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Documentário sobre o paleontólogo Cástor Cartelle será lançado no Cine Santa Tereza
Divulgação

Documentário sobre o paleontólogo Cástor Cartelle será lançado no Cine Santa Tereza

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Com uma carreira marcada pela dedicação à pesquisa, à docência e à formação científica, o professor Dr Cástor Cartelle, fundador do Museu de Ciências Naturais PUC Minas, é o personagem central do documentário "A Fonte Cástor" (2025). O filme, que apresenta um retrato sensível da trajetória do pesquisador, será lançado nesta sexta-feira (7), às 19h, no Cine Santa Tereza.

A sessão é gratuita, com ingressos disponíveis na plataforma Sympla ou na bilheteria do cinema, a partir de 30 minutos antes da sessão. A programação completa do Cine Santa Tereza pode ser acessada no Portal Belo Horizonte.

Com 30 minutos de duração, o documentário acompanha o cotidiano e as reflexões de Cartelle, que há mais de seis décadas se dedica ao ensino, à pesquisa e divulgação científica. Reconhecido como um dos mais importantes paleontólogos do Brasil, o pesquisador descobriu mais de 70 mil fósseis ao longo de sua carreira, revelando capítulos fundamentais da história natural do país. Após a exibição do documentário, o público poderá participar de uma roda de conversa com os produtores.

O documentário A Fonte Cástor integra o projeto “O Fenômeno Humano”, uma iniciativa da PUC Minas em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e o Ministério Público de Minas Gerais, via Fundo Especial do Ministério Público (Funemp). O projeto prevê ainda uma exposição no Museu de Ciências Naturais PUC Minas que contará a história da evolução humana, que será inaugurada em 2026.  A mostra está sendo concebida para estar entre as mais importantes e completas da América do Sul.

A parceria da Secretaria e Fundação de Cultura com o Funemp acontece desde 2023, com inúmeras iniciativas na área cultural, como o Projeto Cultura na Cidade. O Funemp tem por finalidade assegurar recursos, visando ao aperfeiçoamento das atividades institucionais do Ministério Público, especialmente o reaparelhamento e a modernização da Instituição para o combate ao crime organizado e para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

Para Eliane Parreiras, secretária Municipal de Cultura, a parceria representa um passo importante para a política cultural da cidade. “Iniciativas como esta fortalecem o diálogo entre ciência, educação e cultura, ampliando o acesso da população ao conhecimento e reconhecendo o valor de pesquisadores que dedicam a vida à produção científica e à preservação da memória coletiva. O documentário sobre o professor Cartelle é um tributo à dedicação desse pesquisador que ajudou a construir pontes entre a cidade, suas instituições e a história da humanidade, e integra um grande programa que fortalece a pesquisa e a difusão científica e a política de museus da cidade”.

O diretor do Museu de Ciências Naturais PUC Minas, professor Dr Henrique Paprocki, destaca que o documentário celebra a força da colaboração entre instituições comprometidas com a valorização da ciência e da cultura. Para Paprocki, apoiar esse tipo de projeto é essencial para aproximar o público da pesquisa e inspirar novas gerações a compreenderem o papel da ciência na construção da nossa história. “O documentário é a história de um ser humano que transformou Belo Horizonte ao imaginar um museu que mostra o passado, discute o presente e projeta o futuro, visitado por mais de cem mil crianças por ano”.

O Fenômeno Humano

Com curadoria do professor Cástor Cartelle, a exposição permanente "O Fenômeno Humano – O Caminhar da Humanidade" vai ilustrar a evolução humana por meio de peças e réplicas do acervo do paleontólogo, ocupando área de 180m² no 2º andar do Museu de Ciências Naturais PUC Minas. A exposição percorrerá a história da humanidade ao longo de 30 milhões de anos, desde os primeiros fósseis achados no Egito, até o caminhar evolutivo que culminou no surgimento do Homo sapiens.

