Promover o fortalecimento de múltiplas aprendizagens pautadas na diversidade cultural e na promoção de direitos, em que os direitos culturais, os saberes acadêmicos e os saberes praticados são ensaios para o desenvolvimento integral do cidadão. É com esse objetivo que a Prefeitura de Belo Horizonte promove, nos dias 17 e 18 de novembro, na sede da FUNARTE MG (Rua Januária, 68 – Centro), a “II Jornada CULTAA - Fortalecendo Identidades: lançamento do livro Jardins do Sagrado”. O evento tem como centralidade o lançamento da obra desenvolvida pela PBH, em parceria com a UFMG, que busca divulgar e apoiar a preservação dos saberes ancestrais dos povos tradicionais, além de dar visibilidade aos modos de vida e práticas cotidianas das tradições afro-brasileiras e indígenas. O evento apresenta atividades diversas com convidados como  Tiganá Santana, Darupü’üna  Tikuna, Mam’etu Muinadê,  e o encontro da “RodaBH de Poesia”. A programação completa e o link para inscrições estão disponíveis no Portal da PBH - pbh.gov.br/jornadacultaa. Todas as atividades são gratuitas com inscrição prévia para as oficinas.

A II Jornada CULTAA - Fortalecendo Identidades: lançamento do livro Jardins do Sagrado” integra o Programa CULTAA - Cultura e Articulação de Aprendizagens, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Cultura, e tem como foco a articulação de aprendizagens no campo da cultura e sua relação com outros direitos sociais, a fim de contribuir para o desenvolvimento integral do cidadão e da própria cidade, tendo como diretriz o desenvolvimento de saberes culturais que dialoguem com processos formais e não formais de aprendizagens, voltados para a promoção de novos vínculos socioculturais.

Para Eliane Parreiras, secretária municipal de Cultura, o Programa CULTAA, bem como a II Jornada CULTAA e o lançamento do livro “Jardins do Sagrado” são frutos de uma política pública de valorização das culturas de matrizes africanas e indígenas na cidade. “São ações que buscam reconhecer a importância que essas culturas têm na formação da nossa sociedade. Queremos valorizar as culturas de matriz africana e indígena não apenas como uma questão de justiça social, mas principalmente por elas contribuírem para uma sociedade mais equitativa e respeitosa. Essas culturas fundaram nosso país e nos deram a dimensão de pertencimento”, completa.

Sobre o Livro

A publicação “Jardins do Sagrado” é uma produção da Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com a UFMG, por meio do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais, e é resultante do projeto “Jardins do Sagrado: cultivando insabas que curam”, que compõe as Ações de Apoio às Manifestações de Matrizes Africanas, da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura. O Projeto é uma das ações de salvaguarda que leva em consideração bens culturais reconhecidos como Patrimônio Cultural de Belo Horizonte: Quilombos Luízes, Mangueiras, Souza e Manzo Ngunzo Kaiango; Terreiro Ilê Wopo Olojukan; Festa de Pretos Velhos (Noite da Libertação) e Festa de Iemanjá (Encontro com Iemanjá).

A partir da perspectiva etnobotânica, tendo os saberes associados aos usos e manejos das folhas/plantas nas práticas culturais de matrizes africanas e indígenas como elemento comum entre os bens culturais apresentados e outras comunidades tradicionais, o livro busca divulgar e apoiar a preservação dos saberes ancestrais dos povos tradicionais na utilização cultural do elemento vegetal. Também é objetivo da publicação dar visibilidade aos modos de vida, epistemologias e cosmopercepções das tradições afro-brasileiras e indígenas, compreendendo que uma cidade é diversa, plural e que é necessário respeitar e promover o diálogo e trocas entre saberes e memórias diversas. Ao mesmo tempo, busca-se garantir a preservação dessas memórias, dos símbolos e das narrativas desses grupos.

A publicação tem entre seus autores e autoras o Babalorixá Sidney de Oxóssi, do Terreiro Ilê Wopo Olojukan; Pai Ricardo de Moura, organizador das Festas de Iemanjá (Encontro com Iemanjá) e Pretos Velhos (Noite da Libertação); Mam’etu Muiandê, Mãe Efigênia, matriarca do Quilombos Manzo Ngunzo Kaiango e Ione de Oya, liderança do Quilombo Mangueiras.  O livro também conta com a participação de Humbono Luiz de Odé (Luiz Fernando);  Tat’etu Jalabo (Pai Geraldo);  Angela Gomes; Toá Canynã Pankararu - Cleonice Pankararu e Darupü’üna  Tikuna que são referências na temática da etnobotânica de matrizes africanas e indígenas.

Programação

A II Jornada CULTAA tem início na sexta-feira (17), às 9h, com a palestra “Camões com Dendê: O Português do Brasil e os falares afro-brasileiros”, com a professora etnolinguista e Membro da Academia de Letras da Bahia, Yeda Pessoa de Castro, e participação da Professora mineira Sônia Queiroz. Ao longo do dia, haverá duas Rodas de Conversa: às 10h30 o tema será “Línguas africanas nos terreiros, oralidade e academia”; e às 15h, a conversa será em torno do tema “O Sagrado de Matrizes Africanas e Indígenas e a ideia de Cultura”. No final do dia, às 19h, acontece o lançamento do livro “Jardins do Sagrado”, com a participação dos Mestres e Mestras autores da publicação.

No sábado (18), a II Jornada CULTAA segue com uma roda de conversa sobre o tema “Etnobotânica Afro-indígena”, às 9h30. Na sequência, ocorrem três oficinas temáticas: “Produção do Sabão da Costa: usos, cantos e folhas”, com Bàbálórisà Everton de Iyemonja, às 9h30; “Mundi vivências negras: o Sagrado de Matrizes Africanas e suas línguas”, com o professor e multiartista baiano Tiganá Santana; e “Cosmovisões e grafismos  indígenas”, com a mestra indígena Darupü’üna Tikuna, ambas às 14h30. As inscrições para estas oficinas devem ser realizadas por meio do Portal da PBH - pbh.gov.br/jornadacultaa. O encerramento da II Jornada CULTAA fica por conta da atividade cultural RodaBH de Poesia, com a poeta mineira Nívea Sabino e poetas convidados, a partir das 18h30.

Serviço

II Jornada CULTAA – Fortalecendo Identidades

Data: dias 17 e 18 de novembro, sexta e sábado, das 9h às 21h

Entrada gratuita

Inscrições para as oficinas: Portal da PBH - pbh.gov.br/jornadacultaa

Local: sede da Funarte-MG (Rua Januária, 68 – Centro)