Pular para o conteúdo principal

Evento na Lagoa da Pampulha homenageia Iemanjá

criado em - atualizado em
Fé, tradição e o sincretismo dos Povos Tradicionais de Matriz Africana ocuparão a orla da Lagoa da Pampulha no próximo sábado, dia 2, para reverenciar a Rainha das Águas, Iemanjá. A celebração, que tem suas raízes nos rituais de Candomblé e Umbanda, acontece em sua sexta edição em Belo Horizonte, sob realização da Associação Cultural Afoxé Bandarerê e da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Diretoria de Políticas para Igualdade Racial e da Belotur.
 
A manifestação litúrgica e festiva terá início com concentração às 16h, seguida de um cortejo às 17h até as águas da Lagoa, que receberá as oferendas para Iemanjá sob uma saudação de atabaques do Afoxé Bandarerê. Como forma de preservar o meio ambiente e o patrimônio, os presentes serão colocados em um balaio ecológico produzido especialmente para a ocasião. A celebração segue com apresentações dos grupos culturais Afoxé Bandarerê, Grupo Ofó, Samba da Meia Noite, Coletivo Lewa Dudu e Swing Safado.
 
 

Dia Nacional de Iemanjá

O 6º Presente Ecológico de Iemanjá acontece por ocasião do dia 2 de fevereiro, dedicado ao orixá feminino em quase todo Brasil. Uma campanha promovida por entidades dos Povos Tradicionais de Matriz Africana reivindica a nacionalização da data e será lançada em Belo Horizonte durante a programação de sábado, com participação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos de Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (FONSANPOTMA-MG).
 
Iemanjá, que na língua yorubá significa “mães cujos filhos são como peixes”, é o orixá mais festejado no Brasil. O misticismo em torno de sua figura, associada à proteção dos mares e dos pescadores, serviu de inspiração para obras literárias, filmes e músicas célebres nas vozes de Clara Nunes, Dorival Caymmi, Maria Bethânia, Marisa Monte, Caetano Veloso e diversas escolas de samba. Também chamada de Janaína, Kaiá e Aziri dentro de algumas crenças, na Igreja Católica é cultuada sob as denominações de Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.
 
 

Cultura afro

O Presente Ecológico de Iemanjá na Lagoa da Pampulha resgata as raízes da cultura afro-brasileira, sempre às vésperas do Carnaval. Junto com o Kandandu, evento de abertura do Carnaval de Belo Horizonte, é um espaço de representatividade e reverência à nossa ancestralidade africana e aos grupos afro-mineiros. O Kandandu, que teve sua importância reconhecida no ano passado pela Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, acontecerá nos dias 1º e 2 de março. 
 
A diretora de Políticas para a Igualdade Racial, Makota Kisandembu, destaca que o Presente de Iemanjá é um ato nacional, que acontece nas principais capitais do país. “Esta é uma atividade de valorização e afirmação da importância das tradições de matriz africana para a história e a memória do país. Em Belo Horizonte, ações como esta resultam da articulação do executivo municipal com outras instituições públicas e privadas e com os cidadãos, todos comprometidos com o enfrentamento dos racismos no município”.
 

Serviço

6º Presente Ecológico de Iemanjá
Sábado, 2/2, a partir das 16h
Orla Lagoa da Pampulha (avenida Otacílio Negrão de Lima, em frente ao monumento de Iemanjá)