2 July 2018 -

Foto: Suziane Fonseca/PBH
Jardim Zoológico melhora recintos e promove bem-estar aos animais do plantel
02/07/2018 | 17:44 | atualizado em 06/11/2018 | 11:32
Alguns recintos do Jardim Zoológico da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) têm passado por adaptações e melhorias que proporcionam mais conforto e bem-estar para os animais do plantel. Animais como jacarés-de-papo-amarelo, monitor-do-nilo, gatos-palheiros, urubus-rei, araras-de-lear e onças podem usufruir de uma ambientação mais variada e itens de enriquecimento ambiental de modo a tornar seus recintos mais apropriados conforme as necessidades de cada uma dessas espécies. As intervenções fazem parte do programa de bem-estar animal desenvolvido pela FPMZB.
De acordo com a bióloga Cynthia Cipreste, da equipe da Área de Bem-Estar Animal da FPMZB, existem cinco domínios que caracterizam a estratégia de “bem-estar animal” preconizada pela Associação Mundial de Zoológicos e Aquários (WAZA, em inglês). Esses domínios são: os cuidados veterinários, a nutrição, o ambiente, o comportamento e o estado mental. “Os níveis de bem-estar animal são medidos por meio da avaliação dos cinco domínios, e também pela capacidade de o animal passar por situações estressantes e superá-las pelo uso dos recursos de seu próprio ambiente. Neste sentido, é muito importante valorizar o que é feito no dia a dia com o intuito de promover melhores níveis de bem-estar a todos os animais sob nossos cuidados. Assim, o bem-estar animal deve ser considerado como um fator diário, que depende de ações constantes”, afirma a bióloga.
Segundo Cynthia, mesmo que num primeiro momento um recinto possa não parecer tão bem qualificado, se ele for ambientado adequadamente e se o animal puder experimentar todos os recursos que lhe permitam exibir padrões normais de comportamento, e ainda lhe forem oferecidos todos os recursos dos cinco domínios, seus níveis de bem-estar se elevam. “Isso garante não só uma vida digna ao animal, mas também proporciona resultados mais fiéis em pesquisas sobre comportamento e saúde, além de contribuir com as ações de educação para a conservação, talvez um dos trabalhos mais importantes realizados pelos zoos”, defende.
Biólogo e gerente do Jardim Zoológico da FPMZB, Humberto Mello considera que as intervenções realizadas nos recintos dos animais do Zoo são uma prática essencial para a manutenção do bem-estar dos animais que estão sob cuidados da instituição, e “cujo manejo visa oferecer maior conforto, oportunidades de escolha e interatividade, buscando uma melhor qualidade de vida. É um trabalho minucioso e muito importante para a saúde física e mental dos animais, uma vez que é nossa obrigação cuidarmos muito bem daqueles que, por uma razão ou outra, chegaram até nós”, defende.
Humberto explica que algumas dessas intervenções foram feitas com o reaproveitamento de materiais restantes de outras melhorias e também por meio de uma rede de parceiros externos ou até mesmo da própria Prefeitura, que buscam os mesmos objetivos da Instituição: cuidar da fauna e promover ações de melhoria do ambiente e qualidade de vida. “É um trabalho contínuo de nossa equipe buscar o aprimoramento da qualidade de vida dos animais que cuidamos, sempre atentos a todos os domínios de bem-estar animal. Temos equipes capacitadas, estrutura para atendimento e ainda realizamos parcerias com instituições e profissionais que nos ajudam a prestar um atendimento de qualidade aos animais do plantel, adequado à necessidade de cada indivíduo”, declara.
Intervenções
Atualmente ocupado por três gatos-palheiros, um dos recintos mais antigos do Zoo passou por uma completa reestruturação de modo a permitir a utilização mais dinâmica dos espaços e, além disso, oferecer opções para que os animais explorem melhor o seu ambiente.
