Um grupo de 100 agentes da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte (GCMBH) participou da aula inaugural do Curso da UFMG de Abordagem em Violência Doméstica, realizada na tarde desta terça-feira (24), no Salão Nobre da Faculdade de Medicina. O encontro teve como tema “O Papel da Guarda Municipal na Promoção dos Direitos Humanos das Mulheres em Situação de Violência Doméstica”, marcando o início da capacitação, que terá uma carga horária total de 56 horas/aula, com término previsto para o dia 6 de março de 2024.

O curso foi idealizado especialmente para a Guarda Municipal da capital, sendo fruto  da parceria firmada entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a UFMG, reforçando o sucesso da ação conjunta já existente entre a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção e a Faculdade de Medicina com o Projeto Para Elas, Por Elas, Por Eles, Por nós,  também voltado para mulheres vítimas de violência doméstica. Os participantes do curso deverão ser multiplicadores do treinamento para os demais colegas da corporação e passarão também a integrar a Rede de Proteção e Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

A turma foi selecionada de acordo com o setor onde cada agente atua, incluindo, por exemplo, todas as guardas municipais femininas que integram o Grupamento de Proteção à Mulher “Guardiã Maria da Penha”, bem como agentes da Patrulha SUS - que é responsável pela ronda preventiva das unidades de Saúde municipais -, os que atuam no Departamento de Missões Especiais (DME), entre outros.

Os agentes serão divididos em quatro turmas, com 25 integrantes cada, com aulas em três dias da semana. Uma primeira turma, composta por 30 guardas municipais, concluiu um curso semelhante, também oferecido pela Faculdade de Medicina, em dezembro de 2021. Na ocasião, no entanto, as aulas precisaram ser interrompidas por diversas ocasiões, devido à pandemia da Covid-19, sendo a maior parte do tempo realizadas de forma on-line.

Para o secretário municipal de Segurança e Prevenção, Genilson Zeferino, com o curso a Guarda Municipal se prepara para contribuir de forma importante para o fim da cultura do “foi mal”, “foi sem querer” ou do “isso não vai acontecer mais”, que até hoje serve de argumento para muitos dos agressores para evitar que suas companheiras os denuncie. “Queremos ser capazes de mudar esta história. E contar com a parceria da UFMG para isso é motivo de muita esperança”, declarou.

O comandante da Guarda Municipal, Júlio César de Freitas, disse que considera o momento muito importante, por marcar uma parceria que permitirá que os agentes adquiram conhecimentos que os tornará capacitados a garantir um acolhimento de qualidade às vítimas da violência doméstica, evitando a revitimização que muitas enfrentam, ao buscarem ajuda nas forças de segurança.