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Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura Cidadã (2005 – 2009) e secretário de Desenvolvimento Social (2009-2010) da cidade de Medellín, na Colômbia.
Foto: Carla Policella

Gestores da PBH conhecem a experiência de desenvolvimento da cidade de Medellín

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A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, convidou Jorge Melguizo, ex-secretário de Cultura Cidadã (2005 – 2009) e secretário de Desenvolvimento Social (2009-2010) da cidade de Medellín, na Colômbia, para conversar com o corpo de gestores municipais, na tarde da última quarta-feira, 26 de novembro, na sede da Prefeitura de Belo Horizonte. Medellín era marcada pelo narcotráfico, violência, falta de segurança e corrupção. Hoje, a cidade é um símbolo de mudança e inovação na criação de programas sociais e urbanos de alto impacto.

 

Um dos pontos destacados por Melguizo foi uma mudança de paradigma na gestão pública a partir de um pensamento que prioriza a intersetorialidade. “A administração pública é formada por áreas distintas: segurança, cultura, saúde. E é comum que estas áreas não pensem juntas. A mudança desse padrão foi uma das chaves de Medellín. Sempre nos dizem que nosso segredo foi aprender a trabalharmos juntos. Mas, é mais que isso. Precisamos trabalhar com objetivos comuns. Não é o objetivo de cada área, mas do território”, afirmou.

 

Segundo Melguizo, o profundo conhecimento da cidade e de seus territórios foi o ponto de partida para que os gestores, de forma coletiva, buscassem soluções para os problemas enfrentados por Medellín.

 

Secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira salientou que Melguizo trouxe o relato de uma experiência extremamente inovadora e transformadora no planejamento de uma cidade. “O que eu acho mais significante é a perspectiva que ele traz de não pensarmos exclusivamente nas nossas áreas, mas na construção de um planejamento urbano a partir da perspectiva territorial”, comentou.

 

“Antes, acreditavam que planejamento urbano era assunto para arquitetos e engenheiros. Isso mudou em Medellín quando passamos a trabalhar conjuntamente. Como secretário de Cultura, me preocupei em desenvolver um plano de desenvolvimento cultural para a cidade e não para o setor cultural. Como planejar a Cultura sem o planejamento da cidade como um todo? Sem pensar a juventude, o planejamento urbano, as políticas para a infância, de gênero, LGBT? É necessário que cada secretaria olhe para o contexto de um mesmo território e diga como é possível contribuir de forma integrada”, enfatizou Melguizo.

 

Para Ângela Dalben, secretária municipal de Educação, a concepção sobre o urbano trazida por Melguizo aponta para caminhos desafiadores no planejamento de uma cidade. “Nós temos projetos próprios e buscamos resultados sociais. Mas ele desloca esse pensamento para a ideia de resultados urbanos, que dizem respeito à cidade inteira. Nos desafia a pensar que os habitantes da cidade são os protagonistas e os sujeitos dos nossos projetos. O desafio é sair das nossas caixinhas e pensarmos nos sujeitos da cidade de maneira conjunta. Esse desafio nos aparece num momento possível porque temos o desejo de trabalharmos intersetorialmente, ação que aos poucos está sendo orquestrada pelos agentes públicos da Prefeitura de Belo Horizonte”, finalizou Ângela.