11 June 2021 -
O retorno gradual da população às praças e demais áreas públicas de lazer levou a Prefeitura de Belo Horizonte a redobrar a atenção ao risco do uso de linhas cortantes para empinar papagaios. Somente este ano, de 1º janeiro até 9 de junho, a Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção, por meio da Guarda Civil Municipal, realizou abordagens que resultaram no registro de nove ocorrências de uso de linha chilena ou de cerol e na apreensão de 1.522 latas envolvidas com os fios.
Nesta segunda-feira, dia 14, a partir das 10h, agentes da Guarda Municipal irão realizar uma blitz educativa, a partir das 10h, na avenida Amazonas esquina com a avenida Francisco Sá, sentido Centro, no bairro Gutierrez, para orientar os motociclistas e a população em geral quanto ao risco do uso de linhas cortantes para empinar papagaios. Serão distribuídas antenas de proteção para os condutores de motos, principais vítimas de acidentes fatais provocados pelo cerol e pela linha chilena. Folhetos destacando a punição a que os responsáveis estão sujeitos também serão entregues pelos guardas municipais.
Brincadeira fatal
Paralelamente às ações de combate às aglomerações e de apoio aos fiscais de Controle Urbanístico e Ambiental para garantir o cumprimento das regras estabelecidas na capital para evitar a propagação do Coronavírus, os guardas municipais têm se dedicado ao patrulhamento de áreas usadas com frequência por jovens para empinar pipas, localizadas sobretudo às margens de vias de trânsito rápido, de grandes avenidas e rodovias, fazendo abordagens voltadas para coibir a brincadeira fatal.
As imediações do aterro sanitário desativado do bairro Jardim Filadélfia, localizado na região Noroeste, campos de futebol das regiões Norte e de Venda Nova, bem como a área da Bacia dos Camarões, no Barreiro, são locais onde têm sido recorrentes os flagrantes do uso de linhas cortantes por jovens que empinam pipas. A aproximação das viaturas, na maioria das vezes, faz com que os responsáveis fujam, abandonado o material, que é apreendido pelos guardas para serem eliminados posteriormente.
Cerol Mata
A campanha Cerol Mata foi lançada pela Prefeitura em julho de 2017, exatamente para combater a prática criminosa e salvar vidas. Ela resultou na apreensão de 2 mil latas envoltas em linhas cortantes, somente até dezembro daquele ano. Desde então a campanha passou a ser realizada todos os anos pela Guarda Municipal, por meio de ações integradas com a Defesa Civil de Belo Horizonte, a BHTrans e as secretarias municipais de Política Urbana, Saúde e Educação. Além de blitz com orientações para motociclistas e pedestres, a realização de rondas preventivas pelo efetivo da Guarda Municipal em toda a cidade virou rotina na capital.
Em 2018 foram apreendidas 161 latas com cerol ou linha chilena. Já em 2019 foram registradas pela Guarda Municipal nove ocorrências relacionadas ao uso de cerol ou linha chilena na capital, com a apreensão de 22 latas envolvidas em linhas cortantes. De janeiro a dezembro de 2020, os guardas municipais registraram oito ocorrências e apreenderam 203 latas envoltas com linhas cortantes.
Legislação
As ações da Campanha Cerol Mata tinham início, tradicionalmente, entre a segunda quinzena de junho e a primeira de julho, período que coincidia com as férias escolares e com a incidência de ventos fortes. Desde 2020, no entanto, em decorrência da pandemia de Covid-19, os trabalhos começaram a ser executados pelos guardas municipais durante as rondas preventivas realizadas em toda a cidade, dentro dos trabalhos de contenção de aglomerações de pessoas em espaços públicos.
A legislação proíbe o uso e o armazenamento de linhas cortantes, ficando o responsável sujeito ao pagamento de multas que variam entre R$ 100 e R$ 4 mil, podendo ser ainda punido criminalmente, nos casos em que o cerol ou a linha chilena causar ferimentos ou vítimas fatais. Quem for flagrado usando linhas cortantes e não entregar espontaneamente o material, ao ser abordado por um guarda municipal, está sujeito a ser imediatamente encaminhado a uma unidade policial.