4 Fevereiro 2019 -
Túneis, viadutos, trincheiras e passarelas exigem cuidados específicos de limpeza. A poeira gerada pelo tráfego de veículos pode impregnar as paredes dos complexos viários, o mato atrapalhar as travessias de pedestres e os resíduos descartados irregularmente atrair vetores de doenças ou ocasionar acidentes. Para garantir a limpeza desses complexos, a Prefeitura, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), mantém equipes treinadas para atuar na lavação, na capina e na remoção do lixo, conforme as especificidades de cada lugar.
Chefe da Seção de Serviços Especiais de Limpeza da SLU, Alberto Sabino Gonçalves explica que alguns locais requerem mais tempo para a realização da limpeza completa, com frequências semanais, quinzenais e mensais. “Passarelas com baixo fluxo de pessoas são limpas em poucos minutos, porém pontos como o complexo viário da Lagoinha, principalmente o túnel, o complexo do Anel Rodoviário e a avenida Cristiano Machado demandam entre duas e cinco horas para serem devidamente limpos. O mesmo acontece com o Anel Rodoviário, no bairro Jardim Vitória, e os viadutos Otto Lara Resende (próximo à estação de metrô), Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos”, enumera.
Cerca de 30 funcionários trabalham utilizando vassouras, pás, enxadas, carrinhos de mão e ancinhos, usados na remoção de folhas. Para a poda de pequenos galhos que podem avançar sobre as vias, os facões são utensílios bastante úteis. Na lavação, são usados detergente e água, com o apoio de um caminhão-pipa.
Equipamentos específicos que garantam agilidade e segurança para os garis são indispensáveis, destaca Alberto. “Os cones são dispositivos de proteção coletiva necessários para qualquer execução de limpeza em via pública com trânsito intenso”, lembra.
Os locais que apresentam mais sujeira costumam ser o complexo da Lagoinha, um dos corredores viários mais famosos da cidade, e a avenida Antônio Carlos, pela intensa movimentação diária de pessoas. “Se todos colaborassem, nosso trabalho teria um resultado mais duradouro”, observa o gestor.
A higienização do túnel da Lagoinha, por exemplo, contempla uma área total de mais de 9 mil m² de paredes revestidas de cerâmica, em ambos os sentidos da via. São gastos na limpeza de 10 a 15 mil litros de água, o que corresponde, em média, à capacidade de armazenamento de um caminhão e meio. Nessas ações, as equipes também precisam de detergentes para a remoção dos resíduos mais pesados.
Entre as passarelas, as que demandam maior esforço são as da rua Varginha e do viaduto adjacente, no bairro Colégio Batista; a da rua Ouro Preto com rua Cônego Rocha Franco, no Gutierrez; do Colégio Loyola, na avenida do Contorno, no bairro Cidade Jardim, além da passarela do Minas Shopping, no Ipiranga, e do BH Shopping, no Belvedere.
Os pontos mais afetados pelo lixo comum são o túnel da Lagoinha, no complexo viário homônimo, o viaduto da avenida Nossa Senhora de Fátima e a passarela do Restaurante Popular, no Centro. Também merecem atenção especial os viadutos Senegal, Angola, República do Congo, Moçambique e a trincheira da avenida Antônio Carlos com avenida Bernardo de Vasconcelos, na altura do bairro Cachoeirinha. Já as deposições clandestinas mais volumosas ficam por conta das gerências regionais de Infraestrutura Urbana da Prefeitura.
Para a dona de casa Sheila Marise dos Reis, esse trabalho é de grande relevância porque deixa a cidade mais bonita e segura, principalmente naqueles trechos em que o cidadão necessita percorrer a pé. “Nada mais desagradável e perigoso que ficar desviando do lixo em calçadas próximas a avenidas movimentadas, situação que pode pôr em risco a vida de pedestres e motoristas, ocasionando, inclusive, uma fatalidade”, alerta.
A estudante de publicidade Fernanda Souza costuma se reunir com os amigos no viaduto Santa Tereza e se sente incomodada ao flagrar alguns frequentadores descartando naquele espaço o lixo de forma indevida. “É uma questão de respeito e consciência por aquilo que é de todos; a educação é o princípio de tudo”, finaliza.