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Mulher com criança no colo que toca fotos P&B penduradas no varal, durante o dia.
Foto: Marcus Desimoni/Nitro

Lagoinha recebe o projeto "Moradores – A Humanidade do Patrimônio"

criado em - atualizado em

Em mais uma iniciativa voltada à valorização da Lagoinha, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, e em parceria com a NITRO Histórias Visuais, leva, à região, o projeto “Moradores – A Humanidade do Patrimônio”, uma ação de ocupação do espaço público por artes integradas – exposição fotográfica em grande formato, produção audiovisual e contação de histórias – destinadas a promover a educação para e pelo patrimônio cultural. Entre os dias 4 junho e 7 de julho, o projeto irá reviver as memórias de moradores, ex-moradores, trabalhadores e frequentadores da Lagoinha, um dos mais antigos e importantes bairros de Belo Horizonte.

 

Uma tenda estará montada em cinco pontos do bairro, com uma câmera a postos em um espaço convidativo àquele que desejar dar a sua versão da história do lugar, falar do seu ponto de vista, de seus valores e também dos desejos. Nesse instante, mais do que o ato de se deixar filmar e fotografar, o morador, o ex-morador, o trabalhador ou frequentador – anônimo, popular ou mestre do saber – será chamado a se reconhecer como patrimônio cultural desse importante pedaço de Belo Horizonte e a contar sua história de afetividade com a Lagoinha.

 

Na etapa seguinte, todo o material – fotos, vídeos e depoimentos – será transformado numa exposição fotográfica em grande formato com 12 painéis (4m x 2m) de retratos dos “personagens da Lagoinha”, um filme documentário curta-metragem, um varal fotográfico e diversas intervenções pelas ruas, casas e prédios da Lagoinha.

 

De acordo com o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, o projeto integra uma série de ações adotadas pela Prefeitura de Belo Horizonte para valorizar e dar visibilidade à região da Lagoinha de modo a tornar a cidade mais igualitária, por meio de uma decisiva valorização da cultura daquele local. “Torna-se necessário montar um processo profissional e abrangente de prospecção e registro da memória local a ser documentado por meio de registros audiovisuais. As cidades e os espaços urbanos não são apenas resultado de uma adaptação ao meio físico, são também produto e resultado da cultura de seu povo, que permanentemente os recria e dá novos sentidos à maneira singular de lidar com a dimensão material”, considera.

 

O projeto Moradores na Lagoinha, como salienta a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, vai contribuir para valorizar e promover o patrimônio cultural do bairro, que é  tão importante para a cidade.  “Além de sua riqueza arquitetônica, o bairro é plural em suas apropriações e sociabilidades e o projeto Moradores irá enfatizar essa construção simbólica”, define.

 

“Nosso objetivo é despertar nos moradores, ex-moradores, trabalhadores, comerciantes e frequentadores o orgulho de ser patrimônio de um importante bairro de Belo Horizonte. Recontar a história desse território a partir da memória afetiva de cada um deles será um passo importante dentro desse amplo projeto da Prefeitura de revitalização da Lagoinha. Fazer com que as pessoas percebam que um território faz parte da sua própria história é o gatilho para que elas se tornem suas guardiãs”, explica o escritor Gustavo Nolasco, autor do projeto Moradores ao lado dos fotógrafos Marcus Desimoni e Bruno Magalhães e do cineasta Alexandre Baxter.

 

 

A busca por histórias da Lagoinha

A intenção é levar o maior número possível de pessoas para serem fotografadas e contarem sua relação com o bairro Lagoinha e as comunidades do seu entorno (Pedreira Padro Lopes, Vila Senhor dos Passos, Conjunto IAPI e Bonfim). De terça-feira (04/06) ao sábado (08/06), sempre das 9h às 17h, uma tenda estará montada num ponto da região.

 

 

Datas e locais onde estarão as tendas para registro dos depoimentos

4/6 (terça-feira) – Praça 15 de Junho

5/6 (quarta-feira) – Rua Formiga, 140 (em frente ao Mercado da Lagoinha)

6/6 (quinta-feira) – Arena do Beco Sargento João Beraldo (Vila Senhor dos Passos)

7/6 (sexta-feira) – Rua Araribá, 235 (entre o Conjunto IAPI e a Pedreira Prado Lopes)

8/6 (sábado) – Rua Além Paraíba, 449 (em frente ao Supermercado BH)

 

 

Exposição, exibição de documentário e varal fotográfico

No dia 29 de junho, será a abertura da exposição dos retratos, a montagem do varal fotográfico onde cada morador poderá retirar uma cópia de sua foto, uma roda de conversa sobre Memória e Patrimônio e a exibição do filme documentário curta-metragem construído a partir das histórias contadas pelos moradores, trabalhadores e frequentadores da região da Lagoinha. O evento acontecerá no Mercado da Lagoinha, ao lado de onde será montada a exposição em grande formato.

 

 

Projeto Moradores

O projeto Moradores tem como principal objetivo o reconhecimento, a valorização e o registro das histórias das pessoas, sejam elas anônimas ou mestres do saber, detentoras dos conhecimentos acumulados por aquela comunidade, das suas estratégias de sobrevivência, da cultura do lugar, expressos nos seus costumes, tradições, hábitos, modos de morar, maneiras de celebrar a vida e se manifestar, o maior patrimônio que um território pode ter.

 

É um movimento de ocupação urbana pela valorização da identidade cultural e da memória dos moradores, patrimônio que dá vida ao lugar. Criado em 2012 pelo coletivo mineiro NITRO Histórias Visuais, já passou por cinco estados, 19 cidades e registrou a história de aproximadamente 3.500 pessoas. Foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como uma ação de sucesso em Educação Patrimonial pela troca, interação e memória que acumula.

 

A NITRO, coletivo mineiro de “contadores de histórias”, ao longo dos seus 15 anos de existência, fez a transição de uma agência clássica de fotografia para uma produtora de conteúdo documental, buscando ser referência nacional na criação de Histórias Visuais (visual storytelling). Em Belo Horizonte, já desenvolveu diversos trabalhos e eventos tendo a Memória e o Patrimônio como tema. Entre eles, a realização do Circuito Fotografia e Patrimônio, em 2017, em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG).

 

Exposição de maxi foto em praça pública, com pessoas transitando, durante o dia.