectiva desse reino, e uma viagem proposta a dois personagens principais do grupo – a atual Rainha Conga (Belinha Casimiro) e um Capitão do Moçambique (Antônio Cassimiro) a Angola.

 

 

Programação infantil

Para as crianças, que têm sessões garantidas no MIS Cine Santa Tereza sempre aos sábados, às 17h, filmes que abordam o folclore brasileiro, em seus mitos e lendas que criaram personagens atemporais e marcantes da cultura nacional, como O Curupira, O Boto, Matinta Pereira, e Iara, apresentados em filmes de animação de Humberto Avelar.

 

A programação conta ainda com o clássico O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte e o recente A Nação que não Esperou por Deus (2015), de Lúcia Murat e Rodrigo Hinrischen que traz, este último, o registro da tribo indígena Kadiwéu, que vive no Mato Grosso do Sul.

 

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

 

Dia 15, quarta-feira

• Às 19h30

Sessão de curtas (58 min)

A Loira e a Papuda (Patrícia Teles | Brasil | 2016 | Documentário | 12 min)

Família Muniz (Marcos Pimentel | Brasil | 2016 | Documentário | 17 min)

Funk da Nossa Gente (Pedro Vasconcelos | Brasil | 2016 | Documentário | 12 min)

Bênção (Guilherme Reis e Marcelo Reis | Brasil | 2016 | Documentário | 17 min)

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 16, quinta-feira

• Às 19h30

Sessão de curtas (56 min)

Inventório (Mírian Rolim | Brasil | 2016 | Documentário | 17 min)

Guarda de Congo Feminina Nossa Senhora do Rosário (Guga Barros | Brasil | 2016 | Documentário | 17 min)

Brejo Grande - Festas Juninas (Marinho Antunes e Zinho de Araújo | Brasil | 2016 | Documentário | 12 min)

Cantos de Trabalho - Música Folclórica Brasileira (Humberto Mauro | Brasil | 1955 | Documentário | 10 min)

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 17, sexta-feira

• Às 19h30

Aboio (Marília Rocha | Brasil | 2005 | Documentário | 77 min)

No interior do Brasil, adentrando as extensões semiáridas da caatinga, há homens que ainda hoje conservam hábitos arcaicos, como o costume de tanger o gado entoando um canto chamado aboio. O filme aborda a música, a vida, o tempo e a poesia dos vaqueiros do sertão.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 18, sábado

• Às 17h

Sessão Infantil

Curtas da Coleção Juro que Vi

O Curupira (Humberto Avelar | Brasil | 2003 | Animação | 12 min)

O Boto (Humberto Avelar | Brasil | 2006 | Animação | 12 min)

Matinta Pereira (Humberto Avelar | Brasil | 2007 | Animação | 12 min)

Saci (Humberto Avelar | Brasil | 2008 | Animação | 12 min)

Iara (Humberto Avelar | Brasil | 2006 | Animação | 10 min)

Classificação indicativa: livre.

 

• Às 19h

A Rainha Nzinga Chegou (Júnia Torres / Isabel Casimira Gasparino | Brasil / Angola | 2019 | Documentário | 74 min)

Antigos reinos bantos com suas coroas, séquitos e guardas, seus cosmos singulares, resistem hoje nas terras das Minas Gerais. Três gerações de rainhas e uma travessia de volta, em visita aos domínios da mítica Nzinga, às terras dos reis do Congo, aos cantos de Angola, pelos descendentes da Rainha da Guarda de Moçambique Treze de Maio, Isabel Casimira, personagem central dessa história.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 19, domingo

• Às 17h

Marias (Joana Mariani | Brasil | 2016 | Documentário | 75 min)

Uma jornada pelo feminino através das festas marianas da América Latina. A diretora Joana Mariani acompanhou as festas das Nossas Senhoras padroeiras do Brasil, do México, do Peru, de Cuba e da Nicarágua, observando as semelhanças e diferenças entre as culturas e buscando vozes com grandes histórias para contar.

Classificação indicativa: livre.

 

• Às 19h

O Pagador de Promessas (Anselmo Duarte | Brasil | 1962 | Ficção | 98 min)

Depois de seu asno de estimação ter sido atingido por um raio, Zé do Burro faz a promessa de carregar nas costas uma imensa cruz de madeira até a igreja de Santa Bárbara. Porém, sua jornada acaba se tornando um pesadelo.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 22, quarta-feira

• Às 19h30

Terra Deu, Terra Come (Rodrigo Siqueira | Brasil | 2010 | Documentário | 88 min)

Memória e ficção se misturam na história do garimpeiro Pedro de Almeida, um dos últimos conhecedores dos vissungos, cantigas em dialeto cantadas durante os rituais fúnebres do interior de Minas Gerais. Pedro comanda o velório, o cortejo fúnebre e o enterro de João Batista, que morreu com 120 anos. O ritual acontece no Quilombo Quartel do Indaiá, distrito de Diamantina, Minas Gerais.

Classificação indicativa: 12 anos.

 

Dia 23, quinta-feira

• Às 19h30

Moro no Brasil (Mika Kaurismäki | Brasil /Alemanha /Finlândia | 2010 | Documentário | 105 min)

(Mika Kaurismäki | Brasil / Alemanha / Finlândia | 2010 | Documentário | 105 min)

Estilos como o frevo, o maracatu, o samba de coco, embolada e forró alimentam a história multicultural do Brasil, com suas influências indígenas, africanas e portuguesas. A riqueza musical fala por si e mostra a importância que tem na vida dos brasileiros.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 24, sexta-feira

• Às 19h30

Línguas: Vidas em Português (Victor Lopes | Brasil | 2004 | Documentário | 105 min)

Todo dia, duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Língua da qual povos colonizados se apropriaram e reinventaram. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabe.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 25, sábado

• Às 17h

Sessão Infantil

Dentro da Caixinha (Guilherme Reis | 2016 | Brasil | Fantasia | 44 min)

Arthur, Laura e João são três irmãos que vão passar as férias na casa da avó. Munidos de celulares e videogames, eles veem seus planos de se divertirem com as tecnologias frustrados quando uma tempestade provoca queda de energia. Ao ver seus netos entediados, a avó Neusa revira seu baú de lembranças e surpreende as crianças com as divertidas brincadeiras de roda.

Classificação indicativa: livre.

 

• Às 19h

Tarja Branca (Cacau Rhoden | Brasil | 2014 | Documentário | 79 min)

As brincadeiras infantis fazem parte de nossa formação social, intelectual e afetiva. Por elas nos socializamos, nos definimos e introjetamos muitos dos hábitos culturais da vida adulta. Todos brincamos na infância e, no brincar, fomos livres e felizes. Mas será que ainda carregamos essa subjetividade brincante e cultura lúdica vivas dentro de nós? Será que a criança que fomos se orgulharia do adulto que nos tornamos? Tarja Branca é um manifesto sobre a importância de continuar sustentando um espírito lúdico que surge em nossa infância e que o sistema nos impele a abandonar em nossa vida adulta.

Classificação indicativa: livre.

 

Dia 26, domingo

• Às 19h

A Nação que não Esperou por Deus (Lúcia Murat / Rodrigo Hinrischen | 2015 | Brasil | Documentário | 90 min)

O registro gira em torno da tribo indígena Kadiwéu, que vive no Mato Grosso do Sul. Entre 1999 e 2014, luz elétrica, televisão e igrejas chegaram ao local. O objetivo é analisar as mudanças diante desses acontecimentos.

Classificação indicativa: livre.