16 September 2022 -
Durante os dias 13 e 14 de setembro, o campus Coração Eucarístico, da PUC Minas, sediou o consulado itinerante do Haiti, que recebeu mais de 250 haitianos que vivem em Belo Horizonte e região metropolitana, para a realização de atendimentos consulares, como a regularização e emissão de documentos. A ação foi mais uma oportunidade para facilitar o acesso dos imigrantes a serviços que, normalmente, são restritos à embaixada permanente, em Brasília.
A iniciativa só foi possível graças a uma parceria da Prefeitura de Belo Horizonte com a Embaixada do Haiti em Brasília e a Cátedra Sérgio Vieira de Mello da PUC Minas, além do apoio do Serviço Jesuíta a migrantes e refugiados do Brasil (SJMR), que atuou na coordenação dos agendamentos e na recepção dos imigrantes.
“Esse evento é muito importante para haitianos da região metropolitana de BH e de outras regiões de Minas Gerais que precisavam, há muito tempo, fazer o passaporte e renovar os documentos. Tem pessoas aqui hoje que saíram de Divinópolis, Uberlândia e outros municípios”, relatou Jhon-Kelly Monace, que trabalhou na organização do evento. O sociólogo também veio do Haiti e hoje ajuda seus conterrâneos prestando ajuda ao SJMR-BH.
Lydie Jean Piere, de 34 anos, foi uma das imigrantes atendidas no consulado itinerante. Ela já trabalha há quatro anos em Belo Horizonte, mas ainda não tinha conseguido regularizar seus documentos por causa do alto custo da viagem até Brasília.
“Tem gente que está aqui há dois anos sem documentação. Ficar em um país que não é seu sem o passaporte é um problema, porque se acontece alguma coisa e a gente precisa voltar para o nosso país de origem para ver a família, fica difícil”, contou Lydie.
Esta foi a primeira parceria firmada entre a Prefeitura e a Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM), projeto do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) com participação de universidades brasileiras para apoio a pessoas refugiadas ou em situação de refúgio.