Pular para o conteúdo principal

Prato mineiro com linguiça, couve, arroz e tutu de feijão,
Foto: Roberto Castro

Itamaraty endossa candidatura de BH para Cidade Criativa pela Gastronomia

criado em - atualizado em

Belo Horizonte venceu mais uma etapa na busca do reconhecimento como Cidade Criativa da Unesco pela Gastronomia. A capital mineira teve sua candidatura à Rede endossada pela Divisão de Nações Unidas - Comissão Nacional para a Unesco no Brasil, do Ministério das Relações Exteriores. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira, dia 26, por meio de comunicado oficial do órgão. Agora, a Prefeitura, por meio da Belotur, fará os últimos ajustes no dossiê para submetê-lo à Unesco até o dia 30/6.  

 

Também foram endossadas na etapa brasileira as cidades de Aracaju (SE), no campo criativo da Música, Cataguases (MG), pelo Cinema, e Fortaleza (CE), por Design e Moda. Apenas dois dos quatro municípios escolhidos serão reconhecidos em nível mundial.

 

“O que estamos querendo é o reconhecimento da vocação de Belo Horizonte para a gastronomia, da sua singularidade, da nossa cultura e tradição. Ainda temos muito trabalho pela frente. Mas o primeiro passo para receber o título de Cidade Criativa da Gastronomia pela Unesco já foi dado, com excelência”, afirmou o presidente da Belotur, Gilberto Castro.

 

Coordenado pela Belotur, o dossiê de Belo Horizonte foi construído coletivamente. Durante o processo de candidatura, que começou em abril de 2018, foram realizados três encontros para mobilização da cadeia produtiva da gastronomia. O primeiro, “Encontro das Cidades Criativas: Turismo e Gastronomia”, reuniu representantes das três cidades que já foram designadas pela Unesco no mesmo campo criativo: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ). Em 2019 foram dois encontros, com a presença de cerca de 240 lideranças governamentais e da sociedade civil.

 

A partir dessas conferências, a Belotur organizou cinco oficinas de trabalho para a elaboração do documento. Participaram cerca de 90 membros do Poder Público, entidades representativas (Abrasel, CDL, Sebrae, Fiemg, sindicatos e associações), setor privado (produtores, empresários, chefs e gastrônomos) e instituições de ensino. Os projetos, ações e diretrizes descritas no dossiê possuem, dessa forma, uma grande confluência com o que os atores do setor da gastronomia pensam e planejam para o futuro da capital.

 

Além de apresentar Belo Horizonte e os projetos, estabelecimentos, chefs, instituições de ensino e todas as características que tornam a capital mineira uma cidade criativa da gastronomia, o dossiê mostra esse campo temático como um agente de mudança e transformação socioeconômica, tecnológica e cultural no Município. Outro destaque é o empenho da Prefeitura em consolidar um sistema que garanta o acesso ao alimento e fomente a produção, a comercialização e o consumo de alimentos agroecológicos. Esse desafio se desdobra em diversas frentes de atuação, como a assistência alimentar para escolas e rede socioassistencial e a oferta diária de refeições subsidiadas nos restaurantes populares.

 

 

Raio-X da Gastronomia em Belo Horizonte

A gastronomia em Belo Horizonte possui autenticidade e representatividade cultural e é um potente setor dentro da economia criativa, o que promove o desenvolvimento socioeconômico do Município. A cidade concentra mais de 30% dos trabalhadores do setor criativo de todo o Estado. Em nível nacional, figura como a terceira cidade brasileira com maior número de profissionais trabalhando em atividades criativas.

 

Segundo a Abrasel, a gastronomia em Belo Horizonte movimenta cerca de R$ 4,5 bilhões a cada ano. Possui 45.662 empresas do segmento de alimentação e os negócios do ramo estão entre os três maiores empreendimentos da cidade. Conhecida, também, como “Capital Mundial dos Botecos”, reúne o maior número de bares e restaurantes por habitante do Brasil, sendo 18.600 negócios, concentrados em mais de dez polos gastronômicos.

 

A gastronomia responde por quase 40% dos postos de trabalho da economia criativa total, com cerca de 54 mil postos. Com relação aos empregos formais, existem mais de 21 mil pessoas empregadas no setor de gastronomia, o que corresponde, aproximadamente, a 23,3% do total de emprego de todo o Estado nessa atividade. Esses empregos geraram, em 2017, uma movimentação financeira de R$ 249,4 milhões (Análise Observatório do Turismo de Belo Horizonte).

 

A atividade da gastronomia, em termos econômicos, tem se expandido nos últimos anos. O Valor Adicionado Fiscal do setor, no período de 2012 a 2017, passou de R$1.021.611.027 para 1.964.813.716, o que representa um crescimento global de mais de 90%.