A Secretaria de Cultura mantém Acordo de Cooperação com a Sociedade Mineira de Cultura – PUC Minas desde novembro de 2021, com a intenção de desenvolver parcerias, colaborações e projetos culturais conjuntos. É nesse contexto que a secretaria se une ao Museu de Ciências Naturais da PUC para a execução de uma exposição permanente para a cidade de Belo Horizonte, difundindo relevante patrimônio cultural, científico e natural.

A exposição será realizada em colaboração entre a Secretaria de Cultura, a Fundação Municipal de Cultura, por meio da Diretoria de Museus, e o Museu PUC Minas, reafirmando o compromisso da Prefeitura de difundir e tornar acessível ao público acervos e exposições; difundir, preservar e valorizar os diversos acervos e nosso patrimônio cultural e memória, além de fortalecer as ações de formação e educação cultural, por meio de mediação cultural e ações formativas, democratizar o acesso, incentivar a autonomia intelectual e formação crítica; fortalecer as instituições museológicas da cidade, entre outros objetivos.

Museu de Ciências Naturais

Fundado em 1983, o Museu de Ciências Naturais PUC Minas conta com um vasto acervo, que documenta a fauna, a flora e outros aspectos da história natural presente e passada. A coleção de Paleontologia tem mais de 69 mil peças, com destaque para a fauna de mamíferos como preguiças terrestres, tigre-dentes-de-sabre, toxodonte, mastodonte, entre outros.

Já o acervo de espécies atuais, Neontológico, tem aproximadamente 175 mil exemplares divididos nas coleções: Ictiologia (peixes); Herpetologia (anfíbios e répteis); Ornitologia (aves); Mastozoologia (mamíferos); Invertebrados (especialmente insetos e moluscos) e Botânica (plantas). A maioria das exposições estão distribuídas entre os três andares do Museu, mas também há um Jardim de Borboletas, localizado na área externa, ao lado de um fragmento da Mata Atlântica, além de um Planetário recém-inaugurado.

Biografia

Nascido na cidade de Ourense, na Espanha, em 1938, desembarcou no Brasil em 1957, aos 19 anos. Graduado em ciências biológicas pela PUC Minas (1976), tem mestrado em geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1978) e doutorado em morfologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1992). É autor e coautor de mais de 80 produções bibliográficas entre artigos científicos e livros.

Conheceu as pesquisas de Peter Lund, naturalista dinamarquês pioneiro na arqueologia e espeleologia, por meio do professor Carlos de Paula Couto (1910-1982). Sua primeira grande escavação aconteceu em 1976, em Janaúba, Norte de Minas Gerais.

Foram 30 anos de escavações constantes entre o Norte de Minas e o Sul da Bahia, mesma região em que Lund concentrou seus estudos. Em 2012, recebeu a Medalha Peter Lund pela Prefeitura de Lagoa Santa, em solenidade que instaurou o Museu de Ciências Naturais PUC Minas como o marco zero do projeto de turismo científico Rota Lund, que percorre o Parque Estadual do Sumidouro, as grutas da Lapinha (em Lagoa Santa), Rei do Mato (em Sete Lagoas) e a de Maquiné (em Cordisburgo).

Em 2019, fez parte da equipe do Museu de Ciências Naturais PUC Minas que descobriu uma nova espécie extinta de preguiça gigante que teria vivido no Brasil há mais de 20 mil anos. Descrita em artigo publicado no periódico especializado "Journal of Systematic Palaeontology" e batizada por ele de Glossotherium phoenesis, o animal apresentava características no esqueleto que permitiam a distinção do sexo a partir do seu crânio.

Em 2023, 40 anos após a descoberta no interior da maior caverna do Brasil, a Toca da Boa Vista (Bahia), descreveu em outro artigo científico os fósseis da mãe e do feto da espécie de preguiça gigante Nothrotherium maquinense, descrita por Peter Lund em 1839.

SERVIÇO
Lançamento do Documentário “A Fonte Cástor”

Duração: 30 minutos | Classificação: Livre
Data: sexta-feira (7), às 19h | Sessão seguida de roda de conversa
Ingressos gratuitos: retirada antecipada na plataforma Sympla ou meia hora antes na bilheteria, conforme disponibilidade
Local: Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Praça Duque de Caxias – Santa Tereza)