17 December 2019 -
O Centro de Referência da Juventude recebe, até janeiro, a mostra “Amarrações Juventudes, Territórios e Identidades”, que traduz as vivências da juventude das periferias de Belo Horizonte em arte e cultura. A visitação à exposição é gratuita e apresenta o resultado das ações promovidas pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos/Projovem, dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), ligados à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
Os trabalhos expostos foram produzidos por jovens de 15 a 17 anos, participantes dos Coletivos dos CRAS Apolônia, Arthur de Sá, Biquinhas, Confisco, Coqueiral, Lagoa, Morro das Pedras, Pedreira Prado Lopes, Santa Rita, Vila Antena, Vila Fátima, Vila Maria e Zilah Spósito, e tratam de questões relacionadas ao sentimento de pertencimento, à formação da identidade e à construção de processos de sociabilidade e laços sociais, utilizando as linguagens da arte e da cultura.
“Eu nunca tinha tido um trabalho meu exposto. Quando eu cheguei aqui pensei: ‘nossa, é meu quadro!’. É muito emocionante. No Coletivo aprendemos uns com os outros, e vivemos coisas que nunca imaginamos. Eu era muito tímida e hoje estou aqui mostrando para todos o meu trabalho”, diz emocionada Edvânia Moreira, participante do Coletivo Arthur de Sá.
De acordo com Eliete Rezende, diretora de Proteção Social Básica, da Subsecretaria de Assistência Social, a mostra é resultado de um percurso de dois anos vivenciado no Projovem, serviço destinado às juventudes nos Centros de Referência de Assistência Social do município. “A exposição tem o importante objetivo de ‘amarrar’ a construção da identidade dos participantes com seu território, materializando a proteção social. Ela resulta de encontros dos jovens com eles mesmos, deles com os orientadores sociais e arte educadores, com suas famílias e com a equipe do CRAS. Nesses encontros vão se fortalecendo os ‘nós’ e o significado de proteção que a assistência social tem”, explica.
Para Leonardo Marques, coordenador do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos grupos Vila Maria, Coqueiral e Confisco, a exposição é um diálogo entre as periferias e o centro da cidade. “A grandeza da mostra está em promover o diálogo entre os territórios e o centro da cidade, mostrar o trabalho feito com e pelos jovens, e trazer esse território para um lugar que é tão significativo para as juventudes de Belo Horizonte, que é o CRJ”, pondera.
Rafael Boneco, arte educador dos grupos dos CRAS Morro das Pedras e Vila Antena, conta que utiliza a arte para estimular os jovens a se expressarem por meio de diferentes linguagens. “A arte é uma porta para várias percepções. Por meio da arte a gente ilustra situações do cotidiano e facilita o entendimento. Ela é um instrumento de transformação e construção política e social. A partir do momento que o jovem consegue transpor uma ideia através de uma obra de arte, independente do suporte, ele se expressa e descobre outras formas de tratar de suas questões”, salienta.
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
As oficinas que resultaram nas obras da mostra fazem parte do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O Serviço é realizado em grupos, de acordo com o ciclo de vida dos participantes, e complementa o trabalho social com as famílias, para prevenir a ocorrência de situações de risco social.
O Projovem atende adolescentes de 15 a 17 anos, fortalece as relações familiares e comunitárias, valorizando o sentido de vida coletiva, amplia as trocas culturais e de vivências entre os usuários, assim como desenvolve o sentimento de pertencimento e identidade.