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Lixômetro: mais de três toneladas de lixo foram retiradas da Praça Sete
Amira Hissa/PBH

Lixômetro: mais de três toneladas de lixo foram retiradas da Praça Sete

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Após quatro dias instalado na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, o Lixômetro registrou o acúmulo de 3,3 toneladas de resíduos, uma média de 660 quilos de lixo por dia. O primeiro esvaziamento dos coletores gigantes ocorreu na quinta-feira (9), quando foram apurados 1.690 kg de sujeira. A segunda ação de retirada do lixo aconteceu na madrugada de sábado (11), com a confirmação de mais 1.600 kg de detritos. Os números deste ano surpreendem de forma positiva, pois a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) já chegou a recolher mais de cinco toneladas de resíduos da região da Praça Sete.

 

Para a chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização, Ana Paula da Costa Assunção, alguns fatores podem ter auxiliado na diminuição da quantidade de lixo nesse período, como a campanha informativa realizada no comércio e nos domicílios na semana anterior, abordando inclusive quem passava pelo local, e a importante contribuição da imprensa nesse processo de sensibilização das pessoas. “Chamar a atenção para o cuidado com a cidade por meio de reportagens e intervenções educativas acaba por colocar em permanente discussão a necessidade de uma mudança de comportamento do cidadão”, destaca a gestora. “Precisamos avançar, sim, e noticiar resultados favoráveis, porque é para isso que a Prefeitura de Belo Horizonte trabalha todos os dias”.

 

Ana Paula ressalta ainda que é preciso investir continuamente no processo de reeducação para que, além da limpeza, exista também a percepção de cidade limpa e bem-cuidada. "Papéis, copinhos de plástico, restos de alimentos e guimbas de cigarros causam, além de sujeira, uma poluição visual indesejável a quem transita por determinado lugar”, observa. “Embora, pequenos e leves, esses resíduos são capazes de incomodar, e atrair vetores de doenças”.

 

Além das ações de Mobilização da SLU há também um trabalho contínuo e atento da Subsecretaria de Fiscalização no atendimento às demandas de denúncias de deposição de lixo, entulho, resíduos de podas, entre outros, em locais irregulares e fora do horário estabelecido. A Fiscalização também realiza um trabalho educativo e de conscientização ao longo do ano, principalmente junto ao comércio e aos moradores.

 

Segundo o diretor de Fiscalização da região Centro-Sul, William Nogueira, é importante também destacar as reuniões que foram realizadas com os donos dos bares da avenida Amazonas, região conhecida como coqueiros, e com os donos dos hotéis da rua Guaicurus, locais apontados pela equipe operacional da SLU como pontos de muita deposição de lixo fora de horário. Segundo Nogueira, neste primeiro semestre, serão mantidas as ações de combate à deposição irregular, incluindo também as regiões do bairro Barro Preto e Lourdes.

 

Vigilância permanente

 

O Lixômetro, composto por três caixas de acrílico, de 2m² cada, estreou na Praça Sete em 2011. Naquele ano, a iniciativa foi estendida para a região da Pampulha, na Orla da Lagoa, quando o equipamento serviu de abrigo para toneladas de cocos. No ano seguinte, ele foi instalado na Praça Duque de Caxias, em Santa Tereza, para alertar moradores, donos de bares, restaurantes e outros estabelecimentos a respeito da importância de descartar corretamente os resíduos que produziam. Ainda em 2012, o Lixômetro se transformou em Reciclômetro, quando foi colocado na área interna do campus da UFMG, durante o processo de revitalização da coleta seletiva da universidade.

 

Erika Santos Resende, chefe do Departamento de Serviços de Limpeza Urbana da SLU, lembra que o Lixômetro serve para demonstrar que a varrição é um ato contínuo e trabalhoso, resultando em todo aquele volume de resíduos, muitas vezes invisibilizados, já que quase ninguém presta atenção ao que foi retirado do chão, mas, sim, ao que caiu em seguida. “O lixo possui dono, porque somos nós quem o produzimos; sendo assim, necessitamos racionalizar nosso consumo e ser colaboradores da administração pública nesse processo, respeitando, inclusive, o esforço dos garis, trabalhadores que dedicam energia diária para nos trazer bem-estar, segurança e conforto.”