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Mulher negra olhando a paisagem do Aglomerado da Serra
Foto: Divulgação PBH

Documentário feito no Aglomerado da Serra é destaque em programação cultural

criado em - atualizado em

Território de criação de artistas dos mais diversos segmentos, o Aglomerado da Serra é considerado um dos grandes “caldeirões culturais” de Belo Horizonte. Samba de roda mineiro, pagode, capoeira, funk e soul sempre tiveram espaço no conjunto de favelas da Serra, que possui mais de 120 mil moradores e tornou-se referência para a cultura afrodescendente da capital. A história de resistência artística da comunidade estará retratada no documentário “Serrão Berço da Cultura”, produzido por artistas locais a partir de um extenso processo de mobilização feito pelo Circuito Municipal de Cultura.

Marcada para os dias 14 e 21 de fevereiro, a exibição do vídeo inédito, dividido em dois capítulos, é um dos destaques do mês na programação integralmente virtual e gratuita do Circuito. Com foco no audiovisual, a primeira quinzena de fevereiro também contará com exibições do Circuito Cine Clube nas quartas-feiras 3, 10 e 17. O Circuito Municipal de Cultura é realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC) e da Fundação Municipal de Cultura (FMC), em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

 

Territorialidades e “Serrão”  

Desde seu início, o Circuito Municipal de Cultura busca ampliar a abordagem, para incluir as mais diversas manifestações artísticas e culturais da cidade, de forma descentralizada. Parte desse trabalho é feito por meio da ação “Territórios Culturais”. São iniciativas criadas a partir da escuta realizada com grupos de agentes culturais em todas as regiões de Belo Horizonte, buscando promover a valorização dos artistas locais nas mais variadas linguagens contemporâneas e tradicionais, estimulando o diálogo geracional, reconhecendo, interagindo e integrando culturas territoriais.

Ao longo de um ano, o projeto Territórios Culturais, do Circuito Municipal de Cultura, realizou reuniões virtuais de mobilização para criar ações culturais nos territórios de Belo Horizonte. Em razão da pandemia da Covid-19, iniciativas que seriam presenciais foram transpostas para formato on-line ou desdobraram-se em novas ideias. Foi o caso do diálogo com os artistas do Aglomerado da Serra, que, a princípio, fariam um festival local e, posteriormente, manifestaram o desejo de usar a linguagem audiovisual para realizar um documentário que abordasse a resistência artística construída de forma interseccional no maior conjunto de favelas de Minas Gerais.

Dirigido por Maíra Neiva, Pablo Xavier, Negona Dance e Simone Sigale, todos moradores do “Serrão”, o documentário conecta passado e futuro, une ancestralidade com tecnologias, entre outros saberes construídos na atualidade e presentes no cotidiano dos jovens. Intitulado “Mulheres que Inspiram”, o primeiro episódio aborda o cotidiano de mulheres negras, periféricas, mães, avós, pilares de sustentação do dia-a-dia e do funcionamento da comunidade. O vídeo será publicado no dia 14, às 16h, no YouTube da Fundação Municipal de Cultura e no Facebook do Circuito.

Já a segunda parte vai ao ar no dia 21, também às 16h, nas mesmas plataformas. Chamado de “Artivismo e Resistência”, o episódio apresenta a rotina de artistas locais do Aglomerado da Serra, que falam de suas experiências e vivências, seus estudos e referências, além de assuntos ligados à arte afro-urbana relacionada ao contexto periférico. Após a publicação, os vídeos ficarão disponíveis nas plataformas por tempo indeterminado.

 

Circuito Cine Clube

Nesta quarta-feira (3), quem abre a programação mensal do Circuito Cine Clube é “Os Filmes que não Fiz” (2008), dirigido pelo cineasta mineiro Gilberto Scarpa. Nos moldes dos documentários em que diretores de cinema famosos falam de seus filmes, com o respaldo de comentários de grandes atores hollywoodianos sobre seu talento e genialidade, o curta mostra de forma divertida e cínica a filmografia de um realizador desconhecido, que tem muitos projetos e roteiros, mas nenhum filme produzido. Ou seja, a filmografia de um diretor sem filmes. A exibição está programada para as 19h, pelo YouTube da Fundação Municipal de Cultura, assim como todos os filmes do projeto. O curta fica disponível para visualização até 30 de abril.

Já no dia 10, é a vez de “A Sopa”, comédia do cineasta carioca Bruno Safadi, lançada em 2019. Com Ingrid Guimarães e Chay Suede no elenco, o longa-metragem é considerado pelo autor uma “paródia tropical”. A trama gira em torno de Joana D’Arc, ex-professora da rede pública de ensino do Rio de Janeiro, que tenta recuperar sua casa. A trajetória é compartilhada pelo pescador pirata Pharaó, da Baía de Guanabara, que pode mudar os rumos e perspectivas de Joana. Após a publicação, o filme “A Sopa” poderá ser visualizado no YouTube da Fundação Municipal de Cultura até 25 de fevereiro.

Outro destaque do Cine Clube é “Arábia” (2017), cuja exibição acontece no dia 17. Escrito e dirigido pelos mineiros João Dumans e Affonso Uchoa, o filme já ganhou diversas premiações e circulou por festivais nacionais e de países como México, Argentina, Equador e Estados Unidos. “Arábia” conta a história de Cristiano (interpretado por Aristides de Souza), um trabalhador que deixa o Bairro Nacional, em Contagem, para trabalhar na Vila Operária, em Ouro Preto. Lá, encontra o diário de um metalúrgico e começa a refletir sobre sua trajetória, tal e qual o romance “Araby” (1914), de James Joyce. O longa ficará disponível para visualização até 24 de março.

 

Sobre o Circuito Municipal de Cultura

Projeto estratégico da Prefeitura de Belo Horizonte, foi lançado em dezembro de 2019, com grande show de Jorge Ben Jor na Praça da Estação. Em maio de 2020, foi lançado o Circuito em Casa, como parte do Circuito Municipal de Cultura, criado para ampliar as opções culturais para a população que está em casa durante a pandemia da Covid-19. Suas ações integram a Política de Promoção das Artes do município.

Até o momento, já foram mais de 150 apresentações realizadas, alcançando um público de aproximadamente 400 mil pessoas. Desde o início do projeto, o Circuito Municipal de Cultura já contou com a participação de quase 800 trabalhadores da cultura, entre artistas, mestres da cultura popular, produtores e técnicos, entre outros, reforçando seu importante papel de fomento ao setor em Belo Horizonte. Toda a programação do Circuito Municipal de Cultura é gratuita, contemplando as diversas linguagens artísticas e faixas etárias.

 

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