O recinto, que é dividido em dois compartimentos, passou pelas seguintes intervenções: instalação de túneis de bambu; revestimento de pilastras com corda de sisal; instalação de prateleiras de madeira para permitir que os animais possam alcançar níveis mais elevados no recinto; construção de casinhas de madeira; colocação de troncos para servir de passarelas, colocação de substratos mais adequados no piso (folhas secas e areia), plantio de bambu, citronela e grama amendoim; colocação de troncos envolvidos com corda e sisal; confecção de novos abrigos como pedaços de cabo de vassouras.
Todos esses elementos geram oportunidades de movimentação por parte dos animais e permitem que os gatos-palheiros possam usufruir de vários tipos de abrigos posicionados em distintos locais do recinto.
Melhorias para os répteis – Na semana passada, o casal de jacarés-de-papo-amarelo foi transportado para um recinto mais amplo com um tanque maior, o que melhora as condições de manejo e manutenção dos animais em questão. As intervenções realizadas foram: aterramento e recuperação do solo em parte do recinto (onde estão sendo plantadas mudas de arecas, papirus, dracenas, helicônias e barba de serpente para ambientação da área); poda de arbustos e de copa de árvore para permitir maior incidência de sol; disponibilização de um grande banco de areia na borda do tanque para os animais repousarem e se aquecerem ao sol.
A mudança de ambiente, liberou o recinto para receber 35 cágados de barbicha que, juntamente com o os tracajás, tartarugas-da-amazônia e tigres d'água, comporão um recinto misto de quelônios semiaquáticos de água doce.
O lagarto monitor-do-nilo foi levado para o recinto anexo ao recinto que recebeu o casal de jacarés. E para recebe-lo, foi providenciado a construção de uma toca com aquecimento no piso, diversificação do substrato com a colocação de areia, brita e folhas secas, poda de arbustos e abertura de copa de árvore para permitir maior incidência de sol, além de inserção de troncos no recinto e no tanque para abrigo.
O recinto em que estava o monitor-do-nilo (recinto anexo à Casa de Répteis ao lado dos recintos das grandes serpentes) foi destinado para quatro filhotes de jacarés-de-papo-amarelo, que chegaram à Fundação por meio de apreensão feita pelo Ibama. Nesse recinto foi inserido tronco no tanque, aumentada a área de areia para repouso e banho de sol. Também foram colocadas folhas secas nas tocas e sobre as placas de aquecimento embutidas no chão do recinto para abrigo e conforto térmico dos animais e instalada uma lâmpada para aquecimento dos filhotes.
Outras melhorias
A Seção de Aves, por sua vez, foi responsável pela revitalização do recinto de um casal de urubus-rei. Entre as melhorias estão a inserção de um novo ninho, que foi construído artificialmente em formato de rocha, ou seja, com um design mais adequado para o uso da espécie. Além disso, houve a troca de poleiros, a instalação de “gangorra” (poleiro móvel) e a implantação de um novo paisagismo que permite espaços mais reservados para os animais. Também foi feita uma revitalização do lago do recinto, a substituição do substrato e a manutenção de telas e de portões, e a pintura das paredes.
O recinto ocupado pelas curicacas, guarás e ananaís, localizado ao lado do dos urubus, foi outro que recebeu o mesmo tipo de melhorias. Outro recinto que passou por mudanças foi o das araras-de-lear que está localizado no Setor Extra (com entrada restrita para funcionários). No local, houve uma reestruturação para oferecer mais conforto e segurança para os animais que fazem parte de um programa de conservação da espécie.
Limpeza do recinto das onças
O fosso do recinto das onças-pintadas passou por um processo de limpeza que foi realizado por meio da parceria da Fundação com a empresa Karscher, visando o apoio à manutenção dos espaços da instituição, a partir da cessão por empréstimo de equipamentos. O convênio entre as instituições foi viabilizado pelo programa Parceiros da Natureza, cujo objetivo é estabelecer parcerias com empresas interessadas em apoiar ações, eventos, projetos, programas ou reformas realizadas nos diferentes espaços da FPMZB.
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